Quando o Brasil era democrático, lutávamos pela paz no mundo

"É parte inerente da construção democrática dentro do Brasil uma política externa soberana comprometida com negociações pacíficas dos conflitos, pela desmilitarização das potências nucleares, pelo fortalecimento dos organismos como a ONU, desmoralizados hoje na sua impotência na luta pela resolução negociada dos conflitos. Enquanto isso, o maior líder na pregação pela paz no mundo, pela prioridade da luta contra fome no lugar da multiplicação dos conflitos bélicos, está preso. E o mundo sente falta da sua palavra", escreve Emir Sader

"É parte inerente da construção democrática dentro do Brasil uma política externa soberana comprometida com negociações pacíficas dos conflitos, pela desmilitarização das potências nucleares, pelo fortalecimento dos organismos como a ONU, desmoralizados hoje na sua impotência na luta pela resolução negociada dos conflitos. Enquanto isso, o maior líder na pregação pela paz no mundo, pela prioridade da luta contra fome no lugar da multiplicação dos conflitos bélicos, está preso. E o mundo sente falta da sua palavra", escreve Emir Sader
"É parte inerente da construção democrática dentro do Brasil uma política externa soberana comprometida com negociações pacíficas dos conflitos, pela desmilitarização das potências nucleares, pelo fortalecimento dos organismos como a ONU, desmoralizados hoje na sua impotência na luta pela resolução negociada dos conflitos. Enquanto isso, o maior líder na pregação pela paz no mundo, pela prioridade da luta contra fome no lugar da multiplicação dos conflitos bélicos, está preso. E o mundo sente falta da sua palavra", escreve Emir Sader (Foto: Emir Sader)


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A política externa de um país é a expressão da política interna para o mundo. Quando o Brasil tinha políticas de subordinação às elites econômicas dominantes, tinha uma política externa de subordinação aos EUA.

O Brasil apoiou as ofensivas bélicas dos EUA ao longo dos anos 1990 e a invasão do Afeganistão como reação aos atentados de 2001. A guerra contra os direitos do povo dentro do país era complementada com o apoio às guerras imperiais na política externa.

Lula conta sempre que, no seu primeiro encontro com o Bush, no Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos EUA tentava convencê-lo a apoiar a invasão do Iraque. Lula lhe respondeu que o Iraque ficava a uma distância incomensurável do Brasil, que ele não conhecia o Sadam Hussein, mas que sua guerra era outra: contra a fome.

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E no governo Lula desenvolveu a guerra contra a fome no Brasil e propagou a necessidade de priorizar a luta contra a fome no mundo. Coerente com essa política aqui dentro, a política externa do Brasil passou a ser de buscar a resolução pacifica dos conflitos entre os países mediante negociações dos governos.

A política externa do Brasil buscou, antes de tudo, as boas relações com os países vizinhos, fortalecendo e ampliando o Mercosul, criando a Unasul e a Celac, assim como o Conselho Sulamericano de Defesa. Este propiciou negociações políticas da Colômbia, da Venezuela e do Equador. Apoiou também o governo da Bolívia contra tentativas de divisão do país pregadas pela direita daquele pais.

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No plano externo, entre outras iniciativas, frente ao risco imediato de um novo foco de guerra no Oriente Médio com a possibilidade de bombardeios dos EUA contra o Irã, o governo brasileiro se uniu ao da Turquia e conseguiu um projeto de paz, que correspondia ao que as partes demandavam naquele momento. O plano só não conseguiu antes a negociação pacífica do conflito, porque o governo dos EUA retrocedeu nas suas posições. Mais tarde, depois da extensão do clima de tensões, um acordo similar, ainda que pior, foi obtido.

O discurso externo do Brasil passou a pregar a necessidade de solução pacífica dos conflitos, negando que haja soluções militares para eles. O Brasil condenou a invasão do Iraque pelos EUA e pela Grã Bretanha, com a alegação falsa de que Sadam Hussein tivesse armas de extermínio de massa. O Brasil se opôs a todo tipo de agressão militar, em qualquer parte do mundo.

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Neste momento, em que o governo dos EUA reproduz a grotesca operação do Iraque, de novo junto com o governo britânico e esta vez acompanhado pelo francês, contra a Síria, falta a voz de chamamento pela paz, reiterando que não ha solução militar à crise da Síria. Falta a forca moral do Lula e do Celso Amorim, para destoar do silencio cúmplice de tantos governos, inclusive o brasileiro.

É parte inerente da construção democrática dentro do Brasil uma política externa soberana comprometida com negociações pacíficas dos conflitos, pela desmilitarização das potências nucleares, pelo fortalecimento dos organismos como a ONU, desmoralizados hoje na sua impotência na luta pela resolução negociada dos conflitos.

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Enquanto isso, o maior líder na pregação pela paz no mundo, pela prioridade da luta contra fome no lugar da multiplicação dos conflitos bélicos, está preso. E o mundo sente falta da sua palavra, dos seus chamados à negociação ao invés dos bombardeios, das suas viagens pelo mundo para aproximar as partes e avançar na superação pacifica dos conflitos.

Quando o Brasil era um país democrático e tipo uma política externa soberana, estava na primeira linha de luta contra as guerras e pela paz no mundo. Também por isso o mundo precisa de um país democrático, que volte a ser presidido por quem mais lutou pela paz no mundo na nossa história – o Lula.

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