Nassif, que falava em 200 ligações entre Cachoeira e Policarpo, agora diz que são 47

E, depois de pedir a presença do redator-chefe de Veja diante da CPI, elogia a não convocação

Nassif, que falava em 200 ligações entre Cachoeira e Policarpo, agora diz que são 47
Nassif, que falava em 200 ligações entre Cachoeira e Policarpo, agora diz que são 47 (Foto: Divulgação)


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247 – O jornalista Luís Nassif, até aqui engajado na corrente dos que defendem a convocação do jornalista Policarpo Junior, redator chefe da revista Veja, à CPI do Cachoeira, acaba de postar em seu blog um texto no qual sustenta posição inversa. Além de elogiar a não convocação de Policarpo, Nassif corrigiu para 47 – em lugar de 200 – o número de ligações telefônicas grampeas pela Operação Monte Carlo entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e o chefe da Veja em Brasília.

Abaixo:

Hora da freada de arrumação na CPMI de Cachoeira

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Enviado por luisnassif, sex, 18/05/2012 - 10:48

Autor:

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Luis Nassif

A CPMI fez bem em não convocar Policarpo Jr para depor. E a sessão de ontem deveria servir de lição para os próximos passos.

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Nos últimos anos a perda de legitimidade da velha mídia – encabeçada pela Veja – se deveu à sua arrogância e absoluto desprezo pelas instituições e pelos preceitos legais. Foi isso que a levou à aliança com o crime organizado, à disseminação da intolerância, aos ataques desmedidos à reputação de quem atravessasse seu caminho. E são esses procedimentos que estão na raiz do profundo processo de descrédito que atinge a revista.

O que de pior poderia acontecer para todos os que querem uma mídia limpa seria a repetição dos mesmos métodos pela CPMI. Só faltava, a esta altura do campeonato, atitudes que possam ser utilizadas para vitimizar a revista ou legitimar seu álibi de que defende o país contra manobras autoritárias da esquerda.

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Em que pese o clima passional e de acerto de contas que cerca toda CPMI, não se pode fugir das boas técnicas de investigação nem recorrer a qualquer método que possa ser utilizado para comprometer a credibilidade das investigações.

Por exemplo, há suspeitas fundadas de que a revista participava de um conluio criminoso com Carlinhos Cachoeira. Se há suspeitas, mesmo baseadas em indícios veementes, investigue-se antes. E existem todas as condições na própria análise do material a ser fornecido pela Polícia Federal – as 47 gravações de conversas diretas de Cachoeira e Policarpo e as infindáveis de Policarpo com outros membros da quadrilha.

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Ouvidas as conversas, haverá um trabalho de relacioná-las com matérias da própria revista e com os ganhos diretos e indiretos das duas organizões: Cachoeira e Abril. Não há lógica em produzir um escândalo por dia, mas a necessidade de construir diligentemente todas as amarras que comprovem os procedimentos criminosos da revista.

Deve-se escutar, analisar e divulgar, sem pressa, sem arrogância. Se, de fato, mostrarem provas contundentes de envolvimento criminoso, que se convoque Policarpo e Roberto Civita. Mas sem colocar o carro antes dos bois. E por dois motivos: para impedir que o sentimento de vingança se sobreponha ao da justiça; e para ouvir Policarpo apenas quando se dispuser de elementos consistentes para um bom interrogatório.

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Quando o senador Pedro Taques passa a engrossar a tal Bancada da Veja há alguma coisa de errado – e não propriamente com ele. Miro Teixeira e Álvaro Dias dependem umbilicalmente da aliança com a mídia para sua própria sobrevivência. Taques tem uma biografia impecável e é fundamentalmente um legalista.

A CPMI deveria amainar o espírito de vingança e ensinar à própria Veja como utilizar técnicas de investigação correta e consistentes, com direito ao contraditório e sem ceder ao clamor das ruas.

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A punição de Veja ocorrerá seguindo todos os procedimentos legais e analisando-se seu papel com um senso de justiça que sempre faltou à ela própria. Baixe-se a fervura e que os parlamentares comportem-se com a dignidade que sempre faltou à revista.

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