Coreia Popular quer diálogo e não "rendição ao estilo líbio"

A Coreia Popular não está interessada em quaisquer negociações que visem a uma desnuclearização unilateral sem garantias e não ficará sem defesas, disse o vice-ministro das Relações Exteriores.

Líder norte-coreano, Kim Jong Un, assiste lançamento de míssil Hwasong-12 em foto divulgada pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA 16/09/2017 KCNA via REUTERS
Líder norte-coreano, Kim Jong Un, assiste lançamento de míssil Hwasong-12 em foto divulgada pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA 16/09/2017 KCNA via REUTERS (Foto: Reinaldo)


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247, com AbrilAbril - Citado pela agência noticiosa KCNA, da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Kye-gwan afirmou nesta quarta-feira (16), que o futuro da cúpula entre Pyongyang e Washington, agendada para 12 de Junho em Singapura, e o das relações bilaterais entre ambos os países "seria claro" caso Washington insista numa "desnuclearização ao estilo líbio".

Kim Kye-gwan denunciou a "ofensiva de pressões e sanções" em curso contra o seu país e acusou Washington de interpretar mal "a generosidade e as medidas decididas [pela RPDC] como um sinal de fraqueza".

Criticando as exigências de Washington para "cessões unilaterais e incondicionais" no que respeita à desnuclearização, o vice-ministro da RPDC lembrou aquilo que viria a ser o destino da Líbia e disse que tal tipo de negociações é inaceitável para Pyongyang.

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"Se os EUA nos tentarem empurrar para um canto e forçar a um desarmamento nuclear unilateral, nós já não estamos interessados nesse diálogo, e não nos resta outra alternativa senão reconsiderar o processo" de negociações, disse Kim Kye-gwan, citado pela KCNA.

Isso "já não é uma tentativa de resolver as questões pela via do diálogo", mas antes de "forçar ao nosso Estado digno o destino da Líbia e do Iraque", acrescentou, manifestando dúvidas de que os Estados Unidos estejam de fato interessados num diálogo e em negociações francas.

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Recorde-se que os EUA invadiram o Iraque em 2003, alegando que Bagdad detinha armas de destruição em massa – que nunca foram encontradas. As tropas norte-americanas ainda permanecem no país do Oriente Médio, assim como a guerra e a destruição.

A Líbia, depois de ter entregado, em 2003, o seu programa nuclear e de mísseis balísticos aos norte-americanos, foi invadida em 2011 pelos EUA e países aliados da Otan, que destruíram o país norte-africano e o mergulharam no caos.

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Manobras bélicas e encontro cancelado

As declarações de Kim Kye-gwan têm lugar um dia depois de Pyongyang ter decidido suspender a reunião prevista para a quarta-feira (16) em Panmumjom, com o propósito de dar sequência aos acordos alcançados em 27 de Abril entre Kim Jong-un, líder norte-coreano, e Moon Jae-in, presidente sul-coreano.

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Em comunicado, a RPDC afirma que o cancelamento se deve aos "imprudentes" exercícios militares conjuntos Max Thunder 2018, entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que têm lugar na Península Coreana até o próximo dia 25.

A RPDC acusa Washington e a República da Coreia de "desafiarem de forma aberta a declaração de Panmunjom", subscrita no final do mês passado num encontro histórico entre os líderes da Coreia dividida.

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Sublinhando que as manobras bélicas referidas são os maiores exercícios do gênero já efetuados na região, a RPDC afirma no documento que o exercício visa a "elevar à máxima expressão as sanções e pressões" contra o país, constituindo "um ensaio de ataque preventivo aéreo contra a RPDC e a conquista do domínio aéreo de toda a Península Coreana", indica a Prensa Latina.

De acordo com o texto, participam nos exercícios militares mais de cem aviões, incluindo os bombardeiros estratégicos nucleares B-52 e caças furtivos ultramodernos, como os F-22 Raptor, entre outros meios de combate aéreo e electrônico de última geração.

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