China e Vaticano retomam relações depois de 70 anos; acordo histórico

O Vaticano e a China assinaram neste sábado (22) um "acordo provisório" sobre a nomeação de bispos, abrindo a perspectiva da normalização de relações; o acordo pode ajudar a pavimentar o caminho para retomar as relações diplomáticas entre o Vaticano e a China, e para uma possível viagem de Francisco ao país

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247 - O Vaticano e a China assinaram neste sábado (22) um “acordo provisório” sobre a nomeação de bispos, abrindo a perspectiva da normalização de relações; o acordo pode ajudar a pavimentar o caminho para retomar as relações diplomáticas entre o Vaticano e a China depois de 70 anos e para uma possível viagem de Francisco ao país. O acordo é triplamente relevante: para os católicos chineses, para a inserção da Igreja Católica na China, que era um aspecto de fragilidade para uma instituição que se pretende universal e, por fim, é um movimento geopolítico de grandes repercussões para a China, pois trata-se de um passo decisivo para sua inserção no Ocidente.  

O acordo foi assinado em Pequim durante um encontro entre o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Wang Chao, e o subsecretário do Vaticano para assuntos de Estado, Monsenhor Antoine Camilleri.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Chao disse que a “China e o Vaticano continuarão a manter diálogo e avançar com o processo para melhorar as relações entre os dois lados”.

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O documento resolve um dos principais pontos de discórdia entre Pequim e a Santa Sé nos últimos anos, com o Vaticano concordando em aceitar sete bispos que haviam sido nomeados pela China sem o consentimento do papa Francisco.

O número 2 do Vaticano indicou que o papa e as autoridades chinesas aprovariam conjuntamente as novas nomeações de bispos. “O que é necessário agora é unidade, e um novo impulso: ter bons pastores, reconhecidos pelos Sucessor de Pedro (papa Francisco) e pelas autoridades civis legítimas”, afirmou o cardeal Pietro Parolin.

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A natureza provisória do acordo deixou aberta a possibilidade de mudanças. O Vaticano descreveu o documento como “fruto de uma aproximação gradual e recíproca”, resultado de um “longo processo de negociação cuidadosa”.

O avanço surge quase 70 anos depois que a Santa Sé e Pequim romperam relações diplomáticas. A posição de longa data da China de que deveria nomear bispos conflitava com a autoridade papal.

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O Vaticano disse que agora todos os bispos na China estão em comunhão com Roma, mesmo que a comunidade católica no país ainda esteja dividida entre os católicos que pertencem à Igreja oficial da China e os que são da Igreja que permanece leal ao pontífice.

“O papa Francisco espera que, com essas decisões, um novo processo possa começar e permitir que as feridas do passado sejam superadas, levando à completa comunhão de todos os católicos chineses”, declarou o Vaticano em um comunicado.

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Alguns católicos chineses se opuseram ao acordo, principalmente o cardeal de Hong Kong, Joseph Zen, que havia chamado anteriormente a medida de venda daqueles que se recusavam a se unir à Associação Estatal Patriota de Católicos Chineses.

Zen publicou em seu blog uma crítica sobre a falta de detalhes do documento, incluindo a não menção do status de diversos bispos já nomeados pelo papa.

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O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, indicou que o acordo servirá como um rascunho para a nomeação futura de bispos, que lideram os fiéis em suas dioceses. Ele disse a jornalistas que o objetivo “não é político, mas pastoral, permitindo que os fiéis tenham bispos que estejam em comunhão com Roma e, ao mesmo tempo, sejam reconhecidos pelas autoridades chinesas”.

 

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