Cunha é denunciado ao Conselho de Ética
Bancada do PSOL, liderada pelo deputado Chico Alencar (RJ), entregou requerimento ao Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar; requerimento conta com o apoio de 38 parlamentares, 30 deles ligados ao PT; agora será aberta uma investigação contra o deputado, que pode ser punido com apenas uma advertência ou ter seu mandato cassado
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247 - O PSOL entregou nesta terça-feira 13 um requerimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar.
"Espero que ele (Cunha) tenha vida curta (na presidência da Câmara)]. Espero que ele seja Cunha, o breve", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). A bancada é liderada por Chico Alencar (PSOL-RJ).
O partido anexou à representação o ofício da Procuradoria Geral da República confirmando a existência de contas abertas em nome de Cunha e seus familiares na Suíça, por onde passaram ao menos R$ 23 milhões.
A partir da representação do PSOL, haverá a abertura de investigação contra Cunha, para apurar supostas irregularidades cometidas pelo deputado. Ele pode ser punido com apenas uma advertência ou ter seu mandato cassado.
O PSOL conta com o apoio de 38 deputados, sendo 30 deles filiados ao PT. Pedido pela cassação de Cunha também conta com o apoio de parlamentares do PPS, Pros e PSB.
Abaixo, reportagem da Reuters:
PSOL pede cassação de Cunha ao Conselho de Ética da Câmara
BRASÍLIA (Reuters) - A bancada do PSOL apresentou nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A representação baseia-se não só em delações premiadas em que Cunha é acusado de receber propina do esquema investigado pela operação Lava Jato, mas também na confirmação, dada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de que o presidente da Câmara tem contas em seu nome e em nome de familiares na Suíça, o que ele havia negado em depoimento na CPI da Petrobras.
Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a situação de Cunha é "insustentável" e já não permite que ele presida sessões na Casa. Para Valente, Cunha mentiu quando, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, afirmou não ter nenhuma conta no exterior além da inserida em sua declaração de Imposto de Renda, o que configuraria quebra de decoro parlamentar.
"Eu espero que ele tenha vida curta, que seja Cunha, o breve", afirmou o deputado do PSOL. "Até os partidos de oposição de direita pediram a saída do Eduardo Cunha", disse, referindo-se a nota divulgada no fim de semana em que partidos de oposição defendem que Cunha deixe a presidência da Câmara.
Na semana passada, em documento encaminhado ao PSOL, a PGR confirmou a existência das contas em nome de Cunha e familiares na Suíça e afirmou que elas estão bloqueadas, após investigação do Ministério Público suíço que apurava crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.
O Ministério Público da Suíça transferiu para o Brasil uma investigação que relata supostas contas bancárias em nome de Cunha e familiares.
O presidente da Câmara já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o acusa de receber propina em suposto esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Lava Jato.
Além do PSOL, parlamentares de outras legendas assinam a representação.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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