O plano do PT para tomar “Estados centrais” do PSDB

Partido espera dar pulo do gato nas próximas eleições, contou ao 247 um integrante do Diretório Nacional da legenda; pela primeira vez, petistas vislumbram chance real de bater tucanos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná; presidente Dilma, ex Lula e aliança com PMDB são peças centrais dessa estratégia para 2014; uma das grandes apostas é conquistar o governo de Goiás com o atual prefeito de Goiânia, Paulo Garcia; projeto contempla reeleição em Brasília e grandes chances no Rio, mas reconhece dificuldades na Bahia e no Rio Grande do Sul

O plano do PT para tomar “Estados centrais” do PSDB
O plano do PT para tomar “Estados centrais” do PSDB


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247 - Debruçados sobre o mapa do Brasil, analisado sob a projeção do cenário de  verdadeira guerra eleitoral a ser travada em 2014, integrantes do alto comando do PT vislumbram oportunidades inéditas.

"Nunca tivemos tanta chance de bater os tucanos nos Estados centrais como a que vai acontecer nas próximas eleições", conta ao 247 um dos mais estrelados generais do Estado-Maior petista. Pede segredo sobre o próprio nome, em troca de contar, a pedido, detalhes a respeito de como o partido vê o quadro e se prepara para agir. Combinado.

SÃO PAULO _"Em São Paulo, os tucanos estão divididos e desgastados. Nunca isso foi tão forte", conta o civil com cacoete de estrategista militar. "O preconceito contra nós, especialmente no interior, diminuiu".

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As vitórias no ano passado de Fernando Haddad, na capital, Carlinhos Almeida, em São José dos Campos, e o desempenho de Marcio Pochmann, que saiu de 2% para um segundo turno em que marcou mais de 40% em Campinas, são contabilizados como prenúncios de que as baterias anti-aéreas contra o PT estão ficando obsoletas. "O discurso deles do preconceito se enfraqueceu porque os governos de Lula e Dilma efetivamente fizeram diferença a favor do povão", avalia. "Dizer que não sabemos realizar não cola mais, enquanto nós, sim, poderemos mostrar que eles não sabem promover crescimento com distribuição de renda".

O candidato do PT em São Paulo ainda não está definido. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, continua tendo forte apoio nas mesas de decisões dos diretórios estadual e nacional do partido, apesar da derrota em primeiro turno em 2008. Acredita-se que o resultado se deveu mais a problemas na campanha do que do propriamente do candidato. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nome assoprado por Lula, poderá assumir o papel do novo, tal qual foi dado por Lula a Haddad. Mas a hipótese do próprio Lula concorrer, aberta pela postura dele nos comerciais do partido que estão sendo veiculados esta semana em rede estadual, é cada vez mais frequente. Mesmo em "off", porém, o desejo do chefe supremo não desperta comentário. "Lula é Lula", reume, num sinal de que ele pode fazer o que quer que será atendido.

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RIO DE JANEIRO _"O senador Lindbergh é pra valer e pra vencer", crava o petista na conversa com 247. Além de competitivo, a instância diretiva do partido vê no senador um quadro que saberá aproveitar, com um bom desempenho no corpo a corpo com o eleitorado, o flanco aberto pelo PMDB com a pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão. "Nossa aliança poderá ser mantida lá, mas no segundo turno. Na primeira volta, cada um deverá ter seu candidato e ambos na sustentação da candidatura Dilma", prega.

O PMDB fluminense já expressou que não aceita o nome de Lindbergh em oposição a Pezão. O petista suaviza. "Vamos deixar os fatos falarem por si mesmos, as coisas andarem", diz. "Sempre demos sustentação ao governo de Sergio Cabral, a convivência sempre foi boa. A dramaticidade é própria do momento, mas quando a situação esfriar a conclusão poderá ser outra". Para ele, "disputas, mesmo entre aliados, fazem parte da democracia".

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MINAS GERAIS _Ao falar sobre Minas Gerais, é como se o comandante petista estivesse esfregando as mãos. Ganhar no Estado seria um sonho tão doce quanto o pesadelo amargo que corresponderia aos tucanos. "Anatasia não tem reeleição", lembra sobre o govenador Antonio Anastasia. "Temos dois nomes, ambos fortes, vai depender da conjuntura". O primeiro da fila é o vice-governador Alberto Pinto Coelho. Ele entrou na chapa de Anastasia quanto PSDB e PT se aliaram no pós-governo de Aécio Neves. O partido pretende aumentar o cacife na divulgação do nome dele pelo Estado. Por outro lado, o Ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, igualmente é bem recebido entre a cúpula. "Não temos pressa nessa definição", sorri o capa-preta petista.

