Bolsonaro acumula gafes em começo difícil, diz Les Echos

Os primeiros passos "difíceis" para o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, segundo o jornal econômico Les Echos, recebem atenção da imprensa francesa nesta terça-feira (13); Les Echos observa que o governo nem começou e o futuro ministro da área econômica, Paulo Guedes, já enfrenta duas derrotas: a nota salgada de R$ 6 bilhões gerada pelo aumento dos juízes e a renúncia fiscal das montadoras, que acaba de ser aprovada pelo Congresso

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Da RFI - Os primeiros passos "difíceis" para o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, segundo o jornal econômico Les Echos, recebem atenção da imprensa francesa nesta terça-feira (13).

Les Echos comenta a escolha da deputada Tereza Cristina da Costa (DEM-MS) para o Ministério da Agricultura e de Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, para a presidência do BNDES. Segundo Les Echos, além da deputada representante do agronegócio, Bolsonaro deve continuar buscando o apoio de lobbys poderosos, como evangélicos e pró-armas, para implementar suas políticas.

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Um dos desafios do presidente eleito é sanear as contas públicas, tarefa que ficou mais difícil com a aprovação do reajuste dos salários dos juízes do Supremo Tribunal Federal, aprovado pelo Senado, que terá impacto em toda a função pública. O jornal informa que o presidente Michel Temer teria o poder de vetar esse aumento, mas dificilmente fará isso para evitar ser julgado por corrupção.

Les Echos observa que o governo nem começou e o futuro ministro da área econômica, Paulo Guedes, já enfrenta duas derrotas: a nota salgada de R$ 6 bilhões gerada pelo aumento dos juízes e a renúncia fiscal das montadoras, que acaba de ser aprovada pelo Congresso. As manobras no Congresso visam aumentar o peso político dos parlamentares nas futuras negociações com o governo eleito, explica um analista ouvido pelo jornal.

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Amadorismo na diplomacia

A área em que Bolsonaro demonstrou mais amadorismo até agora foi a diplomática, avalia Les Echos. O futuro chanceler brasileiro terá de ser um verdadeiro diplomata para apagar as "gafes" de Bolsonaro e Guedes ao se referir à China, ao Mercosul e aos países árabes, depois da hipótese infeliz de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. O recuo não apagou o incêndio, num momento em que os fundos soberanos dos países árabes têm forte potencial para investir em projetos de infraestrutura no Brasil, nota o diário francês.

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Le Figaro destaca a preocupação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos com a política de segurança pública. A presidente da Comissão, Margarette May Macaulay, encerrou ontem uma semana de visita ao Brasil e se declarou preocupada com o "discurso de ódio" de Bolsonaro e suas ideias para combater os altos índices de violência no país.

Macaulay qualificou de "atrocidades" as declarações de Bolsonaro e do governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sobre matar suspeitos armados nas favelas. Segundo a jamaicana, eles não podem "estar falando sério".

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