Com licença de 45 dias, João oficializa descaso com Aracaju
Prefeito de capital enviou pedido de licença de 45 dias para a Câmara de Vereadores, para tratar de assuntos pessoais, com dispensa de salário no período; ele estaria se afastando para cuidar mais diretamente da campanha eleitoral, em que sua mulher, senadora Maria do Carmo Alves (DEM), disputa a reeleição, ao lado de Eduardo Amorim (PSC), candidato a governador; enquanto isso, problemas da capital persistem, com Saúde em colapso, periferia abandonada e ruas e avenidas intransitáveis, mas João parece dar de ombros para tal situação, uma vez que, em plena manhã de segunda-feira, no último dia 18, ele, ao invés de estar cumprindo seu expediente na prefeitura, optou por participar da inauguração de um comitê em Lagarto
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Valter Lima, do Sergipe 247 - Basta dar uma olhada na página da Prefeitura de Aracaju na internet para verificar que o prefeito João Alves Filho (DEM) anda um tanto ausente das ações municipais. Ao buscar no canal de notícias, informações sobre o dia a dia do gestor, há uma quantidade expressa de matérias que mostram o vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) em franca atuação, enquanto só se encontra algum dado sobre João Alves Filho após a décima página - e ainda em ocasiões protocolares, como quando emitiu a nota de pesar pelo falecimento do ex-governador Eduardo Campos e do ex-deputado federal Pedrinho Valadares e quando participou de uma cerimônia de concessão de cidadania aracajuana.
Agora, se o cidadão acessar o site da campanha do candidato que João apoia, o senador Eduardo Amorim, encontrará lá o prefeito da capital, inaugurando um comitê em Lagarto e depois saindo em caminhada pelas ruas do município, no dia 18 de agosto. Isso em plena manhã de uma segunda-feira.
Diante de tal situação, João oficializa sua ausência, com o envio de um pedido de licença de 45 dias para a Câmara de Vereadores, para tratar de assuntos pessoais, com dispensa de salário no período. O prefeito de Aracaju estaria se afastando para cuidar mais diretamente da campanha eleitoral, em que sua mulher, senadora Maria do Carmo Alves (DEM), disputa a reeleição, ao lado de Eduardo Amorim (PSC), candidato a governador.
A decisão de João de se afastar da sua função principal atende a apelo de seus aliados, que o querem pedindo voto diariamente no interior. Avaliam que, enquanto a imagem do prefeito está bem desgastada na capital, no restante do Estado, ele tem grande espólio político e eleitoral para alavancar as candidaturas do seu agrupamento.
A guinada do prefeito pode, efetivamente, surtir efeitos eleitorais significativos, mas só reforça seu descaso com o dia a dia do aracajuano, cada vez mais insatisfeito com a persistência dos problemas locais e com a falta de ação da prefeitura na resolução deles. Enquanto João decide se afastar do cargo para o qual foi eleito ainda em 1º turno, como promessa de "solução" para tudo, Aracaju enfrenta sua maior crise na Saúde. Não é à toa que a pasta está em seu quarto secretário, em 18 meses.
João decide se afastar da gestão, ao mesmo tempo em que a prefeitura enfrenta uma ação judicial contra a venda das contas da administração para a Caixa Econômica Federal, o que tem gerado problemas para os servidores, que não sabem como proceder em relação às suas contas pessoais. Ele opta ainda por se dedicar à campanha eleitoral mesmo diante da péssima situação em que se encontra a maioria das avenidas e ruas da cidade, tomadas por buracos. João prefere cair em campo eleitoral ao invés de se debruçar sobre a crescente falta de mobilidade urbana e o descaso completo com os bairros da periferia.
Já que está mais atento às questões eleitorais, será que o prefeito já contabilizou os prejuízos políticos com os quais terá que arcar na capital? É óbvio que os problemas de Aracaju também recaem sobre o governador Jackson Barreto (PMDB), mas este, mesmo na condição de candidato, não se afastou do cargo e tem tocado a administração e a campanha ao mesmo tempo. Já João, que nem candidato é, optou por deixar a prefeitura na mão do vice, para tocar a campanha que ele sempre desejou que fosse dele próprio.
Quando anunciou em abril passado que não seria candidato, João o fez utilizando a justificativa de que não poderia abandonar a cidade que o elegeu para uma função de quatro anos. Contraditoriamente, o prefeito, que desenvolve uma administração ruim, entremeada de falhas, ao invés de buscar as soluções que a cidade espera dele, prefere se colocar como solução para a eleição de aliados.
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