Boghossian: depósitos para Flávio atravessam o coração do governo Bolsonaro

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247 - O colunista Bruno Boghossian escreve neste domingo (20) na Folha de São Paulo que o "escândalo provocado pela movimentação de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro cresceu de uma dor desconfortável no peito para um ataque cardíaco grave", uma vez que "os pagamentos feitos na conta do filho do presidente, revelados pelo Jornal Nacional, atravessam o discurso moral da família e arrastam consigo a imagem de todo o governo".

Boghossian lembrou que em dezembro do ano passado, quando o novelo ainda começava a se desenrolar, Jair Bolsonaro apostou alto ao dizer que "se algo estiver errado comigo, com meu filho, com o Queiroz, que paguemos a conta (...). Dói no coração da gente? Dói, porque nossa maior bandeira é o combate à corrupção", falou o então futuro presidente.

Com somente 20 dias de governo, já se descobriu que Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recebeu salário de R$ 18.768 como deputado estadual, em junho de 2017, mês em que seu rendimento foi multiplicado por seis por alguém que depositou R$ 96 mil em sua conta, divididos em 48 envelopes.

Já a conta de seu ex-motorista, Fabrício Queiroz, apontado como laranja da família Bolsonaro, movimentou cerca de R$ 7 milhões em três anos segundo o jornalista Lauro Jardim, com base em dados do Coaf.

Para Boghossian, a recusa de Flávio Bolsonaro em falar dos pagamentos contradiz com o discurso anticorrupção que a família tanto apregoa.

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