Folha começa a abandonar Temer

Depois de pagar uma perícia para tentar salvar a pele de Michel Temer, a Folha de S.Paulo demonstra em editorial que começa a abandoná-lo; o jornal da família Frias agora cita o mesmo áudio que tentou refutar, além do agravamento da crise política, para fritar o peemedebista; o diário enumera os tropeços de Temer, indo desde o diálogo comprometedor com Joesley Batista até a tentativa de evitar seu depoimento à PF e de tentar manter o foro privilegiado Rocha Loures; "a prioridade do Palácio do Planalto parece ser apenas ganhar tempo, apostando no arrefecimento da pressão política. Mesmo que venha a ser bem-sucedida, tal estratégia não produzirá mais que um governo desacreditado e sujeito a novas turbulências", escreve a Folha

Folha, Octavio Frias Filho, Otavinho
Folha, Octavio Frias Filho, Otavinho (Foto: Giuliana Miranda)


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247 - A Folha de S.Paulo começa a abandonar Michel Temer.

Depois de contratar um perito para salvá-lo —que teve seu laudo e competência foram desmascarados pelo Globo—  o jornal da família Frias agora cita o mesmo áudio que tentou refutar, além do agravamento da crise política, para fritar o peemedebista.

Em editorial, a Folha enumera os tropeços de Temer, indo desde o diálogo comprometedor com Joesley Batista até a tentativa de evitar seu depoimento à PF e de tentar manter o foro privilegiado Rocha Loures.

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Confira abaixo a íntegra do editorial:

Desde que veio a público, duas semanas atrás, a gravação da deplorável conversa entre o presidente Michel Temer (PMDB) e o empresário Joesley Batista, da JBS, esta Folha se bate pelo pronto esclarecimento do episódio, sem prejulgamento nem complacência.

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Aqui se apontou que o conteúdo do áudio, ao menos nos trechos discerníveis, não configurava comprovação cabal de ação dolosa. Não obstante, a mera realização do encontro e o teor suspeitíssimo do diálogo eram graves o bastante para solapar a credibilidade do presidente da República.

Embora a crise política, em boa medida, tenha adquirido dinâmica própria, sua evolução permanece condicionada à capacidade de defesa jurídica do Planalto. Esta, entretanto, tem gerado até o momento mais dúvidas que respostas.

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É justificável que se peça perícia da gravação, sobre a qual paira a suspeita de ter sido editada. O que causa estranheza é a tentativa (frustrada) de suspender, até a conclusão de tal exame, um depoimento de Temer à Polícia Federal.

No mínimo, o movimento contrasta com a cobrança inicial do mandatário —"Exijo investigação plena e muito rápida", foi o que disse, em pronunciamento público, logo ao eclodir da crise.

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O presidente já se atrapalhou ao explicar por que recebeu Joesley Batista, sem anotação em agenda oficial, na residência do Jaburu.

A este jornal, relatou ter imaginado que o empresário desejasse discutir a Operação Carne Fraca, da PF. Esta, porém, só viria a ser deflagrada em 17 de março, dez dias após a conversa gravada.

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Acrescentou não saber, na ocasião, que seu interlocutor era alvo de investigações —embora não tenha demonstrado surpresa quando o dono da JBS relatou a intenção de subornar procuradores.

Acima de tudo, continua obscura, para dizer o de menos, a relação entre Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado com uma mala de dinheiro entregue pela JBS. Este, segundo o presidente, teria se deixado corromper.

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Se assim foi, por que o empenho em encontrar outro posto no Executivo para o deputado e ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR), o que garantiria a Loures, seu suplente, uma vaga na Câmara —e foro privilegiado?

Infelizmente, a prioridade do Palácio do Planalto parece ser apenas ganhar tempo, apostando no arrefecimento da pressão política. Mesmo que venha a ser bem-sucedida, tal estratégia não produzirá mais que um governo desacreditado e sujeito a novas turbulências.

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