O mais importante para o PT, em Minas, agora, é sacramentar uma aliança verdadeira, daquelas em que todos os caciques e índios se envolvem, com o PMDB. Não é por outra razão que a presidente Dilma acertou com o vice Michel Temer, no escopo da reforma ministerial, dedicar a pasta da Agricultura ao deputado Antonio Andrade, presidente do PMDB-MG. O partido queria os Transportes, mas ter influência na área rural e a vice do candidato petista a governador pode ser suficiente.

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O melhor campo para os vermelhos tem o senador Aécio Neves como candidato a presidente da República. "Sem ele e sem reeleição para Anastasia, eles não têm ninguém forte". Com Aécio comandando as forças tucanas nas Alterosas, entretanto, os petistas admitem que a luta será bem mais dura. "Seja contra quem for, iremos disputar".

PARANÁ _No Paraná, a munição já está dedicada à ministra Gleise Hoffmann, da Casa Civil. O reforço do apoio do prefeito recém eleito de Curitiba, Gustavo Fruet, do PDT, dá a tranquilidade da superioridade numérica e estratégica ao PT sobre o PSDB. Tirante o charme da própria Gleise, em cujo palanque a presidente Dilma fará questão de subir. "Não se trata de otimismo, mas a possibilidade de ganharmos no Paraná está muito presente", anima-se o dirigente petista.

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GOIÁS _Uma das grandes apostas é conquistar o governo goiano com o atual prefeito da capital, Goiânia, Paulo Garcia. Ele assumiu em 2010, como vice-prefeito de Iris Rezende, e foi reeleito com bastante facilidade nas últimas eleições. Hoje, é um forte nome dentro do PT para disputar contra a reeleição do atual governador, Marconi Perillo, do PSDB. 

RIO GRANDE DO SUL _O mesmo entusiamo se transforma em preocupação quando se passa para uma avaliação do quadro no Rio Grande do Sul. Geograficamente, não se trata de um Estado  central, nem está com os tucanos. Ao contrário, é petista e, economicamente, trata-se de uma das maiores potências do País, com grande capacidade de irradiação política. Aí estão exatamente os problemas. Para os chefes do partido, nem a economia do Estado vai bem nem o governo é bem compreendido. "Tarso vive mais fora do que dentro da nossa casa", lamenta o estrategista partidário, referindo-se ao governador Tarso Genro. A luz que o gaúcho joga sobre si mesmo parece ofuscar a visão do comando partidário, que empurra o caso para a pauta das questões a resolver. "Não achamos que estamos bem lá", sublinha a fonte, fazendo menção de que esse é o entendimento da maior parte dos seus colegas líderes.

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DISTRITO FEDERAL _Agora sim, voltando a atenção para o exato centro geográfico do País, o petista acredita na reeleição do governador Agnelo Queiroz no Distrito Federal. "Apesar de toda a oposição, a gestão de Agnelo começa a fazer diferença", estabelece. Uma série de quadros considerados de primeira linha do governo federal foram deslocados para a gestão de Brasília. Os programas sociais dinamizados em conjunto com a administração Dilma deverão ter um bom efeito eleitoral na cidade. "E o próprio Agnelo é um quadro hábil, que determinou as prioridades corretas para o seu governo".

BAHIA _Na lógica da dúvida também está a Bahia, onde o governador Jaques Wagner não tem mais a possibilidade da reeleição. "Gabrielli será um bom candidato", acredita o dirigente, referindo-se ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. "E Wagner vai deixar um herança popular, mas o aadversário virá embalado". O ressurgimento do carlismo, com ACM Neto na Prefeitura de Salvador, ressoa forte nos radares do PT. "O enfrentamento vai ser duro, o adversário tem máquina na capital. O resultado pode correr para os dois lados".

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DISTRITO FEDERAL _Agora retomando a  atenção para o exato centro geográfico do País, o chefe petista acredita na reeleição do governador Agnelo Queiroz no Distrito Federal. "Apesar de toda a oposição, a gestão de Agnelo começa a fazer diferença", estabelece. Uma série de quadros considerados de primeira linha do governo federal foram deslocados para a gestão de Brasília. Os programas sociais dinamizados em conjunto com a administração Dilma deverão ter um bom efeito eleitoral na cidade. "E o próprio Agnelo é um quadro hábil, que determinou as prioridades corretas para o seu governo". Ali, não se leva em conta  perder.

O quatro estrelas se despede. Ficam as pistas, dissimulações e informações.

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