Especialista americano denuncia golpe das elites contra democracia brasileira

O codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, Mark Weisbrot, diz considerar uma "surpreendente falta de atenção da mídia — tanto nacional quanto internacional — às evidências com as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 e preso no último dia 7 de abril"; "Com controle suficiente sobre o Judiciário e a mídia, a elite tradicional do Brasil acredita que possa deixar de lado o Estado de Direito e decidir quem pode concorrer à Presidência ou permanecer no cargo depois de eleitos. Nos próximos meses, o mundo vai ver se eles realmente possuem esse poder irrestrito", ressalta

O codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, Mark Weisbrot, diz considerar uma "surpreendente falta de atenção da mídia — tanto nacional quanto internacional — às evidências com as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 e preso no último dia 7 de abril"; "Com controle suficiente sobre o Judiciário e a mídia, a elite tradicional do Brasil acredita que possa deixar de lado o Estado de Direito e decidir quem pode concorrer à Presidência ou permanecer no cargo depois de eleitos. Nos próximos meses, o mundo vai ver se eles realmente possuem esse poder irrestrito", ressalta
O codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, Mark Weisbrot, diz considerar uma "surpreendente falta de atenção da mídia — tanto nacional quanto internacional — às evidências com as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 e preso no último dia 7 de abril"; "Com controle suficiente sobre o Judiciário e a mídia, a elite tradicional do Brasil acredita que possa deixar de lado o Estado de Direito e decidir quem pode concorrer à Presidência ou permanecer no cargo depois de eleitos. Nos próximos meses, o mundo vai ver se eles realmente possuem esse poder irrestrito", ressalta (Foto: Paulo Emílio)


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247 - O codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington, Mark Weisbrot, diz considerar uma "surpreendente falta de atenção da mídia — tanto nacional quanto internacional — às evidências com as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 e preso no último dia 7 de abril", disse em um artigo publicado nesta quinta-feira (19). "Com controle suficiente sobre o Judiciário e a mídia, a elite tradicional do Brasil acredita que possa deixar de lado o Estado de Direito e decidir quem pode concorrer à Presidência ou permanecer no cargo depois de eleitos. Nos próximos meses, o mundo vai ver se eles realmente possuem esse poder irrestrito", completa.

Veja aqui ou abaixo a íntegra do artigo. 

A evidência importa no caso de Lula?

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Há uma surpreendente falta de atenção da mídia —tanto nacional quanto internacional— às evidências com as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 e preso no último dia 7 de abril.

Isso é estranho, porque Sergio Moro, o juiz que investigou e processou o caso, demonstrou repetidamente sua animosidade contra Lula, de formas que abusam de sua autoridade judicial.

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Por exemplo, ele vazou para a mídia telefonemas interceptados ilegalmente entre Lula e Dilma, sua família e seus advogados. Dados a intensa politização do caso e seu enorme impacto político —impedindo que o provável vencedor das próximas eleições presidenciais de outubro concorra à Presidência—, as pessoas não deveriam ser capazes de ver as bases para a condenação de Lula?

Segundo Moro, Lula é culpado de corrupção e lavagem de dinheiro em conexão com um apartamento, o qual foi supostamente "dado" a ele pela construtora OAS. (Ainda que corrupção e lavagem de dinheiro soem como atos separados, são, na realidade, apenas duas acusações para o mesmo suposto ato de aceitar esse apartamento como suborno).

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Lula nunca recebeu o título do apartamento, nem o usou, e só o visitou para olhá-lo uma vez. O juiz Moro, portanto, teve que passar por muitas acrobacias legais e probatórias para argumentar que seria "dele".

A maioria das evidências apresentadas por Moro mostra que a OAS tinha o interesse de dar esse apartamento a Lula, com reformas, em troca de um apartamento muito menor para o qual Lula e sua esposa já haviam feito pagamentos. Mas o juiz Moro não apresenta provas materiais de que Lula tenha aceitado tal acordo. A "prova" em si vem do testemunho do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, que foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro nas investigações da Lava Jato.

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Segundo relatos desta Folha, Pinheiro teve seu acordo de delação premiada suspenso quando seu testemunho inicial não implicou Lula; a negociação judicial só foi restaurada quando ele o fez. Sua sentença foi subsequentemente reduzida em dois terços, para ser cumprida em regime aberto.

Se isso não bastasse para levar o testemunho de Pinheiro menos a sério do que o de outras testemunhas conflitantes, há também o problema adicional de que, como réu no caso, Pinheiro é autorizado pela lei brasileira a depor no banco de testemunhas sem penalidade —ele não é juramentado.

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Nos Estados Unidos, o ex-presidente Barack Obama começou a fazer discursos por US$ 400 mil por palestra para grandes instituições financeiras dos EUA, menos de um ano depois de deixar o cargo. No Brasil, assim como nos EUA, tais presentes para um ex-presidente não são ilegais, então o juiz Moro também teve que provar que Lula concedeu algum favor à OAS enquanto presidente, pelo qual foi "recompensado" (com um apartamento que nunca recebeu ou usufruiu) depois de deixar a Presidência.

As coisas ficam ainda mais obscuras quando seguimos Moro por esse caminho. O breve resumo de seu argumento é que os fundos que supostamente pagariam pela diferença nos preços dos apartamentos, bem como as reformas, supostamente vieram de suborno na Petrobras.

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As alegações para esta parte do argumento de Moro também vêm de delações premiadas. E ainda nenhuma prova foi oferecida que comprove um ato específico de corrupção por parte de Lula; só que, como presidente, ele nomeou funcionários que mais tarde se envolveram em suborno na Petrobras.

Pode um ex-presidente —ou, de fato, qualquer pessoa— ser sentenciado a 12 anos de prisão com tal escassez de evidências? No Brasil, aparentemente sim, da mesma forma como Dilma Rousseff foi cassada e afastada da Presidência sem nem sequer ser acusada de um crime.

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Com controle suficiente sobre o Judiciário e a mídia, a elite tradicional do Brasil acredita que possa deixar de lado o Estado de Direito e decidir quem pode concorrer à Presidência ou permanecer no cargo depois de eleitos. Nos próximos meses, o mundo vai ver se eles realmente possuem esse poder irrestrito.

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