Haverá golpe militar se o STF soltar Lula, general?

O chefe das Forças Armadas, o general Eduardo Villas Bôas, "atuou para evitar um golpe militar com data marcada – 4 de abril. A senha seria a libertação de Lula", escreve o colunista Alex Solnik; "Embora o general não concorde com a volta dos militares à política, demonstra que não consegue demover os que defendem isso e que se vê pressionado a também rasgar a constituição e se pronunciar politicamente, para acalmar a linha dura", afirma; "Ou seja: a ameaça de um golpe militar pairou sobre nós e nada garante que não irá pairar no futuro"

Haverá golpe militar se o STF soltar Lula, general?
Haverá golpe militar se o STF soltar Lula, general? (Foto: Esq.: Stuckert / Dir.: Marcelo Camargo - ABR)


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"Houve um episódio em que estivemos no limite. (..) A coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque militares da reserva e civis identificados conosco estavam se pronunciando de maneira enfática. A gente soltou o tuíte às 20h20, no fim do Jornal Nacional. Alguns me acusaram de os militares estarem interferindo numa área que não lhes diz respeito. Mas aí temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar".

Esse trecho da entrevista do general Eduardo Villas Boas, Comandante das Forças Armadas, a Igor Gielow, na Folha revela para mim que o seu misterioso tuíte de 3 de abril deste ano, horas antes de os ministros do STF julgarem o habeas corpus do ex-presidente Lula - "asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais" – visava não apenas intimidar o Supremo, mas abortar algum suposto movimento de sublevação que eclodiria se o habeas corpus fosse concedido.

Em palavras mais rudes: ele atuou para evitar um golpe militar com data marcada – 4 de abril. A senha seria a libertação de Lula.

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É uma declaração extremamente preocupante. Sinaliza que há setores do Exército que ainda não voltaram aos quartéis e continuam tentando interferir em decisões de outros Poderes da República, atuando como um 4º. Poder.

Embora o general não concorde com a volta dos militares à política, demonstra que não consegue demover os que defendem isso e que se vê pressionado a também rasgar a constituição e se pronunciar politicamente, para acalmar a linha dura.

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Ou seja: a ameaça de um golpe militar pairou sobre nós e nada garante que não irá pairar no futuro.

Depois do que disse o general, já não podemos ter certeza se o STF negou habeas corpus a Lula devido à "prensa" ou se foi uma decisão independente e autônoma dos 11 ministros.

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Jamais saberemos. Mas a dúvida persistirá.

A pergunta que não foi feita pelo repórter e que o general deveria responder é: se Lula for solto pelo STF nos próximos julgamentos haverá golpe militar?

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