Ato reúne 15 mil pessoas contra PEC 55 e arrocho de Sartori

Servidores estaduais ligados às fundações cuja extinção foi proposta pelo Estado esta semana, estudantes das ocupações universitárias e secundaristas, centrais sindicais e mulheres ligadas a movimentos sociais protestaram pelas ruas de Porto Alegres nessa sexta-feira, 25, contra o pacote de medidas de austeridade anunciadas pelo governador José Ivo Sartori e contra a PEC 241/55 do teto de gastos do governo Michel Temer

Servidores estaduais ligados às fundações cuja extinção foi proposta pelo Estado esta semana, estudantes das ocupações universitárias e secundaristas, centrais sindicais e mulheres ligadas a movimentos sociais protestaram pelas ruas de Porto Alegres nessa sexta-feira, 25, contra o pacote de medidas de austeridade anunciadas pelo governador José Ivo Sartori e contra a PEC 241/55 do teto de gastos do governo Michel Temer
Servidores estaduais ligados às fundações cuja extinção foi proposta pelo Estado esta semana, estudantes das ocupações universitárias e secundaristas, centrais sindicais e mulheres ligadas a movimentos sociais protestaram pelas ruas de Porto Alegres nessa sexta-feira, 25, contra o pacote de medidas de austeridade anunciadas pelo governador José Ivo Sartori e contra a PEC 241/55 do teto de gastos do governo Michel Temer (Foto: Aquiles Lins)


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Fernanda Canofre, no Sul 21 - No carro de som que preparava a concentração para o ato desta sexta-feira (25) tiveram espaço para falar: servidores estaduais ligados às fundações cuja extinção foi proposta pelo Estado esta semana, estudantes das ocupações universitárias e secundaristas, centrais sindicais e mulheres ligadas a movimentos sociais. Um dos atos mais diversos de pautas, mas com todos os movimentos convergindo em protesto contra o pacote de medidas de austeridade anunciadas pelo governador José Ivo Sartori e contra a PEC 241/55 do teto de gastos do governo Michel Temer.

Na Esquina Democrática, onde ocorreu a concentração para o ato, vários estudantes ligados às ocupações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se revezaram no microfone para levantar pautas e demandas. "Um recado, para os economistas que não estão na ocupação: o conhecimento serve para mudar a realidade. Um dia a história vai cobrar de que lado vocês ficaram. Nós queremos fazer da educação um processo de transformação da sociedade", disse uma estudante da Ocupação de Ciências Econômicas e Relações Internacionais.

O professor Mathias Luce, ligado ao Comando Geral de Greve da UFRGS, também falou ao microfone em nome do grupo. Os docentes da UFRGS entraram em greve na última terça (22), em apoio aos estudantes das ocupações. "Nós não aceitamos o sucateamento da universidade pública, não aceitamos que se formem seres humanos mutilados de pensamento com essa aberração da MP 746", declarou.

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Uma estudante ligada ao Comitê de Escolas Independentes (CEI), contrário à UBES e à UNE, trouxe a questão de gênero para as reivindicações: "No ambiente escolar sofremos com diretores machistas, professores machistas e queremos dizer que agora não vamos mais deixar passar em branco". A fala foi outra lembrança ao 25 de novembro, data da morte das irmãs Mirabal, na República Dominicana.

#NenhumaAMenos

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Marcando o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, mulheres de movimentos e coletivos que passaram o dia em atividade para marcar o #NenhumaAMenos, se concentraram a princípio no Largo Glênio Peres. Depois, elas foram chamadas para subir à Esquina e puxar o ato – com cerca de 15 mil pessoas – na linha de frente.

A faixa que era carregada pelas mulheres que conduziam a manifestação dizia: "Mulherada na luta contra o ajuste e a repressão". Um resumo da pauta. Pelo caminho, elas ficavam nas primeiras fileiras da manifestação e não permitiam intrusos. Era dia oficial de dizer chega à violência de gênero que mata uma mulher a cada 6 horas no Brasil.

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O ato seguiu pela Avenida Júlio de Castilhos até o Terminal de Ônibus do Camelódromo. Ali, os manifestantes pararam por alguns minutos puxando gritos contrários à PEC 241/55 diante de trabalhadores e trabalhadoras que esperavam o ônibus para voltar para casa. As pessoas paradas nas filas de ônibus filmavam o ato.

Ato pacífico até a dispersão

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Em seguida, o ato subiu a Rua Senhor dos Passos, em direção à Santa Casa. Porém, no entorno da Praça Dom Feliciano, o Batalhão de Choque da Brigada Militar estava posicionado fechando a passagem e deixando como única via aberta para o protesto seguir a Rua dos Andradas.

Enquanto os manifestantes entravam na Salgado Filho e depois na Avenida Borges de Medeiros, micro-ônibus com mais policiais do Batalhão de Operações Especiais da BM entravam na Rua Jerônimo Coelho, para impedir que a marcha tomasse o rumo da Praça da Matriz.

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A praça está ocupada com vigília de servidores estaduais desde o anúncio do pacote de Sartori, que trouxe nele a extinção de 9 fundações estaduais e a previsão de 1.200 funcionários demitidos.  

Os manifestantes seguiram pela Avenida Borges de Medeiros até o Tribunal de Justiça. Em frente ao TJ, puxaram uma vaia coletiva, lembrando aumentos recentes aprovados para o Judiciário.

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Em seguida, o ato entrou na Avenida Praia de Belas e seguiu para o Largo Zumbi dos Palmares, já no início da Cidade Baixa. Até esse momento, apesar da presença ostensiva da Brigada Militar marcada nas ruas laterais, com a cavalaria colocada a postos quase no final e o helicóptero – já tradicional em protestos contra o governo Temer – sobrevoando a região, o ato seguiu pacífico. Foram mais de 15 mil pessoas marchando contra a reforma que ameaça direitos.

Com o Choque fechando o final da Loureiro da Silva, em direção a Avenida João Pessoa, o ato dispersou no Largo Zumbi dos Palmares. Estudantes das Ocupas ainda aproveitaram o momento para se reunir em rodas de conversa no local.

Ainda assim, houve conflito com a PM. Um grupo de mascarados que acompanhava o ato – responsáveis por quebrar as janelas do banco Santander, ainda na Borges – decidiu insistir em seguir pela João Pessoa. Com o bloqueio do Choque, eles passaram a atirar foguetes, bombinhas e sinalizadores na direção dos policiais. Houve tentativa de quebrar vidros de um hotel localizado na Loureiro.

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Os policiais reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo. Pessoas que estavam em bares pela região, tiveram de se abrigar para escapar da fumaça.

Não houve feridos, mas no dia em que o governo Michel Temer pode ter começado sua contagem regressiva, com a demissão de um dos homens de confiança do presidente, Geddel Vieira Lima, e as gravações do ex-ministro Marcelo Calero, um ato marcado por apoio popular, terminou em fumaça mais uma vez.

"Trabalhador, preste atenção, são 20 anos sem saúde e educação" ou "1,2,3,4,5 mil. Ou param essa PEC ou paramos o Brasil" eram alguns dos versos puxados pelos manifestantes.

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