O que as contas bancárias de Michelle Bolsonaro têm a dizer

"Como explicar a ausência da primeira dama nesta listagem? Era tão factível que ela estivesse, que ao tomar conhecimento – talvez pelo Gabinete de Segurança Institucional - o presidente prenunciou um 'tsunami' no seu horizonte. Michelle é uma das peças desta investigação", avalia Denise Assis, Jornalista pela Democracia, sobre a decisão da Justiça de quebrar o sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro, de Fabrício Queiroz e outras 80 pessoas

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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - No day after do Natal de 2018, (dia 26/12), o ex-assessor Fabrício Queiroz, chefe de gabinete e ex-coordenador de segurança do filho do presidente eleito - o então deputado estadual (PSL) e, também, recém-eleito para o Senado - Flávio Bolsonaro, rompeu o silêncio. Convocado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para explicar movimentações suspeitas, captadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), nunca compareceu, alegando problemas de saúde, mas apareceu lépido e fagueiro no SBT, em uma entrevista exclusiva, após a divulgação do relatório do Coaf e de seu desaparecimento por 20 dias.

Na entrevista, Queiroz disse que Michelle Bolsonaro recebeu R$ 40 mil em 10 cheques de R$ 4 mil reais. No relatório do Coaf, o total citado era de R$ 24 mil. Para não deixar mal o "chefe", Queiroz manteve a versão de Jair Bolsonaro, ao se pronunciar sobre o imbróglio, e repetiu o valor descrito por ele, pago à futura primeira dama. Bolsonaro saiu-se com a versão de um empréstimo em dinheiro, para Queiroz, e alegou que não tinha tempo de ir ao banco, por isso, mandou depositar a mesada na conta de Michelle.

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Houvesse equilíbrio na Lei e, a rigor, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deveria ter feito Michelle constar entre as 88 pessoas que apinhavam o gabinete do deputado, feito sardinhas em lata (E quem não se lembra das Sardinhas 88?) e tiveram os seus sigilos bancários quebrados.

Como explicar a ausência da primeira dama nesta listagem? Era tão factível que ela estivesse, que ao tomar conhecimento – talvez pelo Gabinete de Segurança Institucional - o presidente prenunciou um "tsunami" no seu horizonte. Michelle é uma das peças desta investigação. Qualquer outra formatação dada pelo TJ-RJ à lista divulgada ontem, será interpretada como injusta ou, favorável a deixar de fora a "famíglia" Bolsonaro. Não faltam elementos para chamar às falas Flávio Bolsonaro, seus assessores, seus milicianos protegidos e agraciados com medalhas e, a primeira dama. Por que não? Ao que sabemos, a mulher do presidente não desfruta de prerrogativas inerentes ao cargo dele. Michelle pode, sim, dar um pulo no Ministério Público e explicar oficialmente a origem desse dinheiro, que Bolsonaro atribui a um empréstimo. Mesmo que fale em "libras", como prefere. Afinal, sua agenda nem está tão atopetada assim.

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