Com histórico de atritos, Cristina saúda novo papa

"Em meu nome, em nome do governo argentino e em representação do povo do nosso país, quero saudá-lo e lhe expressar minhas felicitações por ocasião de ter sido eleito como novo pontífice da Igreja Universal", escreveu a presidente Argentina, Cristina Kirchner, em mensagem enviada ao papa Francisco I, eleito nesta quarta; relação de Bergoglio com os governos dos Kirchner, contudo, não é das melhores; o falecido Néstor Kirchner, antecessor e marido de Cristina, chegou a classificá-lo como um expoente da oposição contra seu governo

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247 - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, deixou de lado o histórico de atritos com o jesuíta Jorge Mario Bergoglio, eleito novo papa nesta quarta-feira, para felicitar o papa Francisco pela eleição. "Em meu nome, em nome do governo argentino e em representação do povo do nosso país, quero saudá-lo e lhe expressar minhas felicitações por ocasião de ter sido eleito como novo pontífice da Igreja Universal", escreveu a presidente Argentina em mensagem enviada ao papa.

"É nosso desejo que tenha, ao assumir a condução e a liderança da Igreja, um frutífera tarefa pastoral, desempenhando tão grandes responsabilidades em favor da Justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da humanidade", continua a presidente argentina. "Faço chegar a sua Santidade minha consideração e meu respeito", finaliza Cristina.

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Quem lê a mensagem nem imagina o vasto histórico de desentendimentos entre o outrora arcebispo de Buenos Aires e a família Kirchner. Pobreza, casamento entre pessoas do mesmo sexo, disputas no campo e o "clima de crispação" instalado no país, segundo Bergolgio, foram motivo de tensão nos últimos anos entre Igreja e governo na Argentina.

O pior momento dessa relação ocorreu durante o governo de Néstor Kirchner, ex-marido de Cristina e seu antecessor à frente do país. Néstor chegou a classificar Bergoglio como um expoente da oposição contra seu governo na Argentina. "Nosso Deus é de todos, mas cuidado que o diabo também chega a todos, aos que usamos calças e a os que usam batinas", dizia, no momentos de maior desentendimento.

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Histórico

Os desentendimentos com os Kirchner chegaram perto de uma trégua no segundo ano de governo de Cristina, em 2008, quando, após trabalhar junto com o governo para mediar um conflito no campo, Bergoglio convidou a presidente para comparecer a uma missa e ela aceitou. Mas já em 2009 o então cardeal voltou a desferir palavras duras contra o governo, dizendo que "o pior risco é homogeneizar o pensamento", em referência à polarização incentivada pelo governo. A tensão foi aplacada por um encontro com a presidente na Casa Rosada, antes de uma viagem que ela faria ao Vaticano.

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No ano seguinte, contudo, o projeto que acabaria por autorizar o casamento homossexual na Argentina começou a avançar no parlamento local, acirrando mais uma vez os ânimos entre governo e Igreja. Bergoglio liderou uma marcha contra o casamento gay e enviou uma carta a todos os sacerdotes incentivando-os a falar contra a questão e em defesa da família. Cristina reagiu: "Me preocupa o tom que o discurso adquiriu; se propõe como uma questão de moral religiosa e atentadora da ordem natural, quando na realidade o que está se fazendo é mirar uma realidade que está aí".

Veja a mensagem, que a presidente argentina publicou em seu perfil no Twitter:

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