Dilma faz história: enquadra espião Tio Sam

O fato é um só, goste-se dele ou não: presidente do Brasil foi a primeira líder mundial a criticar dura e publicamente espionagem dos EUA; recuo de Barack Obama com promessa de não mais espionar aliados é mérito, antes de outros, de Dilma Rousseff; foi ela quem mandou chamar embaixador ianque às falas, cancelou visita de Estado a Washington e abriu Assembleia Geral da ONU com denúncia humilhante contra invasão cibernética; mídia familiar deve reduzir papel da presidente neste embate global, mas registre-se que Dilma acaba de entrar para a história como a mulher que topou e dobrou a arrogância do Tio Sam; como diz a 'doutrina' Chico Buarque, País de hoje "nem fala grosso com a Bolívia nem fala fino com os Estados Unidos"; vídeo

O fato é um só, goste-se dele ou não: presidente do Brasil foi a primeira líder mundial a criticar dura e publicamente espionagem dos EUA; recuo de Barack Obama com promessa de não mais espionar aliados é mérito, antes de outros, de Dilma Rousseff; foi ela quem mandou chamar embaixador ianque às falas, cancelou visita de Estado a Washington e abriu Assembleia Geral da ONU com denúncia humilhante contra invasão cibernética; mídia familiar deve reduzir papel da presidente neste embate global, mas registre-se que Dilma acaba de entrar para a história como a mulher que topou e dobrou a arrogância do Tio Sam; como diz a 'doutrina' Chico Buarque, País de hoje "nem fala grosso com a Bolívia nem fala fino com os Estados Unidos"; vídeo
O fato é um só, goste-se dele ou não: presidente do Brasil foi a primeira líder mundial a criticar dura e publicamente espionagem dos EUA; recuo de Barack Obama com promessa de não mais espionar aliados é mérito, antes de outros, de Dilma Rousseff; foi ela quem mandou chamar embaixador ianque às falas, cancelou visita de Estado a Washington e abriu Assembleia Geral da ONU com denúncia humilhante contra invasão cibernética; mídia familiar deve reduzir papel da presidente neste embate global, mas registre-se que Dilma acaba de entrar para a história como a mulher que topou e dobrou a arrogância do Tio Sam; como diz a 'doutrina' Chico Buarque, País de hoje "nem fala grosso com a Bolívia nem fala fino com os Estados Unidos"; vídeo (Foto: Sheila Lopes)


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Marco Damiani _ 247 – Qual foi mesmo o presidente brasileiro que topou de frente uma parada indigesta com os EUA e fez a nação mais poderosa do planeta recuar?

Não havia exemplo nenhum para responder essa questão, mas desde esta sexta-feira 17, quando o presidente americano Barack Obama disse diante do mundo que "os EUA não vão mais espionar aliados", agora o Brasil tem uma resposta: Dilma Rousseff. uma presidenta.

Goste-se ou não, interprete-se à esquerda ou à direita, o fato é que Dilma foi a primeira chefe de Nação a reagir dura e publicamente à descoberta de que, primeiro, milhões de cidadãos nacionais haviam tido e-mails rastreados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana e, segundo, parte do governo e ela própria haviam sido bisbilhotados.

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As revelações, a partir das informações transmitidas pelo analista americano exilado na Rússia Edward Snowden, começaram a se dar na metade do ano. E de pronto Dilma levou o governo a retrucar à altura.

Num gesto firme, ela cancelou a visita oficial que faria aos EUA, em outubro, onde, em Washington, na Casa Branca, seria recebida com honras de convidada de Estado.

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Não adiantaram as tentativas dos Estados Unidos de, por todos os canais diplomáticos, demover Dilma da decisão de não viajar – o que iria caracterizar  profunda decepção do Brasil com o comportamento do Tio Sam e, ao mesmo tempo, uma forte reprimenda. Ela ficou no Brasil e ainda determinou ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo, antes de anunciar o cancelamento, que chamasse o embaixador americano em Brasília às falas.

Em Nova York, durante seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro, feito imediatamente antes de Obama ocupar o mesmo púlpito, Dilma enumerou as trampolinagens dos arapongas ianques:

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- Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico – estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República do Brasil tiveram suas comunicações interceptadas", relatou a presidente brasileira diante do concerto das Nações.

Ela concluiu, sem conciliar com o poderio americano como, talvez, outros fizessem e, na prática, como já se fez muito ao longo da história do Brasil:

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- Imiscuir-se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas", ensinou Dilma.

A verdadeira lição de moral da presidente sobre o governo Obama -- repita-se, goste-se ou não, avalie-se à direita ou à esquerda --, deu todo o resultado esperado. Sucedida pela revelação sobre a espionagem ao telefone celular da chanceler alemã Ângela Merkel, a pregação de Dilma pelo recuo efetivo, na prática, da arapongagem americana, ganhou corpo na comunidade internacional.

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Relembre-se: a presidente começou sozinha a reação à invasão cibernética americana e, durante a jornada, ganhou o apoio de novos fatos e de praticamente todos os países que contam, à exceção da Inglaterra.

Para completar, num gesto que foi interpretado até mesmo como retaliação econômica, Dilma levou o governo ao ponto de, em meio a esse debate estratégico, comprar aviões militares suecos, os Gripen NG, na maior concorrência militar do ano, na qual os americanos concorriam com seus F-18 A. Sem confiança, sem negócio, ela quis dizer.

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O recuo de Obama e do Tio Sam nesta sexta-feira 17 foi resultado de muitas pressões. E a primeira pressão foi feita pela presidente do Brasil.

Abaixo, o discurso de Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro:

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