Luís Costa Pinto: o BV só serve à Globo e corrompe o mercado
O jornalista Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia, comentou nesta terça-feira, 8, o projeto de lei anunciado pelo deputado federal eleito Alexandre Frota contra o domínio da Rede Globo no mercado publicitário brasileiro; "Esse sistema viciou a nossa mídia e isso levou a uma deturpação do mercado", disse Costa Pinto, lembrando que quem primeiro tentou acabar com o BV da Globo foi o ex-secretário de Comunicação Luiz Gushiken
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247 - O jornalista Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia, comentou nesta terça-feira, 8, o projeto de lei anunciado pelo deputado federal eleito Alexandre Frota contra o domínio da Rede Globo no mercado publicitário brasileiro.
"A Globo tenta segurar esse sistema porque, capitalizada, organizada, a Globo consegue, tendo uma relação privilegiada com as agências de publicidade, pagando em dia as agências e fazendo com que elas tenham um fluxo constante de capital", disse ele. "Esse sistema viciou a nossa mídia e isso levou a uma deturpação do mercado. A alocação de verba na Globo hoje é já é maior do que o tamanho real da Globo de participação no mercado de comunicação", disse Costa Pinto em conversa com o jornalista Leonardo Attuch.
"Não existe nenhum sistema de comunicação de país relevante do ponto de vista econômico que adote o sistema de remuneração publicitária nos moldes do BV", acrescentou.
A Bonificação por Volume, mais conhecida como BV, é um mecanismo introduzido pela Globo nos anos 1960 para, segundo a emissora, estimular o mercado publicitário e chamado de 'câncer' por um de seus maiores adversários, o vice-presidente e sócio da RedeTV! Marcelo de Carvalho.
O funcionamento do BV é simples. Um anunciante contrata uma agência de publicidade para promover um produto. Os veículos de comunicação pagam uma comissão para as agências, o BV, para que elas os escolham como destinatários da verba. Para os críticos, isso cria um ciclo vicioso em que o meio mais rico do Brasil, a TV aberta, mantém seu domínio sobre o bolo publicitário alimentado as agências com BVs. Grandes contratos costumam ter um BV variando de 10% a 20% de seu valor.
Segundo o jornal, "o mecanismo levou agências grandes a reduzir ou mesmo deixar de cobrar as comissões regulares --que podem chegar a 20%, mas em média são de 5% por negócio."
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