Macron pressiona Merkel e exige refundação da Europa contra risco de caos
O presidente francês, Emmanuel Macron, pressionou a chanceler alemã, Angela Merkel, neste domingo (18), ao exigir a refundação da Europa contra o risco de "caos global' — a seis meses de eleições europeias, com pesquisas prometendo forte impulso de setores nacionalistas; o pronunciamento do presidente francês ganha relevo no quadro de intensa rivalidade e profundas divergências com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
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247, com AFP - O presidente francês, Emmanuel Macron, pressionou a chanceler alemã, Angela Merkel, neste domingo (18), ao exigir a refundação da Europa contra o risco de "caos global' — a seis meses de eleições europeias, com pesquisas prometendo forte impulso de setores nacionalistas.
Macron disse que a Europa, e nela a dupla França-Alemanha, tem obrigação de não deixar o mundo mergulhar no caos, e sim acompanhá-lo no caminho da paz. "Para isso, a Europa deve ser mais forte, mais soberana", afirmou o chefe de Estado francês em discurso na Câmara dos Deputados alemã.
"A Europa não poderá desempenhar o seu papel caso se torne o brinquedo dos poderes e desempenhe apenas um segundo papel no cenário mundial", acrescentou Macron, que chegou à capital alemã para um dia de recordação das vítimas da Primeira Guerra Mundial.
Merkel concordou que a Europa "está em uma encruzilhada" e deve definir "seu papel globalmente". No entanto, por trás da "frente única" proclamada pelos dois líderes, o discurso de Macron acabou ressoando como uma crítica implícita à hesitação da Alemanha em adotar propostas francesas que fortaleceriam a União Europeia.
"É preferível ficar trancado em nossa imobilidade?", questionou Marcon. "A luta contra o desafio do populismo não está ganha. Implica assumir novos riscos, superar as dúvidas e os reticentes."
Em questões de defesa comum, pelo menos, a França e a Alemanha têm propostas comuns. Ambos os líderes apoiam a ideia de criar um exército europeu, apesar das fortes críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vê nisso uma disputa pela Otan.
Segundo a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, o exército europeu não se limitaria à montagem de um arsenal e ao treinamento conjunto das tropas, "mas também implicaria vontade política de defender com determinação os interesses europeus em um hipotético conflito".
As ambições do presidente francês para fortalecer a União Europeia têm enfrentado fortes resistências e aparecem num quadro em que a chanceler alemã está debilitada. Após outro revés eleitoral, Merkel anunciou em 29 de outubro que seu mandato como chanceler seria o último. Muitos se perguntam se ela chegará até o final, em 2021.
Apoiar seu colega francês com o tema do exército europeu "é uma forma de ela dizer: ainda estou aqui, ainda tenho o controle".
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