Globo faz lobby para empreiteiras de fora

Jornal comandado por João Roberto Marinho sugere que, ‘já que todas as grandes empreiteiras nacionais são corruptas, deve-se abrir o mercado a competidores de fora’; publicação faz referência aos executivos presos na Lava Jato, por suposto envolvimento no esquema de desvios de Alberto Youssef 

Jornal comandado por João Roberto Marinho sugere que, ‘já que todas as grandes empreiteiras nacionais são corruptas, deve-se abrir o mercado a competidores de fora’; publicação faz referência aos executivos presos na Lava Jato, por suposto envolvimento no esquema de desvios de Alberto Youssef 
Jornal comandado por João Roberto Marinho sugere que, ‘já que todas as grandes empreiteiras nacionais são corruptas, deve-se abrir o mercado a competidores de fora’; publicação faz referência aos executivos presos na Lava Jato, por suposto envolvimento no esquema de desvios de Alberto Youssef  (Foto: Roberta Namour)


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247 – O jornal de João Roberto Marinho começou o lobby para empreiteiras de fora para ocupar o mercado das grandes empresas nacionais investigadas na Lava Jato. Leia:

Condenar os corruptos e preservar as empresas

Deve-se a aplicar a legislação com rigor, preocupando-se também com projetos-chave e empregos, mas sem que isso torne inimputáveis acionistas e executivos

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Enquanto transcorrem as investigações sobre o petrolão e se confirmam as piores expectativas sobre a dimensão do esquema de roubalheira montado na Petrobras sob inspiração lulopetista, crescem as preocupações com o futuro da estatal e principalmente das empreiteiras cúmplices do esquema.

No pronunciamento de abertura da primeira reunião ministerial do seu segundo governo, terça-feira, a presidente Dilma defendeu a tese de que combater a corrupção não pode significar destruir as empresas.

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Por suposto. Trata-se de aplicar a devida legislação com o rigor que o escândalo exige, mas sem se esquecer da necessidade de se preservar empreendimentos estratégicos e o máximo de empregos.

Uma interpretação literal da fala da presidente pode induzir o entendimento de que ela propõe a não aplicação da Lei Anticorrupção, por ela mesma sancionada entre fanfarras.

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Algo inconcebível, mesmo porque o Executivo não tem poderes de direcionar o Judiciário e o Ministério Público nas denúncias e veredictos. Mas ele pode, na regulamentação dessa lei, ainda a ser apresentada, tentar abrir espaço para fórmulas jurídicas que punam a corrupção sem danos irreversíveis ao patrimônio técnico e à capacidade operacional das empresas.

Algo precisa ser feito a fim de preservar empreendimentos e empregos, mas sem criar um regime de inimputabilidade para acionistas e altos executivos. Nenhum assaltante dos cofres públicos pode escapar ileso. Quanto à Petrobras, ela diminuirá de tamanho — seu valor de mercado já caiu a mais da metade —, mas seu maior acionista, o Tesouro, sempre poderá resgatá-la, mesmo a um elevado custo político para o governo Dilma e PT.

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Nos EUA, as empresas envolvidas em corrupção não quebram; porém, fragilizadas, terminam adquiridas por concorrentes. No Brasil, o fato de todas as grandes empreiteiras participarem do petrolão é mais um motivo para se abrir este mercado a competidores de fora.

Mesmo ainda sem regulamentação, a Lei Anticorrupção pode ser aplicada, e dela constam multas a serem cobradas às pessoas jurídicas, com valores entre 0,1% e 20% do faturamento. A penalização financeira é outro instrumento usado na esfera administrativa e na Justiça americanas. A Petrobras, também processada nos EUA, certamente será multada, pois lesou investidores ao não zelar como deveria pelo patrimônio deles.

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No momento, empreiteiras adotam a tática de se apresentar como vítimas de achaques. A chance é pequena de convencer juízes e promotores. Talvez não tenham outra alternativa a não ser aceitar acordos de “leniência”, previstos na lei, a versão da delação premiada para pessoas jurídicas. Ajudam nas investigações e recebem penas mais leves ou menos pesadas.

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