Aroeira: Lava Jato tira Temer da cartola

Membro do Jornalistas pela Democracia, o chargista Aroeira divulgou charge nesta quinta-feira, 21, que retrata a prisão do ex-presidente Michel Temer, por suspeitas de receber propina das obras da usina nuclear de Angra 3; em meio a um fundo que lembra a obra Guernica, do pintor Pablo Picasso, o juiz Marcelo Bretas tira um coelho da cartola; prisão de Temer ocorre após derrotas da operação Lava Jato, como a suspensão do acordo que previa fundo de R$ 2,5 bilhões

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247 - O chargista Aroeira, do Jornalistas pela Democracia, divulgou charge nesta quinta-feira, 21, que retrata a prisão do ex-presidente Michel Temer. Em meio a um fundo que lembra a obra Guernica, do pintor Pablo Picasso, o juiz Marcelo Bretas tira um coelho da cartola. 

Confira:

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Leia, abaixo, reportagem da agência Reuters sobre a prisão de Temer:

Ex-presidente Michel Temer é preso pela operação Lava Jato

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente Michel Temer foi preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal no âmbito da operação Lava Jato por suspeita de desvios de recursos nas obras da usina nuclear Angra 3, sendo apontado pelos investigadores como líder de uma organização criminosa que praticou desvios e recebeu propina, menos de três meses após ter deixado o Palácio de Planalto.

Além de Temer, também foi preso o ex-ministro Moreira Franco, aliado de longa data do ex-presidente e que ocupou os ministérios de Minas e Energia e da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo do emedebista. Os dois mandados de prisão foram expedidos pelo juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, informou a Justiça Federal do Rio de Janeiro.

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De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos no total 10 mandados de prisão, sendo 8 de prisão preventiva e 2 de prisão temporária, além de 26 mandados de busca e apreensão, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, e no Distrito Federal.

"A investigação decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade deflagradas pela PF anteriormente e, notadamente, em razão de colaboração premiada firmada pela Polícia Federal", disse a PF em nota.

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Os presos seriam levados para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e deveriam ser ouvidos pela PF ainda nesta quinta-feira, de acordo com uma fonte com conhecimento da investigação.

Imagens aéreas de emissoras de TV mostraram Temer sendo escoltado por policiais federais fortemente armados para dentro de um carro em uma rua de São Paulo logo após ser preso. O ex-presidente estava sem algema e vestia terno.

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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as investigações apontaram que foram pagos ou prometidos 1,8 bilhão de reais em propinas à organização criminosa que seria liderada por Temer.

"Após celebração de acordo de colaboração premiada com um dos envolvidos e o aprofundamento das investigações, foi identificado sofisticado esquema criminoso para pagamento de propina", disse o MPF em comunicado.

Segundo a nota, as investigações também apontaram que o alegado grupo criminoso procurou atuar para atrapalhar as investigações por meio de ações de contrainteligência, de versões combinadas entre suspeitos e de documentos forjados para despistar os investigadores.

O juiz federal Marcelo Bretas afirmou ao decretar a prisão que o crime de lavagem de dinheiro em benefício de Temer e da família ocorreu, principalmente, pela atuação de quatro operadores financeiros, dentre eles o coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, amigo do ex-presidente e também preso nesta quinta-feira.

Segundo Bretas, uma reforma na casa de Maristela Temer, uma das filhas do ex-presidente, foi custeada com recursos do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro de um contrato relacionado à construção de Angra 3.

Um grupo de pessoas se concentrou na porta da Superintendência da PF no Rio à espera da chegada de Temer para manifestar apoio ao combate à corrupção, algumas com bandeiras do Brasil. "Quanto mais político corrupto preso melhor, ainda mais sendo dessa corja do MDB que quebrou o Rio de Janeiro e o Brasil", disse à Reuters o estoquista Lúcio Silva.

PRESIDENTES PRESOS

Então vice-presidente da República, Temer assumiu a Presidência em 2016 devido ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e deixou o cargo ao final de seu mandato em 1º de janeiro deste ano.

O ex-presidente é alvo de diferentes investigações sobre corrupção. Após deixar o Planalto, denúncias que tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Temer foram encaminhadas para a primeira instância, uma vez que ele deixou de ter foro privilegiado.

Durante seu governo, duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra Temer com base em delações de executivos da J&F tiveram a tramitação barrada pela Câmara dos Deputados, em episódios que fizeram o emedebista gastar praticamente todo seu capital político.

Com a prisão de Temer, dois ex-presidentes estão no momento detidos devido à Lava Jato, uma vez que Luiz Inácio Lula da Silva cumpre pena de prisão em Curitiba desde abril do ano passado após condenação também no âmbito da Lava Jato.

RADIOATIVIDADE

Citada pela PF como uma das operações que resultam na ação desta quinta-feira, a operação Radioatividade prendeu em 2015 um ex-presidente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, acusado de desvios nas obras de Angra 3.

A usina de Angra 3, que seria a terceira nuclear brasileira, teve as obras iniciadas originalmente nos anos 1980, mas os trabalhos foram suspensos em 1986 por falta de recursos públicos. As obras foram retomadas em 2009, mas os trabalhos foram atropelados pelas investigações da Lava Jato

O MDB, partido de Temer e Moreira, lamentou, em nota, a "postura açodada da Justiça" após a prisão do ex-presidente, e disse que o pedido ocorre "à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade" por parte de Temer e de Moreira Franco.

O partido disse ainda na nota esperar que a Justiça "restabeleça liberdades individuais, presunção de inocência, direito ao contraditório e de defesa".

A defesa do ex-ministro Moreira Franco manifestou "inconformidade" com o decreto de prisão. "Afinal, ele encontra-se em lugar sabido, manifestou estar à disposição nas investigações em curso, prestou depoimentos e se defendeu por escrito quanto necessário".

A prisão também repercutiu no Congresso Nacional. O líder do PSL —partido do presidente Jair Bolsonaro— no Senado, Major Olimpio (SP), afirmou que o Brasil está mudando.

"A Justiça será para todos, uma grande expectativa para o povo brasileiro. Nesse momento, com a prisão do ex-presidente Michel Temer e possivelmente de alguns de seus ministros, nós estaremos dando a certeza à população brasileira que estamos no caminho da lei ser cumprida".

O senador Jaques Wagner (PT-BA) criticou o que descreveu como eternização das prisões preventivas.

"Nas outras democracias do mundo, pelo que me consta, se faz todo um processo e o condenado vai preso. Aqui as pessoas vão sendo presas e as preventivas se eternizam", disse.

"Não sou eu que vou julgar os motivos. O direito cabe ao ex-presidente de fazer o recurso. Agora, virou tábula rasa. Faz uma temporada, para obter um depoimento de um ex-presidente da República. Ele deveria ter sido chamado primeiro para depor."

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