Palestinos reafirmam sua soberania e condenam lei 'racista' do Estado de Israel

Representantes de diferentes setores políticos palestinos condenaram a lei 'racista' que proclama Israel como Estado-nação judeu e retira do árabe o estatuto de língua oficial

Palestinos reafirmam sua soberania e condenam lei 'racista' do Estado de Israel
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247, com AbrilAbril - Na sequência de um longo debate, o Knesset (Parlamento israelense) aprovou, na última quinta-feira (19), mais uma lei das várias que têm vindo a consolidar o apartheid e a conferir estatuto oficial à supremacia judaica sobre a população árabe no Estado de Israel e, também, nos territórios ocupados e cercados da Palestina.

A chamada Lei do Estado-nação do povo judeu, promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu, apoiado pela direita e extrema-direita israelenses, foi aprovada com 62 votos a favor, 55 contra e duas abstenções.

Visando "garantir o caráter de Israel como Estado nacional dos judeus, para definir na Lei Fundamental os valores de Israel como Estado democrático judeu, no espírito dos princípios da Declaração de Independência", a lei declara que "Israel é a pátria histórica do povo judeu" e que só este tem o "direito exclusivo à autodeterminação", revela a PressTV.

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Oficialmente excluídos desse direito ficam os cerca de 1,8 milhão de árabes que residem em Israel, cerca de 20% da população. A lei afirma ainda que Jerusalém, "unida", é a capital de Israel, remete a lingua árabe para um "estatuto especial", retirando-lhe o caráter oficial, a par do hebraico, e declara "o desenvolvimento da colonização judaica" como "um valor nacional", prometendo encorajá-la e protegê-la.

"Uma lei racista por excelência"

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Condenando a nova lei, o primeiro-ministro palesto, Rami Hamdallah, afirmou na quinta-feira que se trata de uma "nova tentativa de destruir a identidade árabe-palestina e de institucionalizar e legitimar as políticas de apartheid, em vez de promover a paz".

O chefe de governo palestino denunciou que "os palestinos serão despojados do seu reconhecimento político, legal e cultural na sua própria terra". "É o último prego no caixão da solução dos dois Estados", disse, citado pela Prensa Latina.

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Por seu lado, Saeb Erekat, representante da Autoridade Palestina, disse que a medida "legaliza o apartheid e define legalmente Israel como um sistema de apartheid". Expressando a sua crítica no Twitter, afirmou que se trata de "uma lei perigosa e racista por excelência, [que] nega aos cidadãos árabes o seu direito à autodeterminação".

Já Hanan Ashrawi, membro da Comissão Executiva da Organização de Libertação da Palestina, sublinhou que a lei "dá carta branca ao apartheid, à discriminação, à limpeza étnica e ao sectarismo à custa do povo palestiniano».
"Palestinianos continuarão a ser soberanos"
Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, também chamou a atenção para o caráter "racista" da nova lei, que constitui "um ataque perigoso à nação palestina e ao seu direito histórico à sua terra".
Considerando que o "silêncio", em nível regional e internacional, sobre os crimes da ocupação israelense" deu mais força ao "regime de Tel Aviv para aprovar uma lei "extremista" a seguir a outra", Barhoum salientou, no entanto, que "todas estas leis e resoluções não têm fundamento e acabarão por não alterar nada no terreno". "O povo palestino continuará a ser soberano nesta terra", frisou, citado pela PressTV.

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Também o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, se manifestou no mesmo sentido, condenando a lei, mas sublinhando que esta "não irá desencorajar os palestinos da sua luta legítima contra a ocupação e pela criação do seu Estado independente".

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