Pânico na família Bolsonaro é bom sinal

 "O pânico produzido pelas denúncias contra Bebianno nada mais representa do que a  merecida recompensa pela irresponsabilidade histórica de homens de poder e muito dinheiro que permitiram a chegada ao Planalto de uma turma de aventureiros sem o menor compromisso com o bem-estar dos brasileiros e brasileiras", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. "A chance de Bolsonaro se transformar num Temer 2, responsável por inúmeros estragos mas incapaz de todo o mal a que se propõe, pode ser boa para o país"

Pânico na família Bolsonaro é bom sinal
Pânico na família Bolsonaro é bom sinal (Foto: Reprodução/Rede Social)


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O pânico produzido pela guerra do Bolsonaro 03 contra Gustavo Bebianno nada mais representa do que a  merecida recompensa pela irresponsabilidade histórica de homens de poder e muito dinheiro que permitiram a chegada ao Planalto de uma candidatura sem o menor compromisso com o destino do Brasil ou bem-estar dos brasileiros. 

Somos um país sofrido demais, velho demais, para aceitar a hipocrisia barata ou a indignação de conveniência. Numa nação perplexa diante de um descalabro permanente, revelado em tempo recorde, não é possível apagar a memória recente, fechar os olhos para  verdades básicas.

No esforço para garantir, na eleição presidencial de 2018, a vitória de um projeto politico de exclusão social e entrega das grandes riquezas nacionais, combinado com um ambiente de ataque geral às liberdades, a velha classe dominante brasileira abriu o governo de um país de 215 milhões de habitantes, a oitava economia do mundo, para uma turma sem preparo algum, um grupelho chinfrim, uma articulação de aventureiros em busca de poder a qualquer custo que tomou posse em 1 de janeiro. 

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Só para recordar a História: todos conheciam  os motivos  que forçaram a saída do capitão Jair Bolsonaro do Exército, em 1988.

Ninguém ignora a falta de respeito pelos valores democráticos que marcou suas três décadas de vida parlamentar, na qual não apresentou um único projeto que prestasse.

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Ninguém pode dizer que não lembra o que Bolsonaro disse no impeachment de Dilma Rousseff. Que não ouviu o discurso contra negros e mulheres  na Hebraica. Que  não tomou conhecimento do espírito mórbido de seu ultimo pronunciamento na campanha.

Diante do horror, o horror, o horror, conhecido há tanto tempo, ninguém pode fazer cara de surpresa diante das cenas dos últimos dias. Basta recordar os milicianos que passaram perto de Marielle Franco. Ligados  ao amigo  Queiroz, que por sua vez é ligado a um Bolsonaro que agora se encontra num lugar discreto no Senado, para reconhecer o tamanho do problema. 

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Em pouco mais de um mês no cargo, comprovou-se uma conhecida verdade da política universal, tão antiga que  emprega  linguagem religiosa para falar do sofrimento  de homens e mulheres de todas as épocas:  quem faz acordo com a treva deve estar preparado para o momento em que o demônio virá cobrar a conta. 

Nos últimos dias, o Brasil passou a viver esse momento, numa  situação que pode terminar sendo benéfica para os interesses da maioria, conduzida nas eleições como gado a caminho do matadouro. 

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Diante do apocalipse em preparação, a chance de que o governo Bolsonaro seja imobilizado e impedido de seguir programas mortíferos -- a começar pela reforma da Previdência -- cria uma nova perspectiva para o país. Pode ser um Temer 2, responsável por inúmeros estragos mas incapaz de fazer todo mal a que se propõe. 

Essa situação abre uma oportunidade para uma nação livrar-se de uma tragédia absoluta, que poderá ser difícil de corrigir, caso venha a ser consumada. Permite discutir o respeito pela democracia e pela liberdade, hoje sob ameaça frequente, vindas de quem tem o poder nas mãos. 

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As denuncias são graves, reunem vários elementos consistentes  e devem ser investigadas com naturalidade -- não só para apurar, mas também para não esconder. 

Mais do que nunca, cabe defender as regras da democracia,  que só podem causar estranheza em nostálgicos da ditadura. 

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