Mais de 4 mil professores universitários assinam Carta da Democracia

Carta aberta de professores universitários brasileiros dirigida à comunidade acadêmica internacional recebe adesão, em uma semana, de mais de 4 mil docentes e pesquisadores do ensino superior, no mais expressivo e amplo posicionamento da academia na denúncia à tentativa de golpe no Brasil; o ato oficial de lançamento da carta acontecerá nesta quarta (6) na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP, com a presença já confirmada dos professores Alfredo Bosi, Ruy Fausto, Lincoln Secco, Luiz Bernardo Pericás, Marilena Chauí, Laymert Garcia dos Santos, Deisy Ventura, Vera Paiva, João Adolfo Hansen, Vladimir Safatle, Heloísa Buarque de Almeida, Marcio Sotelo Felippe e Dennis de Oliveira

Carta aberta de professores universitários brasileiros dirigida à comunidade acadêmica internacional recebe adesão, em uma semana, de mais de 4 mil docentes e pesquisadores do ensino superior, no mais expressivo e amplo posicionamento da academia na denúncia à tentativa de golpe no Brasil; o ato oficial de lançamento da carta acontecerá nesta quarta (6) na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP, com a presença já confirmada dos professores Alfredo Bosi, Ruy Fausto, Lincoln Secco, Luiz Bernardo Pericás, Marilena Chauí, Laymert Garcia dos Santos, Deisy Ventura, Vera Paiva, João Adolfo Hansen, Vladimir Safatle, Heloísa Buarque de Almeida, Marcio Sotelo Felippe e Dennis de Oliveira
Carta aberta de professores universitários brasileiros dirigida à comunidade acadêmica internacional recebe adesão, em uma semana, de mais de 4 mil docentes e pesquisadores do ensino superior, no mais expressivo e amplo posicionamento da academia na denúncia à tentativa de golpe no Brasil; o ato oficial de lançamento da carta acontecerá nesta quarta (6) na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP, com a presença já confirmada dos professores Alfredo Bosi, Ruy Fausto, Lincoln Secco, Luiz Bernardo Pericás, Marilena Chauí, Laymert Garcia dos Santos, Deisy Ventura, Vera Paiva, João Adolfo Hansen, Vladimir Safatle, Heloísa Buarque de Almeida, Marcio Sotelo Felippe e Dennis de Oliveira (Foto: Valter Lima)


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247 - Carta aberta de professores universitários brasileiros dirigida à comunidade acadêmica internacional recebe adesão, em uma semana, de mais de 4 mil docentes e pesquisadores do ensino superior, no mais expressivo e amplo posicionamento da academia na denúncia à tentativa de golpe no Brasil.

O ato oficial de lançamento da carta ocorreria na semana passada, porém foi adiado e acontecerá nesta quarta-feira, 6, às 17h30, na sala 14 do Prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da USP (Av. Prof. Luciano Gualberto, 315), com a presença já confirmada dos professores Alfredo Bosi, Ruy Fausto, Lincoln Secco, Luiz Bernardo Pericás, Marilena Chauí, Laymert Garcia dos Santos, Deisy Ventura, Vera Paiva, João Adolfo Hansen, Vladimir Safatle, Heloísa Buarque de Almeida, Marcio Sotelo Felippe e Dennis de Oliveira.

A Carta Aberta é assinada pelos mais expressivos intelectuais e pesquisadores ligados à universidade, tais como Fábio Konder Comparato, Miguel Nicolelis, Wilson Cano, Eduardo Viveiros de Castro, Marilena Chauí, Wanderley Guilherme dos Santos, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Ruy Fausto, Luis Felipe Alencastro e Leda Paulani entre outros.

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Divulgada em português, inglês, espanhol, francês e italiano, a carta indica que o clamor contra a corrupção está sendo instrumentalizado “para desestabilização de um governo democraticamente eleito, de modo a aprofundar a grave crise econômica e política atravessada pelo país”.

Indicando a ausência de denúncias de corrupção contra a presidenta Dilma Rousseff e as muitas arbitrariedades cometidas ao longo da investigação, observa que “quando a forma de proceder das autoridades públicas esbarra nos direitos fundamentais dos cidadãos, atropelando regras liberais básicas de presunção de inocência, isonomia jurídica, devido processo legal, direito ao contraditório e à ampla defesa, é preciso ter cautela. A tentação de fins nobres é forte o suficiente para justificar atropelos procedimentais e aí é que reside um enorme perigo.” O texto completo e as assinaturas já compiladas estão disponíveis no site brazilianobservatory.com. Outrossim, mais de duas centenas de professores estrangeiros ao tomarem conhecimento do document enviaram subscrição assinando em solidariedade, entre eles professores como Susan Buck-Morss, Massimo Canevacci, Antonio Negri e Jacques Paulain.

