Esquivel homenageia Marielle e Anderson e fica à vontade na favela

Na Favela da Maré, Zona Norte do Rio, a convite da Comissão Popular da Verdade — iniciativa que visa acompanhar as ações da intervenção federal no Rio de Janeiro para denunciar violações de direitos humanos, da qual é uma espécie de padrinho —, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, se posicionou contra a presença das Forças Nacionais no Rio e mostrou indignação com a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes: "Há uma necessidade cada vez mais urgente de apuração do crime, que se trata de um ataque ao povo brasileiro e à democracia"

Na Favela da Maré, Zona Norte do Rio, a convite da Comissão Popular da Verdade — iniciativa que visa acompanhar as ações da intervenção federal no Rio de Janeiro para denunciar violações de direitos humanos, da qual é uma espécie de padrinho —, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, se posicionou contra a presença das Forças Nacionais no Rio e mostrou indignação com a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes: "Há uma necessidade cada vez mais urgente de apuração do crime, que se trata de um ataque ao povo brasileiro e à democracia"
Na Favela da Maré, Zona Norte do Rio, a convite da Comissão Popular da Verdade — iniciativa que visa acompanhar as ações da intervenção federal no Rio de Janeiro para denunciar violações de direitos humanos, da qual é uma espécie de padrinho —, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, se posicionou contra a presença das Forças Nacionais no Rio e mostrou indignação com a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes: "Há uma necessidade cada vez mais urgente de apuração do crime, que se trata de um ataque ao povo brasileiro e à democracia" (Foto: Gisele Federicce)


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Rogério Daflon, do Jornal do Brasil - Escultor e arquiteto, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz em 1980, tinha objetivos claros quando, às 9h30 de ontem, entrou no Museu do Maré, na Favela da Maré, na Zona Norte do Rio. A convite da Comissão Popular da Verdade — iniciativa que visa acompanhar as ações da intervenção federal no Rio de Janeiro para denunciar violações de direitos humanos, da qual é uma espécie de padrinho —, Esquivel deu entrevistas nas quais se posicionou contra a presença das Forças Nacionais no Rio. Deu ênfase também à sua campanha a favor da libertação de Luiz Inácio Lula da Silva, informando que, além de sua indicação para o ex-presidente concorrer ao Prêmio Nobel da Paz, tenta o apoio de mais três vencedores da mesma distinção. Por fim, quis frisar sua indignação com a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes: "Há uma necessidade cada vez mais urgente de apuração do crime, que se trata de um ataque ao povo brasileiro e à democracia".

Aos 87 anos, Esquivel ontem se dividia entre o homem que discursava e dava entrevistas e o que demonstrava uma intensa curiosidade sobre o lugar onde Marielle nascera e vivera boa parte da adolescência e vida adulta. No Museu da Maré, assinou o livro de visitas e deixou um desenho. Depois disso, movimentou-se como um jovem. Leu um texto sobre a origem da palavra "favela" no sentido de habitação popular. Interessou-se pelo fato de que soldados da Guerra de Canudos assim batizaram o Morro da Providência, no Centro do Rio. "Agora entendi porque favela!", exclamou ele. No seu giro pelo museu, se identificou com a vocação pesqueira da Maré, onde a pesca sempre teve importância para os moradores. "Meu pai foi pescador", lembrou Esquivel. Quando viu um carrinho de rolimã no museu, na seção em que a infância é o tema, também fez um comentário familiar: "Meu filho adorava andar em um desses".

Subiu a escada da palafita recriada somente para a exposição sobre a história da Maré. Gostou das cores, dos objetos e de saber que as palafitas representam o início da ocupação da favela, nos anos 1940. Contou, então, que tem um projeto na Grande Buenos Aires dedicado a meninos de rua: "Vou fazer um museu sobre a vida desses meninos. E me despeço daqui bem inspirado, cheio de ideias". Saiu à rua, e foi um arguto observador dos grafites que apareciam à sua vista. Num restaurante bem popular a quilo, confundiu-se com os moradores. Entre o barulho de talheres e o cheiro de churrasco.

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Expoente dos direitos humanos

Nascido em Buenos Aires, Adolfo Pérez Esquivel é um arquiteto, escultor e ativista de direitos humanos argentino. Ganhou projeção mundial ao coordenar a criação do Servicio Paz y Justicia en América Latina, em 1974, em Medellín, na Colômbia. O órgão dedica-se, desde sua origem, a defender os direitos humanos no continente latino-americano e a difundir a não-violência como instrumento de transformação da realidade. A iniciativa lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Antes disso, em 1968, fundou o "Jornal Paz e Justiça" — publicação que se tornou a voz do movimento pacifista no continente. Entre 1977 e 1979, foi preso por questões políticas. Durante esta reclusão, recebeu o Prêmio Memorial Juan XXIII, entregue pela organização Pax Christi Internacional. É membro do Comité da Patrocínio da Coordenação Internacional para o Decênio da Cultura da Não-violência e da Paz e presidente da Academia de Ciências Ambientais de Veneza, na Itália, ao lado de outros líderes premiados, como Dalai Lama.

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