Depois de tudo, Globo quer a volta do financiamento empresarial de campanha

Com o Brasil destruído pelos escândalos ligados ao financiamento empresarial de campanhas políticas, a Globo, apoiadora do golpe de 2016, publica editorial em que pede a volta do dinheiro privado na política; "Há formas modernas, honestas, plurais e legítimas de financiamento da democracia. É hora de reexame da proibição do financiamento eleitoral privado ", diz o texto; ontem, em artigo de grande impacto na internet, o escritor Fernando Morais, explicou em 22 pontos por que considera a Globo inimiga do Brasil

Protesters, social movements and activists of the Workers Party, do protest against the impeachment of the President of Brazil Dilma Rousseff in the city center of São Paulo. April 17, 2016.
Protesters, social movements and activists of the Workers Party, do protest against the impeachment of the President of Brazil Dilma Rousseff in the city center of São Paulo. April 17, 2016. (Foto: Leonardo Attuch)


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247 – Com o Brasil destruído pelos escândalos ligados ao financiamento empresarial de campanhas políticas, a Globo, apoiadora do golpe de 2016, publica editorial em que pede a volta do dinheiro privado na política. "Há formas modernas, honestas, plurais e legítimas de financiamento da democracia. É hora de reexame da proibição do financiamento eleitoral privado ", diz o texto.

Ontem, em artigo de grande impacto na internet, o escritor Fernando Morais, explicou em 22 pontos por que considera a Globo inimiga do Brasil (leia aqui).

Abaixo, o editorial:

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O desatino do financiamento público de campanha

Não faz sentido sacrificar ainda mais o contribuinte, até porque a última eleição mostrou que a proibição das empresas só estimulou o caixa 2

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Faltam pouco mais de cinco meses para o Congresso definir e aprovar as normas para as eleições gerais de 2018. O tempo é curto e parte das alternativas imaginadas até a primeira semana deste mês, consolidadas no relatório da Comissão de Reforma Política da Câmara dos Deputados se tornou obsoleta na terça-feira, quando o Supremo Tribunal Federal divulgou a lista de novos investigados da Operação Lava-Jato. 

A edição extra de duas centenas de páginas que o STF mandou imprimir, no mesmo dia, com as decisões sobre os inquéritos, é o melhor retrato de um modelo político-eleitoral falido. 

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As confissões documentadas da Odebrecht são relevantes para se entender a dinâmica das relações espúrias, subterrâneas, entre agentes públicos e privados. E, também, para se compreender a dimensão do impasse em que se aprisionou o Congresso, que precisa avançar nas regras para as eleições gerais de 2018, como determina a Constituição. 

No vácuo, proliferam propostas delirantes, como a da Comissão de Reforma Política que pretende substituir o Fundo Partidário pelo Fundo de Financiamento da Democracia. A nomenclatura atual já é ruim. A imaginada para substituí-la, além de parva, tem o agravante do viés da demagogia explícita.

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A proposta da Comissão da Câmara para esse fundo, se aplicada, aumentaria em 162% o volume de dinheiro público transferido aos partidos. Passaria dos R$ 800 milhões reservados no Orçamento deste ano para R$ 2,1 bilhões. 

A exorbitância choca. Menos pelo que deixa aparente, e mais pelo que oculta: a tibieza de políticos tradicionais acuados pelas investigações sobre corrupção em negócios públicos.

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Eles fracassaram, até agora, nas tentativas de impor à sociedade a autoanistia, assim como em artimanhas como o voto em lista e, agora se vê, a exclusividade no financiamento público das campanhas eleitorais.

Demonizaram o financiamento privado, atribuindo-lhe a gênese da corrupção na política. Mas o que a eleição municipal demonstrou, ano passado, foi que esse exclusivismo do financiamento público conduziu o pleito a um recorde de operações paralelas, de caixa 2, como têm repetido ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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Agora, diante de um país com as finanças alquebradas e perplexo com a extensão da corrupção revelada pela Lava-Jato, esses mesmos parlamentares pretendem aumentar o volume de dinheiro público que escoa para o comando de 35 partidos. Muitos deles, ressalte-se, são autênticas empresas familiares. Alguns têm no TSE recomendação para rejeição de até 96% das suas prestações de contas dos últimos cinco anos. 

Há formas modernas, honestas, plurais e legítimas de financiamento da democracia. É hora de reexame da proibição do financiamento eleitoral privado. Não apenas por razões econômicas objetivas da penúria fiscal do país, mas porque a corrupção não está na atividade empresarial em si, e sim no ambiente espúrio criado por uma minoria de agentes públicos e privados, aproveitando-se do gigantismo do Estado brasileiro.

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A reconstrução dos fundamentos éticos nos negócios públicos, com responsabilidade privada expressamente definida, é essencial ao vigor da democracia. É possível, sim, outra forma de se fazer política no Brasil.

Ela pode e deve se basear em regras transparentes e severas que impeçam que o contribuinte seja mais uma vez sacrificado ao ser obrigado a sustentar um fundo bilionário criado para partidos, muitos dos quais sem qualquer representatividade.

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