Acusada de irregularidade eleitoral, Janaína pode ficar sem mandato

"Tive mais de dois milhões de votos e não sei se poderei, formalmente, representar quem votou em mim. Mas reitero o meu compromisso de trabalhar pelo país onde quer que eu esteja: na Assembleia Legislativa, na USP, na Advocacia, ou em casa", disse a advogada Janaína Paschoal, que foi eleita deputada mas pode perder o cargo por irregularidades na prestação de contas. Janaína ficou conhecida ao elaborar o parecer que justificou o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff

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Da revista Fórum Eleita deputada estadual na esteira da autoria da fraude processual que resultou no golpe parlamentar que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT), a advogada Janaína Paschoal (PSL/SP) admitiu neste sábado (24), em sua conta no Twitter, que pode não assumir o cargo na Assembleia Legislativa de São Paulo por irregularidades na campanha.

"Tive mais de dois milhões de votos e não sei se poderei, formalmente, representar quem votou em mim", tuitou Janaína, em uma sequência de mensagens na rede social.

De acordo com o parecer da Justiça, que servirá de base para o relator do caso aprovar ou não a prestação de contas, a candidata arrecadou R$ 18,5 mil, mas não enviou os relatórios financeiros desse valor. A análise técnica considera que por isso há "inconsistência grave que caracteriza omissão de informação tempestiva que obsta o controle concomitante de regularidade das contas pela Justiça Eleitoral, bem como o controle social, podendo repercutir na regularidade das contas finais".

Dizendo estar "triste", a advogada afirmou que "agora estão dizendo que eu subi em Trio Elétrico". "Mas as únicas vezes que subi em caminhão, foi para pedir voto para Bolsonaro!", argumentou, afirmando antes que estaria "infernizando" a vida dos advogados.

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Leia abaixo a compilação da sequência de tuítes.

Bom dia, Amados! Ontem, saiu um parecer da Procuradoria, corroborando a tese de que eu teria apresentado documentação fora do prazo, especificamente, demonstrativos de transferência de minha conta pessoal para a conta de campanha e contratos de prestadores de serviço.

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Se entendi bem, sentiram falta de comprovantes de transferência de 18 mil reais e de dois contratos que, juntos, somam 4 mil reais. O problema é que eu enviei documento por documento aos advogados contratados, na data em que emitidos.

Para vocês compreenderem, explico: se eu fazia uma transferência de dez mil reais de minha conta bancária para a conta da campanha, no mesmo dia, eu passava cópia do comprovante para o escritório de advocacia. O mesmo proceder adotei com relação a todos os contratos.

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Colegas que leem o parecer, em regra, dizem para não ficar preocupada, pois basta apresentar os documentos. Mas a questão é a seguinte: EU APRESENTEI! Apresentei todos e apresentei na própria data!

Ontem, passei o dia infernizando a vida dos advogados, que me enviaram todos os protocolos. Eles explicaram que, com a informatização, muitas vezes, os técnicos não veem os documentos que já estão juntados e a Procuradoria segue os técnicos.

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Como os técnicos disseram que os documentos não estavam lá e os Procuradores seguem os técnicos, eles afirmaram que os documentos não estavam lá, porém, segundo os advogados, estavam.

Estou numa situação difícil, pois essa não é minha área. As pessoas dizem para eu não me preocupar, mas eu fico preocupada e me sinto no dever de dar uma satisfação.

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Ademais, é muito triste ler que eu cometi uma omissão grave, quando não cometi omissão nenhuma, já que apresentei todos os documentos no dia certo!

Vejam, os advogados disseram que essa situação não interfere na minha diplomação e posse. Mas eu realmente não sei.

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Agora estão dizendo que eu subi em Trio Elétrico. Mas as únicas vezes que subi em caminhão, foi para pedir voto para Bolsonaro!

Eu ligava para os advogados para verificar cada passo, estou com a minha consciência tranquila. Confesso a vocês que passar por isso tira o estímulo. Tomei todas as cautelas imagináveis para fazer tudo certo.

Quem acompanhou minha campanha também vai ficar desestimulado a entrar na politica. Pois se uma pessoa que paga tudo do próprio bolso e documenta cada passo é apontada como alguém que comete omissão grave, o que ocorrerá com os demais?

Tive mais de dois milhões de votos e não sei se poderei, formalmente, representar quem votou em mim. Mas reitero o meu compromisso de trabalhar pelo país onde quer que eu esteja: na Assembleia Legislativa, na USP, na Advocacia, ou em casa.

O amor ao meu país independe de cargos. Bom sábado para vocês!

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