Mourão: Bolsonaro vai 'tomar decisão' sobre Bebianno e dar 'ordem unida' nos filhos

"O presidente vai tomar uma decisão, foi uma coisa que ele me disse. Acho que ele está aguardando o momento para conversar com o ministro e acertarem os ponteiros", disse à Reuters o vice-presidente, que contou ter conversado com Bolsonaro no início da tarde; ele também avaliou que o chefe do Executivo "vai dar uma ordem unida na rapaziada", em uma referência aos filhos do presidente; sobre o escândalo do PSL, reafirmou: "A minha posição é uma só: se tem denúncia, tem de ser apurada"

Mourão: Bolsonaro vai 'tomar decisão' sobre Bebianno e dar 'ordem unida' nos filhos
Mourão: Bolsonaro vai 'tomar decisão' sobre Bebianno e dar 'ordem unida' nos filhos


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Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira, em entrevista exclusiva à Reuters, que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ainda vai tomar uma decisão sobre a permanência no cargo do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e avaliou que o chefe do Executivo "vai dar uma ordem unida na rapaziada", em uma referência aos filhos do presidente.

"O presidente vai tomar uma decisão, foi uma coisa que ele me disse. Acho que ele está aguardando o momento para conversar com o ministro e acertarem os ponteiros", disse à Reuters o vice-presidente, que contou ter conversado com Bolsonaro no início da tarde.

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Envolvido em denúncias de que o seu partido, PSL, teria criado candidatas laranja para ter acesso a recursos do financiamento público de campanha, Bebianno entrou em um processo de fritura e sofreu um ataque direto de um dos filhos do presidente, Carlos. O vereador chamou o ministro de "mentiroso" em sua conta no Twitter, negando que Bebianno tivesse conversado com Bolsonaro, como tinha afirmado.

Na sequência, Carlos vazou um áudio enviado por Bolsonaro a Bebianno em que o presidente dizia que não poderia conversar com seu ministros. No início da noite de quarta, Bolsonaro compartilhou os tuítes do filho.

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"Eu acho que ficou chato essa discussão via imprensa", comentou o vice-presidente, acrescentando que foi uma escalada de fatos, com Bolsonaro incomodado com as denúncias, e que terminou com a entrada de Carlos "no circuito".

"A minha posição é uma só: se tem denúncia, tem de ser apurada. Aí você toma a atitude. Eu acho que condenar uma pessoa a priori acho muito chato."

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O envolvimento direto de um dos filhos do presidente e o vazamento de um áudio de Bolsonaro enviado a um ministro incomodaram ministros e parlamentares da base. Mourão acredita que Bolsonaro deverá colocar ordem na atuação da família a partir de agora.

"A minha visão é que estamos num momento de acomodação. Também tem que ser levado em conta que o presidente vem passando por uma série de problemas de saúde. É óbvio que isso deixa a pessoa numa situação mais frágil. Agora está voltando sem a preocupação de ter de fazer mais cirurgias, de correr riscos, então eu acredito que ele vai dar uma ordem unida aí nessa rapaziada", disse o vice-presidente.

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Mourão afirmou que existe muita "ilação" na avaliação de que há influência dos filhos de Bolsonaro —Carlos, vereador no Rio de Janeiro, Eduardo, deputado federal, e Flávio, recém-eleito senador— dentro do governo, mas que possivelmente agora, fora do hospital, Bolsonaro deve chamar seus filhos para conversar.

"O que ocorre é que compete ao presidente chamar os filhos e dizer: 'olha, fulano atua no Senado, sicrano na Câmara dos Deputados e o outro na Câmara de Vereadores. Façam lá esse trabalho de apoio às ideias do governo'", defendeu Mourão.

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O vice-presidente contou à Reuters que ele mesmo conversou com Bebianno, que lhe mandou mensagens ainda de madrugada. O ministro, disse Mourão, estaria "magoado" com toda a situação. O vice o aconselhou a se acalmar e esperar para falar com o presidente.

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