Largada na frente de Aécio desafia rota de Dilma

Senador tucano marca oito pontos de vantagem em primeira pesquisa do segundo turno; adesões do PSB, PV e PSC, além de declaração de neutralidade do PSOL, agregam boas notícias para Aécio Neves; comando da campanha da presidente Dilma Rousseff vai usar carta do elitismo tucano para buscar desconstrução do adversário; com Marina Silva deu certo, mas histórico mostra que quem sai na frente no segundo turno carrega vantagem até as urnas; PT desafiado a sair do córner

Teresina - PI, 08/10/2014. Dilma Rousseff durante a plenária com prefeitos e lideranças no Atlantic City Club. Foto: Ichiro Guerra
Teresina - PI, 08/10/2014. Dilma Rousseff durante a plenária com prefeitos e lideranças no Atlantic City Club. Foto: Ichiro Guerra (Foto: Aline Lima)


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247 – O que já era percebido nos comandos das campanhas presidenciais ganhou os primeiros números de pesquisas: o senador Aécio Neves largou  na frente da presidente Dilma Rousseff no segundo turno. Com 54% das intenções de votos válidos para o dia 26 deste mês, segundo o Instituto Paraná de Pesquisas, o tucano apareceu 8 pontos à frente da petista, que marcou 46%. Esses porcentuais poderão variar nos próximos levantamentos, mas não se acredita numa inversão imediata de posições entre os candidatos.

O primeiro quadro é mesmo balizador. Nele, se para o PSDB se manter na dianteira a fórmula parece ser a de fazer ‘mais do mesmo’, no caso do PT a tarefa é mais difícil. A partir de agora, o favoritismo trocou de lado e vai sendo encorpado pelo adversário. O histórico de eleições resolvidas em segundo turno mostra que o candidato que larga na frente, como fez a própria Dilma em relação a José Serra, em 2010, chega na frente também nas urnas.

Aécio conseguiu no primeiro turno com 33,6% dos votos em disputa no domingo 5, dando um salto, agora, segundo o primeiro levantamento registrado, para 49% das intenções de votos nominais. Havia uma forte tendência de ele ser o depositário da maior parte dos votos dados contra o governo, dirigido à  candidata Marina Silva, do PSB, e aos chamados ‘nanicos’. Esse ganho está se confirmando e  começou a ser apurado agora.

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Para Dilma, que fechou o primeiro turno com 41,5% dos votos em disputa no domingo 5, ainda não teria ocorrido crescimento algum, segundo o Instituto Paraná. Ela manteve na pesquisa o mesmo índice de seus votos na primeira volta.

A presidente conseguiu, nesta campanha, alcançar quem aparecia na frente nas pesquisas. Logo após ter seu nome lançado pelo PSB, Marina surgiu numa pesquisa Datafolha com dez pontos à frente de Dilma. Com uma dura campanha de desconstrução da adversária, o PT não só anulou a vantagem, como, efetivamente, terminou na dianteira.

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Agora, mesmo que pareça mais difícil, a mesma aposta será feita. Em João Pessoa, na Paraíba, nesta quarta-feira 8, Dilma taxou o PSDB de “elitista” e bateu novamente na tecla de que o partido não tem compromisso com as políticas sociais que ela desenvolveu. Em São Paulo, nesta quita 9, o ex-presidente Lula promete voltar à campanha, liderando uma plenária partidária.

Pela televisão, no horário eleitoral gratuito, o comando da campanha promete abrir baterias já a partir de amanhã, nos dez minutos de propaganda que a presidente dispõe.

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Um problema da estratégia de demolição é que, superada a fase dos tempos diferentes de exposição no horário político, Aécio, agora, também terá seus dez minutos para se defender, atacar ou passar a mensagem que achar mais adequada. Marina não chegou a contar com essa isonomia. Aécio também não, ele que tinha pouco mais de quatro minutos como espaço na propaganda eletrônica.

Nas conquistas de apoios formais, Aécio igualmente ocupou o espaço possível, enquanto Dilma não obteve nenhum novo trunfo. Mesmo sem, ainda, uma palavra direta de adesão de Marina, o comando nacional do PSB decidiu nesta quarta-feira 8 apoiar formalmente Aécio, assim como, mais cedo, haviam feito o  PSC do candidato Pastor Everaldo e o PV de Eduardo Jorge. O PSOL, legenda da qual o PT chegou a esperar apoio, declarou neutralidade. Mesmo pedindo “nenhum voto para Aécio”, a ex-candidata Luciana Genro não declarou qualquer apoio a Dilma.

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No primeiro turno, a presidente chegou a ser ultrapassada por Marina em dez pontos percentuais nas pesquisas sobre o segundo turno, mas jamais havia ficado atrás de Aécio. Neste sentido, o salto que ele empreende agora é um desafio e tanto a ser vencido. Pelo inusitado da situação e pelo momento em que acontece, quando há muito pouco espaço político e, também, pouco tempo físico para uma virada sobre a virada. O PT está diante de seu momento eleitoral mais difícil dos últimos 12 anos.

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