Bolsonaro recomenda canais com discurso de ódio

"Um tuíte de hoje do presidente eleito em sua página oficial: 'Seguem algumas opções de excelentes canais de informação no youtube: Embaixada da resistência, Nando Moura, Diego Box Oficial e Olavo de Carvalho'", relata o jornalista Alex Solnik; "Primeiro: é inaceitável um presidente eleito manifestar preferência por qualquer empresa, quanto mais veículos de comunicação", afirma; "Segundo: nenhuma dessas 'excelentes opções' é canal de informação e sim de doutrinação de extrema-direita e, mais grave: disseminação do discurso de ódio contra Lula, PT e a esquerda em geral"

Bolsonaro recomenda canais com discurso de ódio
Bolsonaro recomenda canais com discurso de ódio (Foto: Ricardo Moraes - Reuters)


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Um tuíte de hoje do presidente eleito em sua página oficial: "Seguem algumas opções de excelentes canais de informação no youtube: Embaixada da resistência, Nando Moura, Diego Box Oficial e Olavo de Carvalho".

Primeiro: é inaceitável um presidente eleito manifestar preferência por qualquer empresa, quanto mais veículos de comunicação. Ele tem de governar para todos os brasileiros, não pode fazer propaganda de empresas, principalmente as ligadas à mídia, sem que paire sobre ele uma sombra de suspeita. Qual o interesse por trás da publicidade? Seja financeiro ou político, é um interesse que afronta a impessoalidade do seu cargo.

Segundo: nenhuma dessas "excelentes opções" é canal de informação e sim de doutrinação de extrema-direita e, mais grave: disseminação do discurso de ódio contra Lula, PT e a esquerda em geral.

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É esse o tipo de "imprensa" que ele sinaliza apoiar.

Está na cara que Bolsonaro pretende implantar na imprensa brasileira o modelo que o primeiro-ministro Victor Orbán implantou na Hungria desde que chegou ao poder, também pelo voto, em 2010 e que redundou na diminuição do espaço da imprensa independente e perseguição a jornalistas "inimigos" do governo.

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Depois de oito anos, verifica-se: 1) grande expansão de empresas de comunicação amigas do governo; 2) redução de vozes dissonantes em rádio, imprensa ou online, especialmente fora de Budapeste; 3) utilização de fundos do governo para apoiar plataformas amigáveis e 4) divulgação de listas negras de jornalistas, considerados traidores pelo governo húngaro.

A Hungria mostra que não é necessário implantar censura nos meios de comunicação para silenciar a imprensa independente.

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Não é preciso mais implantar uma ditadura para acabar com a democracia.

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