Paraná lança campanha contra febre aftosa

A Secretaria da Agricultura e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) lançaram a segunda etapa da campanha estadual de vacinação contra febre aftosa deste ano, que vai de 1 a 30 de novembro; deverão ser vacinados cerca de 9,4 milhões de cabeças de bovinos e de búfalos de todas as idades; a partir deste ano a multa está mais elevada para quem deixar de vacinar o rebanho; o lançamento da campanha foi marcado pela expectativa de suspender a vacinação do rebanho paranaense a partir de 2016, após quase cinco décadas de campanhas consecutivas

febre aftosa
febre aftosa (Foto: Leonardo Lucena)


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Agência Notícias Paraná - A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) lançaram nesta quinta-feira (30) a segunda etapa da campanha estadual de vacinação contra febre aftosa deste ano, que vai de 1 a 30 de novembro. Deverão ser vacinados cerca de 9,4 milhões de cabeças de bovinos e de búfalos de todas as idades. A vacinação é obrigatória e a partir deste ano a multa está mais elevada para quem deixar de vacinar o rebanho e também de comprovar junto à Adapar.

O lançamento da campanha, ocorrido em Curitiba, foi marcado pela expectativa de suspender a vacinação do rebanho paranaense a partir de 2016, após quase cinco décadas de campanhas consecutivas, com elevados investimentos do governo do Estado em estrutura de fiscalização e de custos com vacinas.

O objetivo do Paraná é conseguir o reconhecimento da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) o reconhecimento de área livre de febre aftosa, sem vacinação.

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O secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, acredita que a última campanha de vacinação poderá ocorrer em novembro de 2015. Além da febre aftosa, Ortigara anunciou que também em 2016 o Paraná deverá obter o reconhecimento de área livre de peste suína clássica. Segundo Ortigara, com esse novo status, o Paraná poderá acessar mercados de países mais atraentes e que pagam melhor no mercado internacional, como Japão e Estados Unidos.

MULTA - A Adapar informa que a partir de novembro o valor da multa para o produtor que não vacinar e não comprovar a vacinação está bem mais alta em relação às campanhas anteriores. O objetivo não é multar, disse Inácio Kroetz, mas fazer com que o produtor se conscientize de sua obrigação e manter seu rebanho imunizado.

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Nas propriedades com até 10 animais, a multa será de R$ 752,00, independente se apenas um animal não foi vacinado. Nas propriedades com mais de 10 animais, a multa vai incidir no seu valor total – de R$ 752,00 – mais R$ 75,28 por animal não vacinado. Essa mesma penalidade será aplicada para quem não comprovou a vacinação, que atualmente pode ser feita pelo sistema on-line no site da Adapar – www.adapar.pr.gov.br.

NOVAS MEDIDAS - No lançamento da campanha de vacinação contra febre aftosa, os dirigentes das principais entidades que representam produtores e indústrias debateram qual o caminho a seguir para que o Paraná tenha o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação.

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Entre os pontos favoráveis listados pela Adapar estão os bons indicadores epidemiológicos que dão o suporte para a mudança de estratégia no Paraná. Entre eles está a falta de circulação viral da doença nas Américas há pelo menos dois anos e meio e o fato de o Estado não registrar foco da doença desde 2005. De lá para cá, o governo do Estado investiu na criação da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), uma estrutura ágil e moderna para atacar os pontos mais vulneráveis e necessários para o controle da doença.

Segundo Ortigara, para que o controle da sanidade no Estado seja mais transparente, conforme as exigências internacionais, falta pouco, como a conclusão das contratações por meio de concurso público, processo em curso, assim como aumentar o controle do trânsito de animais, estratégia que já vem sendo traçada.

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"A reunião de hoje tem o objetivo de conclamar a todos para um pacto como cumprir de forma consciente a obrigação de vacinar o rebanho até novembro de 2015", disse o secretário. Ele ressaltou que a Seab e Adapar vão concentrar esforços para a reestruturação dos postos fixos nas divisas com os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, um projeto que está sendo traçado junto com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

AGÊNCIA - Atualmente a Adapar conta com 135 Unidades Locais de Sanidade Agropecuária (Ulsa) e 227 escritórios municipais para atendimento ao produtor. De acordo com o diretor-presidente da agência, Inácio Afonso Kroetz, o Paraná conta com o reforço da estrutura de fiscais agropecuários com a contratação de 200 técnicos entre médicos veterinários e técnicos agropecuários que já fizeram concurso público este ano.

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Kroetz falou sobre o sistema transparente de notificações e que pode ser submetido à auditoria nacional e internacional. Segundo ele, o Paraná já atende quase todos os itens considerados imprescindíveis, importantes e necessários listados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo ele, a Adapar está agora concentrando esforços no item sobre Cadastro de Propriedades e Controle do Transito Animal por meio dos postos fixos e volantes para que eles possam operar 24 horas por dia, para atender as exigências da OIE.

Os dirigentes das principais entidades se manifestaram de forma favorável à proposta. O presidente do Sindileite e representante do setor cooperativista, Wilson Thiesen, disse que a suinocultura será o segmento que será mais beneficiado de forma imediata. Thiesen antecipou que uma grande cooperativa do Oeste do Estado tem planos de quadruplicar a capacidade de sua planta de abate de suínos, num investimento de R$ 1,5 bilhão no Paraná.

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Para o presidente do Sindicarnes, Péricles Salazar, a suspensão das campanhas de vacinação contra febre aftosa e a conquista de um novo status sanitário é um desafio que move a todos: produtores e indústrias. Isso porque o reconhecimento de área livre sem vacinação acena com ótimas expectativas, desde a melhora nas exportações de carnes até a atração de novos investimentos em plantas industriais que querem acessar os mercados mais atraentes.

Participaram do encontro os dirigentes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Paraná, Antonio Zarantonelo), do Sindileite, Wilson Thiesen, do Sindicarnes, Pericles Salazar, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ronei Volpi, do superintendente substituto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná, Carlen Henrique Saconato e do deputado estadual Pedro Lupion, que é representante do bloco parlamentar agropecuário da Assembleia Legislativa do Paraná.

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