Para agradar Trump, Bolsonaro humilha 210 milhões de brasileiros

"Ao acabar com o visto para o ingresso de visitantes norte-americanos  sem receber a contrapartida equivalente, o governo Bolsonaro coloca o país numa posição humilhante, de quem se submete voluntariamente a um tratamento de segunda classe", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. "Numa conjuntura na qual cresce a resistência de latino-americanos à construção de um muro gigantesco na fronteira EUA-México, a  decisão representa uma vergonha do ponto de vista da cidadania e pode transformar o país no refúgio predileto para delinquentes de todo tipo em busca de abrigo fora dos EUA".  

Para agradar Trump, Bolsonaro humilha 210 milhões de brasileiros
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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

Brasileiros e brasileiras que já viajaram aos Estados Unidos conhecem o ritual de intimidação do serviço diplomático norte-americano.

Filas no consultado para obter o visto, entrevistas com hora marcada e outras exigências típicas marcam os cuidados de um país que faz questão de se proteger no interior de suas fronteiras e tenta evitar  visitantes indesejados. Não faltam relatos de famílias que, na hora de entrar no país, foram submetidas a interrogatórios constrangedores. 

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Por razões compreensíveis, até hoje a diplomacia brasileira impunha a mesma exigência a visitantes norte-americanos.

É uma questão de dignidade, auto-respeito, que deve marcar a convivência entre os povos. Ainda que os países sejam diferentes pelo grau de desenvolvimento, pelo padrão de educação ou qualquer outro critério, o princípio universal de que todos são iguais em direitos, qualquer que seja sua origem, gênero ou classe social, é um dos pilares do mundo em que vivemos. Faz parte da cultura contemporânea e foi consagrado pela Carta de Direitos Humanos da ONU, marco de um um período histórico marcado pela denuncia do preconceito, do racismo e do colonialismo.

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Ao liberar o ingresso de visitantes norte-americanos, sem receber a contrapartida equivalente, o governo Bolsonaro coloca o país numa posição duas vezes humilhante, de quem se submete a um tratamento diferenciado mas abaixa a cabeça sem um gemido de protesto.  

Herança da Guerra Fria, o controle de fronteiras norte-americanas inclui o veto por razões políticas. 

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Numa conjuntura na qual cresce a resistência ao projeto de construção de um muro gigantesco na fronteira que separa os Estados Unidos dos países abaixo do Rio Grande, a eliminação de um simples visto de ingresso no Brasil representa uma vergonha do ponto de vista da cidadania e pode se revelar uma medida irresponsável do ponto de vista da segurança interna.

Além de tratar os habitantes do país como cidadãos de segunda classe, a medida libera as fronteiras para o ingresso de delinquentes e mesmo criminosos de maior periculosidade em busca de um refugio fora dos EUA.

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