Socorro, papai!

Colunista Alex Solnik, do projeto Jornalistas pela Democracia, comenta a visita de Flávio Bolsonaro ao pai, no Palácio do Alvorada, durante toda a manhã e início da tarde deste sábado 19; "Pedir ajuda ao pai depois de não obter proteção no STF (o ministro Marco Aurélio Mello já apontou o que vai fazer com a decisão de Fux daqui a 11 dias) não é nada republicano. Dá a entender que ele pede ao chefe do Poder Executivo que fique do seu lado no seu embate com o Poder Judiciário. Isso é inconstitucional", escreve o jornalista

Socorro, papai!
Socorro, papai! (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)


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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia – Flávio Bolsonaro, o filho 01, esteve a manhã toda deste sábado no Palácio do Alvorada. Foi uma visita fora de hora. Pedir ajuda ao pai depois de não obter proteção no STF (o ministro Marco Aurélio Mello já apontou o que vai fazer com a decisão de Fux daqui a 11 dias) não é nada republicano.

Dá a entender que ele pede ao chefe do Poder Executivo que fique do seu lado no seu embate com o Poder Judiciário. Isso é inconstitucional. Um Poder não pode interferir no outro. Nem a suposição de que isso ocorra é aceitável.

Não será fácil para 01, já se vê, encontrar uma resposta verídica, convincente e legal para os 48 depósitos de R$2.000 em sua conta bancária.

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Se a tivesse, já a teria divulgado. Seu silêncio denota que o que ele tem a dizer não lhe é favorável. Por isso pediu foro privilegiado, para procrastinar o caso ad infinitum.

Até ontem, somente o faz-tudo dos Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiróz era investigado por lavagem de dinheiro. Agora se sabe que 01 está metido no imbróglio até o pescoço. Seu sigilo bancário foi quebrado e o MP pediu seus extratos desde 2007. Novas revelações devem vir à tona nos próximos dias.

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Há quem diga que o governo está atuando para evitar que o escândalo entre no palácio. Se tentava, fracassou, porque a crise entrou no palácio de mãos dadas com 01.

Se ele teve que ir ao palácio pedir ajuda ao pai é porque a sua situação é mais grave do que o que se sabe até agora. Assim como são graves as repercussões para o pai, que se elegeu com o discurso da moralidade e está no imbróglio junto com 01 em razão do cheque de R$24 mil à primeira-dama que ele justificou, mas não provou o que disse.

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Também será difícil convencer a torcida do Flamengo que o pai não sabia o que o filho fazia, porque foi quem colocou os filhos na política, quem orientou, quem mostrou como se comportar, quem apresentou Fabrício Queiróz.

Se nem o pai ajudar, 01 vai ter que apelar ao irmão, Eduardo, para colocar em ação aquele plano de fechar o STF com um cabo e um soldado.

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