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A iniciativa de elaborar a carta foi de professores de diversas universidades. Assinado por intelectuais que fazem apreciações diversas do governo Dilma Rousseff, o documento faz a defesa da legalidade e das instituições democráticas. Assinala o golpe em curso, patrocinado por setores do judiciário e da polícia, da maior parte da grande imprensa, do empresariado e da elite política conservadora, representa uma violação do princípio da soberania popular e uma tentativa de viabilizar retrocessos nos direitos individuais e coletivos.

A carta:

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CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL

Nós, pesquisadores e professores universitários brasileiros, dirigimo-nos à comunidade acadêmica internacional para denunciar um grave processo de ruptura da legalidade atualmente em curso no Brasil.

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Depois de um longo histórico de golpes e de uma violenta ditadura militar, o país tem vivido, até hoje, seu mais longo período de estabilidade democrática – sob a égide da Constituição de 1988, que consagrou um extenso rol de direitos individuais e sociais.

Apesar de importantes avanços sociais nos últimos anos, o Brasil permanece um país profundamente desigual, com um sistema político marcado por um elevado nível de clientelismo e de corrupção. A influência de grandes empresas nas eleições, por meio do financiamento privado de campanhas, provocou sucessivos escândalos de corrupção que vêm atingindo toda a classe política.

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O combate à corrupção tornou-se um clamor nacional. Órgãos de controle do Estado têm respondido a esta exigência e, nos últimos anos, as ações anticorrupção se intensificaram, atingindo a elite política e grandes empresas.

No entanto, há uma instrumentalização política desse discurso para desestabilização de um governo democraticamente eleito, de modo a aprofundar a grave crise econômica e política atravessada pelo país.

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Um dos epicentros que instrumentaliza e desestabiliza o governo vem de setores de um poder que deveria zelar pela integridade politica e legal do país.

A chamada “Operação Lava Jato”, dirigida pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, que há dois anos centraliza as principais investigações contra a corrupção, tem sido maculada pelo uso constante e injustificado de medidas que a legislação brasileira estabelece como excepcionais, tais como a prisão preventiva de acusados e a condução coercitiva de testemunhas. As prisões arbitrárias são abertamente justificadas como forma de pressionar os acusados e deles obter delações contra supostos cúmplices. Há um vazamento permanente e seletivo de informações dos processos para os meios de comunicação. Existem indícios de que operações policiais são combinadas com veículos de imprensa, a fim de ampliar a exposição de seus alvos. Até a Presidenta da República foi alvo de escuta telefônica ilegal.

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Trechos das escutas telefônicas, tanto legais quanto ilegais, foram apresentados à mídia para divulgação pública, ainda que tratassem apenas de assuntos pessoais sem qualquer relevância para a investigação, com o intuito exclusivo de constranger determinadas personalidades políticas.

As denúncias que emergem contra líderes dos partidos de oposição têm sido em grande medida desprezadas nas investigações e silenciadas nos veículos hegemônicos de mídia. Por outro lado, embora não pese qualquer denúncia contra a Presidenta Dilma Rousseff, a “Operação Lava Jato” tem sido usada para respaldar a tentativa de impeachment em curso na Câmara dos Deputados - que é conduzida pelo deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e oposicionista, acusado de corrupção e investigado pelo Conselho de Ética dessa mesma casa legislativa. 

Quando a forma de proceder das autoridades públicas esbarra nos direitos fundamentais dos cidadãos, atropelando regras liberais básicas de presunção de inocência, isonomia jurídica, devido processo legal, direito ao contraditório e à ampla defesa, é preciso ter cautela. A tentação de fins nobres é forte o suficiente para justificar atropelos procedimentais e aí é que reside um enorme perigo.

O juiz Sérgio Moro já não possui a isenção e a imparcialidade necessárias para continuar responsável pelas investigações em curso. O combate à corrupção precisa ser feito dentro dos estritos limites da legalidade, com respeito aos direitos fundamentais dos acusados.

O risco da ruptura da legalidade, por uma associação entre setores do Poder Judiciário e de meios de comunicação historicamente alinhados com a oligarquia política brasileira, em particular a Rede Globo de Televisão – apoiadora e principal veículo de sustentação da ditadura militar (1964-1985) -, pode comprometer a democracia brasileira, levando a uma situação de polarização e de embates sem precedentes.

Por isso gostaríamos de pedir a solidariedade e o apoio da comunidade acadêmica internacional, em defesa da legalidade e das instituições democráticas no Brasil. 

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