Preso da Carne Fraca diz que peemedebista recebeu “muito dinheiro” do esquema
Deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), eleito por unanimidade nesta quinta-feira (23) para ocupar a presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, aparece em um dos grampos da Operação Carne Fraca como tendo recebido "muito dinheiro" do fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, apontado como líder do esquema investigado pela Polícia Federal; no grampo autorizado pela Justiça, um representante de uma cooperativa chega a dizer que o parlamentar tem o "rabo preso"
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247 - O deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR), eleito por unanimidade nesta quinta-feira (23) para ocupar a presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, aparece em um dos grampos da Operação Carne Fraca como tendo recebido "muito dinheiro" do fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, apontado como líder do esquema investigado pela Polícia Federal. No grampo autorizado pela Justiça, um representante de uma cooperativa chega a dizer que o parlamentar tem o "rabo preso".
O nome do peemedebista apareceu em um dos grampos da Polícia Federal em abril do ano passado em um diálogo mantido entre o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura Gil Bueno de Magalhães e um representante da Cooperativa Agroindustrial Castrolanda, em Castro (PR), identificado apenas como Francisco.
Na ocasião, Francisco pergunta a Gil Bueno sobre o peemedebista e se "aquele Sérgio Souza, pelo que me falaram, ele tá, ele tá a favor do PT nessa história do impeachment". Gil então responde: "Hã han. Tá. Ele recebe, ele recebeu muito dinheiro do suspenso aí (em referência ao fiscal agropecuário Daniel Filho, que na época estava suspenso do serviço de fiscalização em função de um processo administrativo do Ministério da Agricultura). Francisco responde sorrindo: "Ah...ah, ele tá com o rabo preso".
A conversa entre eles foi registrada na véspera da votação pela Câmara da continuidade do processo de impeachment contra a presidente deposta Dilma Rousseff. Apesar disto, a Polícia Federal não identificou suspeitas de crimes que teriam sido cometidos por políticos com foro privilegiado.Além de ter o seu nome citado nos grampos, a senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu (PMDB-TO) também afirmou, em discurso na tribuna do Senado, que teria sido pressionada por Souza e pelo atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para manter Daniel Gonçalves no cargo.
Em uma outra conversa interceptada pelos agentes federais, a chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Maria do Rocio, diz a um funcionário de uma das empresas investigadas na Operação Carne Fraca, que o peemedebista teria prometido "segurar, segurar, segurar", Daniel no cargo.
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