Gleisi enquadra FHC: censura a um sorriso?

Em artigo que responde críticas do tucano à foto da presidente Dilma Rousseff ao lado de Lula, senadora pede que ex-presidente "volte à razão" e o acusa de renunciar "à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate", que muitos lhe atribuem, "para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença de Dilma em relação às manifestações"; Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil, rebate um a um os ataques de Fernando Henrique Cardoso, do apagão à inflação; FHC havia classificado a foto de Dilma e Lula como "chocante" e "esdrúxula" e questionado o motivo de "tanta alegria" do governo

Em artigo que responde críticas do tucano à foto da presidente Dilma Rousseff ao lado de Lula, senadora pede que ex-presidente "volte à razão" e o acusa de renunciar "à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate", que muitos lhe atribuem, "para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença de Dilma em relação às manifestações"; Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil, rebate um a um os ataques de Fernando Henrique Cardoso, do apagão à inflação; FHC havia classificado a foto de Dilma e Lula como "chocante" e "esdrúxula" e questionado o motivo de "tanta alegria" do governo
Em artigo que responde críticas do tucano à foto da presidente Dilma Rousseff ao lado de Lula, senadora pede que ex-presidente "volte à razão" e o acusa de renunciar "à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate", que muitos lhe atribuem, "para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença de Dilma em relação às manifestações"; Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil, rebate um a um os ataques de Fernando Henrique Cardoso, do apagão à inflação; FHC havia classificado a foto de Dilma e Lula como "chocante" e "esdrúxula" e questionado o motivo de "tanta alegria" do governo (Foto: Gisele Federicce)


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247 – Ex-ministra da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) rebateu artigo publicado nesta manhã pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no portal Uol, em que chamava de "chocante" e "esdrúxula" a foto tirada pela presidente Dilma Rousseff ao lado do ex-presidente Lula, durante reunião na última quarta-feira. "Por que tanta alegria?", questionou o tucano, afirmando em seguida que os brasileiros estavam assustados.

Gleisi rebateu: "Não me passaria pela cabeça que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pudesse iniciar um artigo de opinião censurando o sorriso de alguém". A petista rebateu, um a um, os ataques de FHC à gestão de Dilma e Lula, do apagão à inflação. "Ele fala de crise do setor elétrico como se o apagão de 2001/2002 não estivesse na memória do país", disse. "Esquece-se de que deixou ao país uma inflação de 12,7% em 2002", acrescentou.

A pré-candidata ao governo do Paraná também acusou FHC de renunciar "à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate nacional, que muitos lhe atribuem, para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença da presidenta Dilma, e do poder central, em relação às manifestações das ruas". Segundo ela, a presidente foi "praticamente a única" a apresentar iniciativas em resposta aos protestos.

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Leia abaixo a íntegra do texto de Gleisi, publicado no Uol, e aqui o de FHC.

FHC achincalha Congresso e não tem direito de nos tomar por tolos

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Não me passaria pela cabeça que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pudesse iniciar um artigo de opinião censurando o sorriso de alguém. Ao indagar com tanto mau humor a razão da alegria estampada na foto da presidenta Dilma com o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada, o ex-presidente surpreende pelo azedume e pela amargura.

A sequência de ataques do artigo parece indicar que o autor renunciou à cadeira de referencial de equilíbrio e estabilidade do debate nacional, que muitos lhe atribuem, para especular sobre uma imaginária (e inexistente) indiferença da presidenta Dilma, e do poder central, em relação às manifestações das ruas e a alguns acontecimentos dos últimos dias. Com todo o respeito, cumpre que o ex-presidente volte à razão.

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Testemunhei na Casa Civil o esforço da presidenta para entender e atender as ruas. Ela foi praticamente a única, entre as lideranças políticas deste país, a expor-se, a manifestar-se claramente, a ter iniciativas. As manifestações carecem ainda de melhor análise histórica, mas, seguramente, erra quem insiste em tentar atribuir toda a insatisfação ao governo central. Será que o ex-presidente acredita que as manifestações eram a favor da oposição? Nenhum governante da oposição foi alvo de protestos?

Ele fala de crise do setor elétrico como se o apagão de 2001/2002 não estivesse na memória do país. A crítica à suposta imprevidência só pode ser a si mesmo e a seu governo. Sobre a inflação, diz que é "bem mais" que 6% ao ano, sem citar, contudo, qualquer fonte que possa sustentar seu índice impreciso e irreal.

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Esquece-se de que deixou ao país uma inflação de 12,7% em 2002.

Com sua prosa instruída, sua cultura e sua força retórica, o ex-presidente cita Maria Antonieta e tenta, em vão, associá-la a personagens da história brasileira no presente. Não faz sentido. Os líderes do atual governo, a começar pela presidenta Dilma, podem orgulhar-se da enorme proximidade com as pessoas. Governam para a maioria. Não é por acaso que os pobres melhoraram de vida e passaram a ter otimismo e esperança.

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Fernando Henrique agora critica o clientelismo e a inépcia assegurada por 30 partidos no Congresso. Nem parece que passou oito anos no comando do Executivo, sem dizer "a" ou "b" sobre reforma política. E que governou com um sistema de base parlamentar tão ampla que alterou a Constituição Federal para garantir sua reeleição.

O curioso é que, depois de achincalhar o Congresso, o ex-presidente conclama o conjunto da "classe política" a assumir parcelas de responsabilidade sobre os rumos do Brasil para construírem a política do amanhã. Fiquei pensando: ele tem direito de dizer o que muito bem quiser. Não tem é o direito de nos tomar por tolos.

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Gosto da ideia de buscarmos unir a todos os brasileiros em torno das questões fundamentais para a nossa nação. Não concordo que os temas essenciais sejam a troca da guarda nem a revolta contra o sorriso, mas sem dúvida é preciso aprofundar o debate sobre a economia, a política e as questões sociais. Isso é o fundamental para a construção do futuro. E o futuro pode ser edificado sim com alegria e sorrisos.

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