Campos sairá da eleição menor do que entrou?

Números do Datafolha são muito ruins para o ex-governador pernambucano; com 7%, ele aparece empatado com o Pastor Everaldo; se não decolar, corre o risco de ser o presidenciável do PSB menos votado, uma vez que Ciro Gomes tinha 17,5% em 2010, antes de ter a candidatura retirada pela direção nacional, e Anthony Garotinho registrou 17,86% em 2002; além disso, governos estaduais estão ameaçados: PSB já perdeu o Ceará, com Cid Gomes, que migrou para o Pros, e pode ficar sem Pernambuco, onde seu candidato Paulo Câmara ainda não decolou; qual é a saída?

Números do Datafolha são muito ruins para o ex-governador pernambucano; com 7%, ele aparece empatado com o Pastor Everaldo; se não decolar, corre o risco de ser o presidenciável do PSB menos votado, uma vez que Ciro Gomes tinha 17,5% em 2010, antes de ter a candidatura retirada pela direção nacional, e Anthony Garotinho registrou 17,86% em 2002; além disso, governos estaduais estão ameaçados: PSB já perdeu o Ceará, com Cid Gomes, que migrou para o Pros, e pode ficar sem Pernambuco, onde seu candidato Paulo Câmara ainda não decolou; qual é a saída?
Números do Datafolha são muito ruins para o ex-governador pernambucano; com 7%, ele aparece empatado com o Pastor Everaldo; se não decolar, corre o risco de ser o presidenciável do PSB menos votado, uma vez que Ciro Gomes tinha 17,5% em 2010, antes de ter a candidatura retirada pela direção nacional, e Anthony Garotinho registrou 17,86% em 2002; além disso, governos estaduais estão ameaçados: PSB já perdeu o Ceará, com Cid Gomes, que migrou para o Pros, e pode ficar sem Pernambuco, onde seu candidato Paulo Câmara ainda não decolou; qual é a saída? (Foto: Paulo Emílio)


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Pernambuco 247 - A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (6) coloca o presidenciável Eduardo Campos (PSB) em uma posição, no mínimo, delicada. Campos, que na pesquisa anterior tinha 11% das intenções de voto, despencou para 7% e, agora, aparece tecnicamente empatado com o Pastor Everaldo Pereira (PSC), que registra 4% do eleitorado. A presidente Dilma Rousseff (PT) continua liderando as pesquisas, embora tenha caído de 37% para 34%. Já o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) passou de 20% para 19%. A tendência atual para Campos não é boa nem mesmo em Pernambuco. Ali, embora tenha deixado o Governo do Estado como o mais bem avaliado governador do país, seu indicado para disputar o Palácio do Campo das Princesas, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara, está bem atrás do senador Armando Monteiro Neto (PTB). Dilma também aparece tecnicamente empatada com Campos em sua terra natal, o que tem elevado ainda mais a temperatura interna no PSB.

“As pesquisas refletem um determinado momento e uma tendência que podem ou não ser revertidas. Neste momento existe um arrefecimento da campanha de Eduardo, tanto em nível nacional como em Pernambuco. O Eduardo superdimensionou a aliança com a Marina [ex-senadora Marina Silva pré-candidata a vice na chapa do PSB]. Este erro de superdimensionar o potencial foi cometido por nós mesmos do PT, em 2012, quando cometemos este erro com Humberto Costa e João Paulo”, analisa um integrante da cúpula petista.

A referência diz respeito a eleição municipal de 2012, quando o senador Humberto Costa e o deputado federal – hoje pré-candidato ao Senado na chapa do PTB – João Paulo foram colocados para disputar uma chapa puro sangue do PT e acabaram derrotados pelo então desconhecido Geraldo Julio (PSB), indicado pelo então governador Eduardo Campos, impondo o fim de um ciclo de 12 anos do PT à frente da Prefeitura do Recife.

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Quando anunciada a aliança entre a Rede Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva e o PSB, a união foi vista como um fenômeno surpreendente na política nacional. Marina chegava com o saldo de 20 milhões de votos da última disputa presidencial e uma rusga profunda com o PT, partido que ajudou a fundar. Já Campos vinha de um governo considerado como um dos mais bem avaliados do país, além de se apresentar como um fato novo no cenário político. A expectativa era de com a aliança, parte do capital político de Marina fosse transferido quase que automaticamente para o socialista, algo que ainda não aconteceu.

Neste momento, Campos tem menos chances que o ex-correligionário Ciro Gomes, que tinha 17,5% das intenções de voto em 2010, conforme pesquisa CNT/Sensus, e que foi obrigado a desistir em prol da aliança do PSB com o PT em torno do palanque que levou Dilma à Presidência. Ele também fica atrás de Anthony Garotinho, que hoje está filiado ao PR, mas foi pré-candidato à Presidência pelo PSB em 2002. Na época, Garotinho registrou 17,86% das intenções do eleitorado. 

