Jornalista desmascara fake news de Veja contra Haddad

Jornalista Gioconda Bretas aponta manobra feita pela revista Veja em uma antiga reportagem do site para que apareça no Google agora e prejudique a candidatura de Fernando Haddad; "Com uma simples mudança de data em uma matéria de 2012, Veja carregou a engrenagem da campanha de desinformação que corrói o processo democrático das eleições de 2018", diz ela, citando um texto que mostra uma foto de Haddad com Temer, quando recebeu apoio para prefeito em São Paulo  

Jornalista desmascara fake news de Veja contra Haddad
Jornalista desmascara fake news de Veja contra Haddad


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247 - Um texto da jornalista Gioconda Bretas, mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), circulou bastante nas redes sociais nesta quinta e sexta-feira por desmascarar uma armadilha da revista Veja contra o candidato do PT à presidência, Fernando Haddad. Gioconda aponta uma manobra do veículo em uma antiga reportagem do site para que apareça agora nas buscas do Google agora e prejudique o candidato.

"Com uma simples mudança de data em uma matéria de 2012, Veja carregou a engrenagem da campanha de desinformação que corrói o processo democrático das eleições de 2018", diz, citando um texto que mostra uma foto de Haddad com Temer, quando recebeu apoio para prefeito em São Paulo. "Disfarçada de uma ingênua atualização de conteúdo, a revista colocou nas mãos da turma do vale tudo o falso apoio do presidente ilegítimo que golpeou o governo de Dilma Rousseff, em 2016", destaca a jornalista.

Leia a íntegra:

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Veja carrega a matralhadora fake news para elevar a rejeição de Haddad na reta final
Parece notícia velha mas confira os novos caminhos que levam ao antijornalismo

A metralhadora fake news da campanha bolsonarista ganhou hoje um importante, mas não desconhecido, e velho aliado: a revista Veja.
Com uma simples mudança de data em uma matéria de 2012, Veja carregou a engrenagem da campanha de desinformação que corrói o processo democrático das eleições de 2018.

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Indexada no Google com data de 1o. de outubro, a matéria se tornou hoje (4/10) uma das mais compartilhadas por apoiadores da campanha bolsonarista. (https://goo.gl/S92QmT).

A foto em destaque é de Temer entre Haddad e Chalita. À época, Haddad foi para a disputa de segundo turno ao governo de São Paulo na chapa que tinha Chalita como candidato a vice.

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Disfarçada de uma ingênua atualização de conteúdo, a revista colocou nas mãos da turma do vale tudo o falso apoio do presidente ilegítimo que golpeou o governo de Dilma Rousseff, em 2016.

Com reprovação digna de nota no Guinness, 97%, a revista arremessa toda a insatisfação do governo Temer no colo de Haddad na tentativa de elevar a rejeição do candidato petista. Esse é um dos grandes esforços de reta final da campanha bolsonarista: igualar a rejeição de Haddad à de Bolsonaro, uma preparação para o segundo turno.

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Seguidos de frases "não era golpe?"; "é tudo farinha do mesmo saco"; "tapa na cara dos brasileiros"; "lembre-se dessa foto na urna"; Veja abre mais uma trincheira ser combatida na escalada desenfreada de produção de fake news.

E se você estranhar que a matéria data de 2012, não se assuste. A velha máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras, ainda está no prazo de validade. Para os detratores, esse é um mero detalhe. Para os incautos, passa desapercebida.

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Omissão do TSE é adubo para o antijornalismo de Veja

Sob o silêncio do ministro do STF e do TSE Luiz Fux, que chegou a declarar guerra incansável contra fake news – seria essa uma fake news? - Veja repete a mesma bolorenta estratégia, que a tornou estudo de caso em tantos cursos de jornalismo, como material de antijornalismo.

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Recentemente, a revista travestiu suas capas e editoriais de conteúdos contra fake news, bradando a bandeira da verdade e da objetividade, para com isso blindar-se de suas velhas práticas que datam da redemocratização no Brasil.

Veja sofisticou as armadilhas que instala no caminho do leitor/eleitor, porém já nas eleições de 1989, a revista carimbou seu passaporte para as profundezas sombrias do jornalismo, ao cravar seu apoio a Fernando Collor com o objetivo de impedir a eleição de Lula. Com o candidato impoluto na capa, àquela altura Collor ainda era um desconhecido, o tablóide alçou o "O caçador de marajás" à cadeira de presidente da república.

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Mais recentemente, na quinta feira, antes do primeiro turno das eleições de 2014, Veja desceu seu antijornalismo à categoria de panfleto, com a capa "Dilma e Lula sabiam de tudo". O panfleto foi literal, já que aecistas fizeram milhares de cópias da capa da revista e a distribuíram desesperadamente nas ruas. Analistas sugerem que essa capa deslocou 9% de intenções de voto de Dilma para Aécio Neves.

Há material farto sobre a revista, como, por exemplo, o vídeo do site Justificando que analisa 100 capas de Veja, de 2013 até os dias de hoje, e seus artifícios de manipulação. Vale conferir: HTTPS://GOO.GL/SFC1Y5.

O que se sabe hoje é que ainda possuímos poucos anticorpos para lidar com a quantidade e qualidade das informações que recebemos. Ainda somos permeáveis e crédulos diante de conteúdos e mecanismos cada vez mais sofisticados de manipulação. Nos idos anos em que televisões ocupavam lugar de prestígio nas salas de casa, adultos e crianças acreditavam que propagandas diziam a verdade.

Gioconda Bretas
Jornalista - Mestre em Comunicação (UNB)

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