Sem PT, Ciro quer repetir Lula paz e amor de 2002
Fechadas as portas para uma aliança com o PT, pelo menos no curto prazo, Ciro Gomes tenta ampliar a aceitação de sua candidatura no mercado; para isso, ensaia reeditar o "Lula paz e amor" das eleições de 2002; acena com o empresário Benajmin Steinbruch ser seu vice, repetindo o perfil da chapa Lula-José Alencar; ao mesmo tempo, o coordenador de seu programa econômico, Mauro Benevides Filho tem anunciado um programa ao estilo do que fez Antonio Palocci, coordenador da campanha de 2002 e principal redator da "Carta aos Brasileiros".
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247 - Com as chances de uma aliança imediata com o PT afastadas, Ciro Gomes começa um movimento político para ampliar a aceitação de sua candidatura no mercado. Nos últimos dias, o candidato do PDT sinalizou que pretende reeditar o "Lula paz e amor" das eleições de 2002. A possibilidade de o empresário Benajmin Steinbruch ser seu vice repete o perfil da chapa Lula-José Alencar. Ao mesmo tempo, o coordenador do programa econômico de Ciro, Mauro Benevides Filho tem acenado ao mercado um programa ao estilo do que fez Antonio Palocci, coordenador da campanha de 2002 e principal redator da "Carta aos Brasileiros".
Benjamin Steinbruch filiou-se discretamente ao PP em 4 de abril, três dias antes do encerramento do prazo para quem deseje concorrer em 2018 e, segundo o presidente do PDT, Carlos Luppi, seria o nome ideal para compor a chapa com Ciro Gomes. Dono do grupo Vicunha Têxtil e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e um dos homens mais ricos do país, o perfil de Steinbruch assemelha-se ao de José Alencar que, à época das eleições de 2002, era dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) -ele morreu de câncer em 2011. Ciro e Steinbruch são amigos há 20 anos e entre 2015 e 2016 o candidato do PDT foi diretor da Transnordestina Logística, subsidiária da CSN. Da mesma maneira que Alencar foi atuante na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), chegando a ser seu presidente, Steinbruch é o primeiro vice-presidente da Fiesp. Seria, aos olhos dos articuladores da campanha de Ciro, um Alencar "atualizado".
Ao mesmo tempo, se Ciro não fez sua "Carta aos Brasileiros", seu coordenador econômico, Mauro Benevides Filho, deu declarações com o objetivo de acalmar o mercado em relação ao programa econômico de Ciro. Defendeu a manutenção do ajuste fiscal, a reforma da Previdência, privatização de estatais e a manutenção de uma gestão conservadora dos juros. Benevides era até um mês atrás secretário da Fazenda do Ceará, governado por Camilo Santana, do PT.
Ciro conseguirá ser a reedição do "Lula paz e amor" de 2002? Haverá um "Ciro paz e amor". As próximas semanas indicarão a viabilidade da estratégia do candidato do PDT.
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