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Divergências de posicionamento entre Campos e Marina, especialmente nos pontos relativos ao agronegócio e quanto a formação de alianças, acabaram por minar ainda mais o potencial de crescimento da chapa encabeçada pelo PSB. Enquanto Campos trabalhava para firmar alianças com o PSDB em estados como São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, e buscava firmar um pacto de não agressão com Aécio em suas principais bases eleitorais [Minas Gerais e Pernambuco], Marina e os membros da Rede se mostraram radicalmente contrários a qualquer tipo de aproximação com os tucanos.

“Esse foi um outro erro. Nem o PSB e nem os membros da Rede, que hoje estão abrigados no PSB, possuem uma representatividade alta em estados importantes ou nos maiores colégios eleitorais do país. Pernambuco é importante? Claro que é. Mas em nível nacional, Pernambuco é relativamente pequeno. A Rede padece deste mesmo erro. O erro, neste caso foi de análise. Lula [ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT)] estava certo quando disse que Eduardo esperasse um pouco mais,  até 2018, para sair como candidato à Presidência”, diz um analista da cena política nacional. Um outro fator é que as alianças também não decolaram. A pré-candidatura do PSB é apoiada atualmente por partidos pequenos: PPS, PPL, PRP e PHS. Para tentar ampliar o seu leque, Campos tem buscado atrair para si não o partido, mas os descontentes em alguma medida. A chamada ala dissidente do PMDB é o melhor exemplo desta busca, intermediada em grande parte pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), um dos maiores críticos ao governo do PT.

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Diante deste quadro, campos tem buscado redefinir a sua estratégia. Ao mesmo tempo em que ataca o governo da presidente Dilma Rousseff – do qual o PSB integrava a base até meados do ano passado – passou a atacar o tucano Aécio Neves, como uma tentativa de mostrar para o eleitor as diferenças entre eles, em praticamente uma cessão às pressões exercidas por Marina e seus seguidores.

A estratégia, pelo visto, teve o efeito bumerangue: bateu e voltou. Este reflexo tem aparecido nas pesquisas e acendido a luz de alerta na campanha socialista. De olho neste cenário, o PT avalia que o melhor a fazer é não trombar de frente com Campos, visando o apoio do PSB em um eventual segundo turno. Neste ponto, Lula e Campos mantém conversas frequentes e um tem procurado poupar o outro de ataques diretos. Nesta semana, o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), cujo partido apoia a reeleição e Dilma em nível nacional, disse em alto e bom som que espera o que PSB suba no palanque de Dilma caso haja um segundo turno. Vale ressaltar que Siqueira é membro da Executiva Nacional do PcdoB e uma declaração desta natureza não seria feita a troco de nada. Apesar de querer contar com o pSB em seu palanque em uma segunda fase da campanha, o PT acredita que Dilma será reeleita ainda no primeiro turno, o que coloca Campos em uma situação ainda mais delicada em relação ao cenário que tem pela frente.

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Nesta linha, Campos tem enfrentado dificuldades em casa. De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pelo PTB e divulgada esta semana pelo jornal Folha de Pernambuco, o senador Armando Monteiro possui 43% das intenções de votos. Já o ex-secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), figura com 8%, enquanto Jair Pedro (PSTU) e José Gomes Neto (PSOL) somam 2%. Já na disputa presidencial, Eduardo Campos (PSB) possui 40% das intenções de voto, contra 39% da presidente Dilma Rousseff (PT), caracterizando um empate técnico. O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) registra apenas 3% da preferência do eleitorado pernambucano. “Eduardo vai perder em casa”, diz um petebista de alto coturno.

OS próximos passos, pelo visto, serão decisivos para Campos e o PSB. Sem uma base de apoio sólida o bastante para impulsionar a sua candidatura, campos corre o risco de ver minguar até mesmo o projeto de ampliar a bancada do PSB na Câmara, cuja meta estabelecida no início da pré-campanha era passar de 35 para 50 deputados, o que colocaria e legenda como detentora de uma das maiores bancadas da Casa, elevando o potencial de Campos para firmar-se como uma das vozes principais vozes da oposição em caso de derrota no pleito de outubro. Vale ressaltar que o partido já teve pelo menos seis baixas desde então.

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Em nível estadual a situação também preocupa. Com a saída do governador do Ceará, Cid Gomes, para o PROS, o PSB perdeu não apenas um palanque estratégico, mas também um governo relativamente bem avaliado e com grande potencial eleitoral. No Espírito Santo, o candidato socialista também enfrenta dificuldades. 

Com poucas opções à mesa – comprar a briga e ver minguar ainda mais as suas chances, se aliar ao PT em um segundo turno e ter que esperar uma oportunidade que pode demorar a reaparecer ou se unir a Aécio, algo que no momento parece impensável – Campos terá dias difíceis pela frente. 

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