Colunistas lançam blitz contra Lula e Dilma

Ex-presidente Lula e até a presidente Dilma são alvos de marcha que une, sem exceção, as estrelas da mídia tradicional; Gaspari, pela Folha e o Globo, dispara contra a presidente de faxina ética "mequetrefe"; Merval, sem enxergar crescimento do emprego e renda, fala em "ano perdido" na economia; Nunes, para a Abril, aborda "a amante" de Lula, Rose Noronha; udenismo, lacerdismo e até geiselismo em alta entre os famosos 'formadores de opinião'

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Marco Damiani _247 – Uma verdadeira blitzkrieg, como diziam os alemães na Segunda Guerra, ou razia, para os italianos mais chegados ao fascismo – ambos os termos significando ataque em massa, com força total e extrema organização – está em curso contra, ao que parece, 'tudo o que está aí' na área do governo e de seu mais importante representante no terreno popular, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tome-se qualquer grande jornal ou revista de papel.

Motivos, para artilheiros como Elio Gaspari, Merval Pereira, Eliane Cantanhêde, Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Dora Kramer, Ricardo Noblat e outros não faltam para atacar as balizas governistas. Especialmente depois que a Operação Porto Seguro revelou a existência de mais uma quadrilha infiltrada na máquina pública.

Por ora, Lula é o alvo. Mas uma mudança de rumos pode estar em marcha, como sinaliza o colunista Lauro Jardim, da revista Veja. "A cúpula do PSDB vai deixar um pouco Lula de lado e centrar fogo em Dilma Rousseff. Não vai mais poupá-la. Com o olho voltado para 2014, quer botar as mazelas do Brasil na conta dela o quanto antes", diz ele.

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Esse movimento já começou a acontecer. Neste domingo Gaspari tenta posicionar a presidente Dilma Rousseff no córner. Diz que as "suas faxinas são mequetrefes", afirma que ela "não combate a corrupção" e pede uma "verdadeira politica moralizadora do governo e da nação petista". Como se essa receita perfeita dependesse só da presidente para ser executada – e, pior, como se Dilma nada estivesse fazendo ou já tivesse feito a respeito do combate aos malfeitos. 

Profundo conhecedor da máquina do poder, desde os tempos em que passeava de barco, ouvia segredos e dividia piadinhas com o general presidente Ernesto Geisel e o seu ministro bruxo Golbery do Couto e Silva, Gaspari sabe, é claro, que os poderes presidenciais, até mesmo dos ditadores, têm limites. Pedir para Dilma sair em praça pública se adiantando às instituições e, ao mesmo tempo, não fazer juízo de valor sobre os esquemas, esqueminhas e esquemões que lê na mídia, é realmente, para ele, uma posição confortável – mas, em última análise, bastante diferenciada em relação ao passado.

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Igualmente é fácil para Merval Pereira, pelo Globo, enveredar pela seara da economia e batizar de "ano perdido" o 2012 que tem a menor taxa de desemprego em dez anos, contra duas, três vezes mais na Europa. Mas fica claro que os ataques a Dilma se darão em duas frentes: a corrupcão (herdada de Lula, como diz Ferreira Gullar) e a economia, que vem crescendo  pouco. 

No campo da sustentação ao governo, os cardeias, bispos e até coroinhas da mídia encontraram uma presa fácil e apetitosa na chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, e tratam de usá-la como cabeça de ponte, na linguagem da guerra, para bombardear o ex-presidente Lula. Alvo permanente e de maior valia para os colunistas, aos quais nunca paparicou, pediu benção ou levou para andar de lancha pela costa de Itaparica, Lula sofre mais um julgamento moral. "Em Taquaritinga, ninguém confunde amizade com amigação", registrou Augusto Nunes, de Veja, citando, como gosta, sua progressista cidade natal, no interior de São Paulo. Nunes, que já exerceu cargos de poder na mídia, sempre pareceu um militante pelo separatismo entre a vida pública e a privada dos poderosos.

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O poeta Ferreira Gullar usa seu espaço de comentarista político na mídia tradicional para prosear também  sobre o que acredita ser a falta de senso moral de Lula, mesmo que não haja qualquer acusação formal contra o ex-chefe de Estado. "Para Lula, não há valores: vale o que levar o poder", diz ele, tranquilamente, sem qualquer menção de mostrar o mesmo rigor frente a tantos outros personagens da política nacional. Quanto menos lembrar dos milhões de votos que o ex-presidente sempre teve em sua carreira política. Gullar é atirador de elite, que seleciona seu alvo, como faz, por exemplo, o cineasta Arnaldo Jabor. A figurinha carimbada é Lula, as outras, para eles, pouco ou nada valem.

Agora, o exército da moralidade ganhou a adesão de um grande general.  O jornalista Mino Carta, um dos maiores admiradores do estilo de gestão do ex-governador Orestes Quércia, falecido ano passado, volta suas baterias para os pontos selecionados por seus antigos patrões. "O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram", cravou ele na sua Carta Capital.

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