Quatro mortos e centenas de feridos na quarta sexta-feira de protestos em Gaza

Israel comete novos crimes contra população sitiada na Faixa de Gaza; diplomacia palestina levará denúncias ao Conselho de Direitos Humanos  da ONU

Palestino se desespera depois que corpo da mãe foi encontrado nos escombros de casa que, segundo testemunhas, foi derrubada por ataque de Israel na Faixa de Gaza. 04/08/2014  REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Palestino se desespera depois que corpo da mãe foi encontrado nos escombros de casa que, segundo testemunhas, foi derrubada por ataque de Israel na Faixa de Gaza. 04/08/2014 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa (Foto: Reinaldo)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247, com Resistência - Estima-se que entre cinco mil e 10 mil palestinos participaram nas manifestações desta sexta-feira (20)junto à barreira que cerca a Faixa de Gaza. De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Saúde em Gaza, a repressão das forças israelenses provocou pelo menos quatro mortos, um deles menor, e mais de 700 feridos.

A mesma fonte, citada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), revelou que 305 pessoas foram hospitalizadas, 156 das quais tinham sido atingidas por balas reais.

Entre os quatro mortos conta-se Mohammed Ayoub, de 15 anos. A equipe de socorro que evacuou o menor afirmou que este foi atingido na cabeça com munições reais, a cerca de 50 metros da barreira, sem haver quaisquer indícios de que representava uma ameaça para as forças israelenses.

continua após o anúncio

De acordo com a nota emitida pelo MPPM, as forças israelenses reprimiram as manifestações com bombas de gás lacrimogêneo (também lançadas por drones), balas de borracha e balas reais, que foram disparadas, em alguns casos e como aconteceu em semanas anteriores, por atiradores de elite.

Protestos da Grande Marcha do Retorno

continua após o anúncio

Desde o início da Grande Marcha do Retorno, a 30 de Março (Dia da Terra), as forças israelenses mataram 37 palestinos, relata o MPPM. Algumas fontes apontam para quatro dezenas, durante as manifestações e fora delas. Dois dos palestinos foram mortos a tiro em Israel, depois de atravessarem a barreira, e os seus corpos estão retidos pelas autoridades israelenses. O número de feridos é superior aos 4.900, segundo o Ministério da Saúde.

Esta foi a quarta sexta-feira consecutiva de protestos massivos na Faixa de Gaza, durante os quais milhares palestinos se dirigem até à fronteira fortemente militarizada com Israel para exigir seu direito coletivo de retorno à sua terra natal.

continua após o anúncio

Este protesto, que é designado como Grande Marcha do Retorno, deve prolongar-se até 15 de Maio, quando se assinala o 70º aniversário da Nakba ("catástrofe") palestina.

O termo refere-se à expulsão de cerca de 750 mil palestinos e à limpeza étnica levada a cabo quando da criação do Estado de Israel. Hoje, existem milhões de refugiados palestinos no mundo e estima-se que 70% dos habitantes de Gaza sejam refugiados ou seus descendentes.

continua após o anúncio

Crimes de Israel no Conselho de Direitos Humanos

O representante da Palestina junto às Nações Unidas, Riyad Mansour, anunciou na sexta-feira que o seu país está a ultimar um relatório sobre as atrocidades cometidas por Israel na Faixa de Gaza para apresentá-lo no Conselho de Direitos Humanos (CDH), em Genebra (Suíça), informa a Prensa Latina.

continua após o anúncio

Mansour disse à imprensa que em breve vão ter início consultas com membros do CDH, com o propósito de levar a cabo uma investigação imparcial e credível sobre os fatos.

"Não podemos permitir que a comunidade internacional continue parada quando são cometidos estes crimes horríveis contra a Palestina", afirmou o diplomata, que questionou a seriedade de uma eventual investigação liderada por Israel, "autor dos crimes".

continua após o anúncio

Mansour lembrou ainda que o seu país exigiu uma tomada de posição ao Conselho de Segurança das Nações Unidas logo após a brutal repressão sobre os manifestantes na primeira mobilização da Grande Marcha do Retorno, mas, até o momento, aquele órgão continua sem se manifestar, "nem sequer através de uma nota de imprensa".

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247