Protestos contra Macron reúnem mais de 100 mil pessoas e deixam um morto

Mobilização popular na França dos chamados "coletes amarelos", motoristas revoltados com o aumento de 20% nos preços dos combustíveis neste ano e a queda de poder aquisitivo, começou cedo neste sábado (17) e já fez uma vítima. Uma manifestante foi atropelada e morreu durante um protesto no leste do país; em Paris, manifestantes gritaram "Macron, demissão"

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Adriana Moysés, da RFI - A mobilização popular na França dos chamados "coletes amarelos", motoristas revoltados com o aumento de 20% nos preços dos combustíveis neste ano e a queda de poder aquisitivo, começou cedo neste sábado (17) e já fez uma vítima. Uma manifestante foi atropelada e morreu durante um protesto no leste do país.

No final da manhã, o Ministério do Interior já registrava 47 feridos, três em estado grave, em acidentes de trânsito nos locais de bloqueio dos manifestantes.

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A classe média francesa e trabalhadores que sofrem com os baixos salários estão nas ruas e estradas de todo o país para demonstrar a insatisfação com a alta do custo de vida, as políticas do presidente Emmanual Macron favoráveis aos mais ricos e a falta de atenção do governo às categorias de menor renda.

Durante a manhã, segundo o Ministério do Interior, 50.000 pessoas participavam de ao menos 1.000 protestos espalhados pelo território. No início da tarde, já eram 124.000 participantes e 2.300 protestos.

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Assim como algumas ações ocorrem de forma pacífica, em algumas localidades os manifestantes, vestidos com coletes refletivos fluorescentes amarelos, ergueram barricadas e incendeiam pneus, impedindo a passagem de motoristas que não aderiram ao movimento.

Quatro mil policiais estão mobilizados em todo o país. O governo lembra que as sanções em caso de bloqueio de vias públicas variam de 2 anos de prisão à multa de € 4,6 mil (R$ 19 mil) e seis pontos retirados na carteira de motorista.

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Classe média sufocada pelo alto custo de vida

A gota d'água para a mobilização popular, organizada pelas redes sociais, foi o aumento do imposto cobrado no litro do diesel, com o objetivo de diminuir o consumo, obrigar os franceses a trocar carros antigos por mais novos menos poluentes, e também financiar a transição energética para uma economia sustentável. Apenas no ano que vem, o Estado vai faturar € 34 bilhões (R$ 145 bilhões) com impostos na venda de combustíveis.

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Com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, mais o reajuste das taxas, milhares de franceses que usam o carro diariamente para trabalhar, principalmente em zonas rurais e nas periferias das grandes cidades, viram o orçamento mensal encolher.

O litro do combustível custa em média, atualmente, de R$ 6,40 (diesel) a R$ 6,54 (gasolina). Mas um novo reajuste previsto para o início de janeiro de 2019 irá causar mais perdas para as famílias de renda média e baixa.

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O presidente Macron passou a semana dando entrevistas na TV para explicar suas políticas, mas reconheceu que não conseguiu reconciliar os franceses do alto e da base da pirâmide social.

Quando se deu conta da extensão do movimento dos "coletes amarelos", o governo propôs um novo subsídio de € 4 mil (R$ 21 mil) para cerca de 6 milhões de franceses que rodam muitos quilômetros por mês para trabalhar e têm baixa renda. Também ofereceu um cheque adicional para o pagamento das despesas com eletricidade e gás. Mas a reação veio tarde e não satisfaz.

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Partidos de oposição aproveitam a força do movimento popular para condenar as políticas de Macron, num momento em que o chefe de Estado está fragilizado pela queda de popularidade.

Paris: "fora Macron"

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Na capital, cerca de 50 "coletes amarelos" protestaram durante a manhã na avenida Champs Elysées, em torno do Arco do Triunfo e nos arredores do Palácio do Eliseu. Os manifestantes gritavam "Macron, demissão". Motoristas de Uber, taxistas e manifestantes devem fazer uma carreata no final da tarde até o palácio presidencial.

Os maiores protestos, no final da manhã, aconteciam em Caen (noroeste), Chamberry (sudeste) e Arras (norte), onde um pedestre foi atropelado e está em estado grave.

A mulher de 60 anos que morreu, na localidade de Pont-de-Beauvoisin (Savoie), foi atropelada por uma motorista que levava sua filha ao médico e teria entrado em pânico quando "coletes amarelos" começaram a bater no capô de seu carro para impedir que ela furasse o bloqueio. Ela foi detida para interrogatório. De acordo com o ministro do Interior, Christophe Castaner, o protesto de Pont-de-Beauvoisin não tinha sido informado às autoridades, o que é obrigatório para o envio de policiais encarregados de manter a segurança.

Além da França, a alta nos preços dos combustíveis também provoca protestos neste sábado na Bélgica e na fronteira da França com a Espanha.

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