"Estou ouvindo vocês e não vou transigir com violência"

Em cadeia nacional de rádio e TV, presidente Dilma Rousseff prometeu conversar nos próximos dias com os chefes dos outros poderes e com governadores e prefeitos para elaborar o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, "que privilegia o transporte coletivo"; Dilma reforçou ainda sua promessa de reservar 100% dos royalties do pré-sal para a educação e também se comprometeu a "trazer, de imediato, milhares de médicos do exterior, para ampliar o atendimento no SUS"; ela disse que pretende receber os lideres das manifestações pacíficas; "Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil", comentou

"Estou ouvindo vocês e não vou transigir com violência"
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247 - "Estamos acompanhando com muita tensão as manifestações que ocorrem pelo país", começou a presidente Dilma Rousseff, ao se dirigir à Nação em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite desta sexta-feira. "Se aproveitarmos bem o impulso dessa nova energia política, poderemos fazer melhor e mais rápido muita coisa que o Brasil ainda não coseguiu realizar por causa de limitação política ou econômia", seguiu, destacando que "não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil" (leia a íntegra do pronunciamento).

"Corremos o risco de colocar muita coisa a perder", disse a presidente, que prometeu conversar nos próximos dias com os chefes dos outros poderes e com governadores e prefeitos para elaborar o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, "que privilegia o transporte coletivo". Dilma reforçou ainda sua promessa de reservar 100% dos recurso dos royalties do pré-sal para a educação. Ela também se comprometeu a "trazer, de imediato, milhares de médicos do exterior, para ampliar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Dilma disse ainda que vai receber os "líderes das manifestações pacíficas". "Como presidente da República, tenho obrigação de ouvir a voz das ruas e de dialogcar com todos os segmentos", destacou, acrescentando: "O Brasil lutou muito para se tornar uma país democrático, e também está lutando muito para se tornar um país mais justo". "De forma pacífica e ordeira, o governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária ataque patrimônio público e privado", defendeu.

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Lutas

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A presidente destacou que sua geração "lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida". "Muitos foram perseguidos e torturados para isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, mas não pode ser confundida com o barulho de arruaceiros", disse. Segundo ela, "a mensagem direta das ruas é pacífica e democrática: combate à corrupção e aos desvios públicos". Precisamos oxigenar nosso sistema político. É a cidadania e não o poder econômico que deve ser ouvida em primeiro lugar", disse.

"Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes. Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos poderes da república e instâncias federativas", destacou.

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Copa

Sobre a disputa da Copa do Mundo, a presidente destacou que o dinheiro investido na construção das arenas é fruto de financiamentos, que serão pagos pelos proprietários ou pelas empresas que vão operar os estádios. Ela ainda pediu que os atletas e turistas que estão no país para Copa das Confederações sejam bem recebidos, assim como os jogadores brasileiros foram quando disputaram competições em outros países.

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"Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação. Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação. E vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação", reforçou.

Gravação

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A presidente Dilma Rousseff gravou a mensagem no fim da tarde desta sexta-feira. O Palácio do Planalto confirmou às 19h que a presidente iria ocupar a rede nacional de rádio e tevê às 21h. Ela falará por 10 minutos. A gravação do pronunciamento foi dirigida pelo marqueteiro João Santana, e também contou com a participação do ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. Nesta noite, a presidente ainda se reúne com o vice-presidente Michel Temer, o senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).

Dilma tomou a decisão de falar à Nação nesta manhã. Reunida com seu núcleo duro, em Brasília, que inclui os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, ela decidiu que iria se pronunciar, com veemência, em defesa da democracia, mas também da ordem, rechaçando de forma contundente todos os atos de violência.

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Reprovação

Dilma, que acompanhou tudo pela televisão ontem à noite, ficou especialmente assustada com o vandalismo em Brasília, onde o Palácio do Itamaraty, obra-prima da arquitetura mundial, foi atacado, e no Rio de Janeiro, onde houve tentativa de invasão à prefeitura e um repórter da GloboNews, Pedro Vedova, foi atingido com uma bala de borracha na testa.

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Pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira mostra que 55% dos paulistanos consideram "ruim" ou "péssima" a reação da presidente Dilma diante dos protestos que aconteceram em várias capitais brasileiras. Uma pequena parcela de 15% avalia a atuação como "ótima" ou "boa", e 27% a consideram "regular". Na pesquisa anterior, feita no dia 18, a parcela dos que reprovavam a atuação de Dilma era de 49%.

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