Tarso: enganam-se os que vibram com a condenação de Lula

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro criticou aqueles que comemoraram a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro; Tarso destacou as ilegalidades no processo e a inexistência de provas contra Lula; "Não tinha provas para condenar, nem testemunhais nem documentais. Basta ler a sentença, para ver que ela é uma superposição de conjeturas, não uma peça jurídica"

Tarso Genro e Lula
Tarso Genro e Lula (Foto: Giuliana Miranda)


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Rio Grande do Sul 247 - Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul, usou as redes sociais para divulgar suas considerações sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá.

"A sentença do juiz federal Sérgio Moro condenando o ex-presidente Lula não surpreendeu nenhum brasileiro. Mesmo sem a existência de provas, a certeza em relação ao posicionamento do magistrado era fruto de sua atuação no cenário político. Além disso, as ilegalidades no processo evidenciavam que a convicção já estava firmada", escreveu Tarso.

O ex.governador divulgou ainda troca de e-mails com o jornalista Caio Cigana, repórter de Zero Hora, em que fez considerações sobre a sentença e avaliou os reflexos da decisão nas eleições de 2018. Para o ex-governador e ministro dos dois governos de Lula, a condenação sem provas fortalece o ex-presidente.

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Confira a íntegra das respostas enviadas por Tarso ao jornal:

1) Como o senhor avalia a condenação?

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1. Moro estava "condenado" a condenar Lula, pois participou ativamente do debate político desde o início dos processos de "Lava-jato", como se ele fosse um regenerador da República. Fez conduções coercitivas ilegais, divulgou gravações ilegais com nítida intenção política e viajou pelo mundo fazendo propaganda do seu trabalho. Não tinha provas para condenar, nem testemunhais nem documentais. Basta ler a sentença, para ver que ela é uma superposição de conjeturas, não uma peça jurídica. É uma sentença meramente política, destinada a influir nas eleições de 2018.
2) Por que o senhor afirma que não há provas (conforme manifestação no twitter)?

2. Para uma condenação, as provas devem ser "suficientes" para excluir qualquer dúvida, em qualquer processo penal, face ao princípio da presunção da inocência, mormente num processo de larga repercussão histórica como este, que tem o poder de radicalizar a divisão do país. Enganam-se os que vibram com a condenação de Lula. Juscelino, Jango e Getúlio sofreram o mesmo, mas não saíram do coração do povo. Como a condenação de Lula foi feita meramente por "convicção", isso vai fortalecer o ex-Presidente e, por enquanto, tem o efeito de comprometer ainda mais a governabilidade do país.

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3) Por que o senhor acha que Moro não decretou a prisão, apesar da condenação?

3. Porque Moro sabe -pois inteligente ele é- que colocar Lula na cadeia no contexto que estamos vivendo, seria um tratamento excessivamente desigual, em relação a líderes da direita, que tem provas provadas de corrupção e estão aí "com Supremo e tudo", decidindo os destinos do país.
4) Que implicações isso pode ter nas eleições de 2018?

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4. É difícil saber qual a influência, pois as súbitas mudanças de posição do STF, sobre temas relevantes na área penal, prejudicam qualquer previsão. O que parece certo, todavia, é que dificilmente poderemos repactuar politicamente o país, sem a presença de Lula no pleito de 2018. O ano de 2018, provavelmente será o ano que, com eleições livres e limpas -sem financiamento empresarial- poderemos reorganizar minimamente a vida política do país e repactuar as bases do nosso desenvolvimento econômico-social.

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