Brizola deve deixar ministério do Trabalho

Palácio do Planalto decide entregar a cabeça do ministro do Trabalho, Brizola Neto, para reconstruir as pontes com o PDT e solidificar a aliança de Dilma para a reeleição, em 2014; "a decisão cabe à presidente e não me cabe comentar", disse Brizola Neto à agência Reuters nesta quarta, já indicando estar de malas prontas para deixar o governo

Brizola deve deixar ministério do Trabalho
Brizola deve deixar ministério do Trabalho (Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ABR)


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Por Ana Flor

BRASÍLIA, 6 Mar (Reuters) - O ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), deve deixar o cargo já na próxima semana, como parte da reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff começa a fazer para acomodar aliados com vistas à campanha eleitoral de 2014, informaram à Reuters fontes do Planalto e próximas do ministro.

A saída de Brizola Neto, menos de um ano depois de tomar posse, é uma das reivindicações da cúpula do PDT para que o partido volte a dar apoio ao governo no Congresso. Apesar de ser da base aliada, o PDT tem causado problemas ao votar contra a orientação do Planalto no Legislativo.

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"A decisão cabe à presidente e não me cabe comentar", disse Brizola Neto à Reuters nesta quarta. "Mas discordo da ideia de que a posição de um, dois ou três nomes representem todo o partido, ainda mais da envergadura do PDT", afirmou ele.

As lideranças do PDT pedem que Brizola Neto seja substituído pelo secretário-geral do partido, Manoel Dias, segundo disseram as fontes. Apesar de não ter a simpatia do Planalto, Dias poderá ser aceito por ser considerado um nome capaz de unificar a parcela majoritária do partido, liderada pelo presidente da legenda, Carlos Lupi. Desde 2011, esse grupo tenta emplacar seu nome na pasta.

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"Me entristece ver algumas pessoas exigirem um cargo em troca de apoio político, isso não é do feitio do PDT", acrescentou o ministro.

As relações do Planalto com o PDT não estão boas desde 2011, quando Lupi deixou o Ministério do Trabalho na esteira de denúncias de irregularidades.

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Para piorar, Dilma escolheu para o cargo um nome do PDT que não contava com o apoio de Lupi. A relação entre o atual presidente do partido e o ministro se deteriorou ainda mais, e os dois travam uma disputa política dentro do partido, que realizará eleições para a diretoria no fim de março.

O Planalto não gostou da aproximação do PDT com setores do PSDB e em especial do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência em 2014.

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Há poucas semanas, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com Lupi. Na ocasião, ela afirmou que gostaria de manter a aliança com o PDT na campanha de 2014.

Lupi chegou a confirmar à Reuters que, no encontro com Dilma, se queixou da interferência do ex-marido da presidente, Carlos Araújo, no partido --o advogado gaúcho foi deputado pelo PDT, do qual se desfiliou, e defende a ascensão do grupo de Brizola Neto na sigla.

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Além de trocar o comando do Ministério do Trabalho, a reforma ministerial deve ampliar o espaço do PMDB, principal aliado do PT no governo, na Esplanada e abrir espaço para o PSD, que se tornou uma das maiores bancadas do Congresso e passará a integrar a base aliada. Essas outras mudanças devem acontecer ainda neste mês, mas não necessariamente na semana que vem, segundo fontes.

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