UFPE aciona Ministério Público para investigar ameaça a professores

Foi encontrado na sala do Diretório Acadêmico de História da universidade uma carta com uma lista de docentes, classificando-os como “doutrinadores”, “comunistas” e “uma ameaça à moral e aos bons costumes”; os alunos da instituição são tratados como “orientandos esquerdistas” e um “exército de viados, travecos, feminazis, prostitutas e todos os tipos de degenerados”

UFPE aciona Ministério Público para investigar ameaça a professores
UFPE aciona Ministério Público para investigar ameaça a professores (Foto: Divulgação)


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Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) acionou o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), solicitando que ameaças a estudantes e professores da instituição de ensino sejam investigadas.

A Procuradoria da República em Pernambuco já havia instaurado ontem (7), no final da tarde, procedimento para acompanhar a apuração policial, que tenta identificar quem deixou na sala do Diretório Acadêmico de História, na última terça-feira (6), uma carta com uma lista de nomes de professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas. O conteúdo da carta foi reproduzido em redes sociais.

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Intitulada Doutrinadores e alunos que serão banidos do CFCH, a lista apócrifa elenca uma série de docentes, classificando-os como “doutrinadores”, “comunistas” e “uma ameaça à moral e aos bons costumes”. Já os alunos da instituição são tratados como “orientandos esquerdistas” e um “exército de viados, travecos, feminazis, prostitutas e todos os tipos de degenerados”.

Em um comunicado divulgado em seu site, a universidade repudiou as ameaças e insultos que estão sendo feitos a professores e estudantes do Centro de Filosofia e Ciências Humanas “devido ao posicionamento político-ideológico, à orientação sexual e à etnia” destes. Além de acionar o MPF e a PF, a reitoria da universidade também determinou a abertura de uma sindicância interna para tentar esclarecer os fatos.

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“A UFPE não admite, sob qualquer hipótese, que a violência ameace as liberdades de cátedra e individuais, defendendo a academia como espaço para o pluralismo de ideias”, afirma a reitoria, convocando a comunidade acadêmica a denunciar casos semelhantes à Ouvidoria-Geral da instituição, por meio do site da universidade.

Repúdio

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Em suas redes, o coordenador do Programa de Pós-Gradução em Sociologia, professor José Luiz Ratton, classificou os ataques aos citados nominalmente como “ofensas às várias e desejáveis formas de afirmação da cidadania brasileira, à autonomia da universidade pública, às liberdades civis e à democracia”.

Na tarde desta quarta-feira (7), a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) realizou um ato em repúdio às ameaças, em frente ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas. De acordo com a associação, cerca de 200 pessoas participaram do ato.

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