Sem confiar na polícia, quase metade dos paulistanos não presta queixa
Pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas do Insper aponta que mais da metade das vítimas de roubo e furto, 52% e 64%, respectivamente, não prestaram queixa à polícia após o crime; estatística é ainda mais assustadora quando se observa que 48,2% dos paulistanos afirmam terem sido roubados ou furtados ao menos uma vez; falta de confiança na polícia ou a avaliação de que isso será uma perda de tempo são citadas como as principias razões da subnotificação
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São Paulo 247 - Pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Públicas do Insper aponta que mais da metade das vítimas de roubo e furto na capital não prestaram queixa à polícia após o crime. Segundo o levantamento, estes índices chegam a 52% e 64%, respectivamente. A estatística é ainda mais assustadora quando se observa que 48,2% dos paulistanos afirmam terem sido roubados ou furtados ao menos uma vez.
Dentre as principais razões alegadas para a não realização do boletim de ocorrência, estão a falta de confiança na polícia ou a avaliação de que isso será uma perda de tempo. Segundo especialistas, a subnotificação eleva as estimativas em relação ao real número destes crimes, que podem chegar ao dobro dos registradas pela polícia. Nos primeiros sete meses de 2018, a cidade de São Paulo contabilizou 96.556 registros de roubos e 141.876 furtos.
Quando comparados aos levantamentos anteriores o percentual de vítimas subiu quase dois pontos percentuais, passando de 46,3% em 2013 para os atuais 48,2%. Neste espaço de tempo os crimes com arma de fogo cresceram vertiginosamente. De acordo com o estudo do Insper, 26,1% dos entrevistados disseram terem sido ameaçados por arma de fogo ao menos uma vez na vida, contra 17% em 2017.
Os dados da pesquisa vão de encontro às estatísticas oficiais do Governo de São Paulo que afirma que criminalidade vem caindo. Segundo dados oficiais, os homicídios estão em queda e chegaram a 1.344 no ano passado, o que tornou a capital com a menor taxa para este tipo de crime em relação à população. Mas se os crimes contra a vida caíram, os roubos e furtos continuam em alta, o que aumenta a percepção de violência pelos cidadãos.
O Insper também incluiu na pesquisa o assédio sexual. Segundo o levantamento este tipo de crime alcançou 9,5% dos entrevistados. Quando se trata exclusivamente de mulheres, este índice sobe para 13,5%. Outras 34% disseram terem sido alvos de ofensas.
A pesquisa Vitimização em São Paulo - 2018, realizada pelo Insper a cada cinco anos, ouviu 3 mil paulistanos maiores de 16 anos entre os meses de março e maio deste ano.
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