Éramos seis

Dilma, Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina Silva, José Serra e Joaquim Barbosa. Destes, quantos realmente têm fôlego para chegar ao fim da maratona?



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No reality show da política brasileira, a semana foi marcada por paredões importantes. O primeiro personagem eliminado foi José Serra, que, após um longo período de suspense, tomou a decisão mais previsível. Permanecerá no PSDB, onde terá espaço para, no máximo, disputar o Senado Federal, em 2014. De todos os participantes da "casa", era o que angariava menos simpatia e sua saída não é propriamente uma surpresa.

Depois, foi a vez de Marina Silva. Embora carismática, não aprendeu as regras mais elementares do jogo. A primeira delas, a de que só chega ao fim quem é capaz de cumprir requisitos básicos da política, como a organização de um partido. Diante da letra fria da lei, de nada adiantaram seus apelos para que o Tribunal Superior Eleitoral adotasse o chamado "jeitinho marineiro". Para o público externo, ela mostrou falta de competência. E jamais poderá alegar que lhe faltaram tempo e recursos para montar a sua Rede.

Joaquim Barbosa, como juiz, conta com um privilégio legal e poderá se filiar a um partido até março do ano que vem. Ainda assim, seu nome é cada vez menos lembrado como uma alternativa real de poder. Irritadiço, o ministro tem se notabilizado por confusões a cada semana – a mais recente foi a tentativa de afastar a esposa de um jornalista que trabalha no Supremo Tribunal Federal. Uma atitude incompatível com a de alguém que possa estar sonhando com voos mais altos.

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Assim, restam hoje, três personagens na casa: Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos. Ela, confortavelmente instalada na suíte principal, acompanha do alto os tropeços dos adversários. Nas próximas semanas, provavelmente, será felicitada com pesquisas que voltam a lhe dar uma vitória folgada em primeiro turno. Números que serão lidos por políticos em todos os estados e facilitarão a construção de suas alianças e de seus palanques regionais.

Nesse contexto, o próximo alvo da ofensiva será Eduardo Campos e o Palácio do Planalto fará de tudo para que ele desista da disputa. Atingido pela sabotagem dos irmãos Gomes, no Ceará, Campos viu sua base nordestina ser dividida e terá que lutar muito para reconstruir seu exército.

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O PT trabalha, claramente, para que a eleição de 2014 tenha um primeiro turno com jeito de segundo, ou seja, com apenas dois candidatos: Dilma e Aécio. A aposta é que, nesse cenário, tudo já estará resolvido em outubro do ano que vem. O PSDB, por sua vez, estimulava outras candidaturas para tentar garantir um segundo round. Mas se o novo cenário é desfavorável, ao menos garante uma polarização precoce no tradicional Fla-Flu da política, entre petistas e tucanos.

* esta coluna, publicada originalmente na revista Istoé, foi finalizada antes do acordo entre Eduardo Campos e Marina Silva, que visa quebrar a polarização acima descrita

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