Kotscho conta como Otávio Frias Filho fez da Folha o maior jornal do País

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247 - "Eu testemunhei junto a seus principais personagens, a passagem da ditadura para a democracia e a transformação da Folha de matutino paulistano no maior jornal do país, em meados dos anos 1980", diz o jornalista Ricardo Kotscho. "Por sorte minha, estava na Folha nesta época, depois de uma longa temporada no Estadão, o principal concorrente, onde iniciei minha trajetória na grande imprensa", relata.

Kotscho diz que, em 1980, em sua primeira conversa com Octavio Frias de Oliveira, o seu Frias, "que não era e não gostava de ser chamado de doutor, ele foi direto ao assunto: 'Te chamei pra vir trabalhar no jornal porque aqui você terá toda a liberdade para escrever. Não temos listas nem negras, nem brancas, não tem assunto obrigatório nem proibido. Importante para nós é sua excelência, o leitor'".

"Do primeiro ao último dia dos muitos anos em que lá trabalhei, em várias temporadas, e agora de novo, essa liberdade foi respeitada e cumprida à risca. Nunca me senti tão livre para trabalhar numa empresa. Liberdade para os jornalistas e articulistas: foi esse, a meu ver, o grande diferencial da Folha em relação à grande mídia brasileira, e que permanece até hoje, dia da morte prematura de Otávio Frias Filho, aos 61 anos, o mentor do 'Projeto Folha', que assumiu a direção do jornal em 1984", continua.

"Se o velho Frias plantou os alicerces e criou as condições econômicas para que a Folha fosse um jornal independente, apartidário, pluralista e crítico, Otavio Filho, o Otavinho, como era chamado na redação, deu permanência e sistematizou o projeto em novos patamares nestes 34 anos em que comandou a redação", acrescenta.

Leia a íntegra no Balaio do Kotscho

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