Em 15 de maio, um dia para fazer História

"Numa nação dispersa pela atuação devastadora do governo Bolsonaro, o protesto de 15 de maio  pode abrir uma nova perspectiva para o país," escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247."Todos os sinais indicam que mobilizações gigantescas estão em curso nas principais cidades brasileiras, em repúdio a uma política deliberada de extermínio do ensino público do país".  

Em 15 de maio, um dia para fazer História
Em 15 de maio, um dia para fazer História (Foto: CUT)


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Por Paulo Moreira Leite para o Jornalistas pela Democracia - Todos os sinais indicam que é possível prever que uma massa imensa de brasileiros e brasileiras irá às ruas, neste 15 de maio, para mostrar sua indignação diante do corte nas verbas destinadas as universidades e institutos federais de ensino, anunciadas de modo irresponsável e vingativo por Bolsonaro-Weintraub.

Em São Paulo, os protestos envolvem a grande massa de estudantes e professores de todos os níveis de ensino e têm apoio formal das reitorias das universidades públicas. Alunos de instituições privadas também convocam a paralisação, apoiada  pelas entidades de estudantes, sindicatos de professores de todos os níveis de ensino e dez centrais sindicais -- unidas pela primeira vez em décadas.

Na Universidade Federal de Minas Gerais, só uma plenária para preparar os protestos reuniu 3 500 estudantes -- deixando antecipar o que se pode esperar nesta data. 

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Em Niterói, os preparativos na Universidade Federal Fluminense envolveram entre 10 000 e 15 000 alunos alunos, conforme a Folha de S. Paulo  -- isso quer dizer que 1 em cada 4  alunos matriculados se engajaram nos preparativos.

Animados por uma alegre trilha sonora disponível nas redes, com Chico Buarque, Zélia Duncan, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e tantos outros, sob medida para ser ouvida nos pontos de concentração, os protestos de 15 de maio nascem com vocação para fazer história.

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Além dos atos públicos, em várias cidades serão organizadas aulas públicas, onde a população pode debater os motivos da paralisação -- e outros temas atuais, como a reforma da Previdência. 

Quatro meses depois da posse de Bolsonaro, os protestos constituem a primeira grande manifestação organizada contra um governo que tem ameaçado o país com projetos irresponsáveis do ponto de vista da democracia, trágicos no plano econômico e temerários na esfera social.

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Incapaz de responder a qualquer problema importante, a política econômica do governo Bolsonaro-Paulo Guedes é definida como suicida por economistas insuspeitos da mais leve simpatia pelos governos Lula-Dilma.

Sua política externa é marcada por uma vergonhosa subordinação aos interesses do império norte-americano, num grau que recorda o período histórico anterior à soberania das nações e à constituição dos Estados Nacionais.

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Sua visão de sociedade pode ser resumida por um projeto de reforma da Previdência que pretende entregar o destino de nossos velhinhos e velhinhas, protegidos por um embrião de Estado de bem-estar social, às roletas do cassino financeiro que administra o capitalismo mundial. 

Neste ambiente de escombro político, tragédia econômica e flagelo social, o programa de Jair Bolsonaro e seu segundo ministro da Educação em três meses consegue mostrar-se particularmente ruinoso.

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Num país que por vários séculos foi proibido pelos colonizadores de ter uma universidade, sua orientação, tosca e improvisada, não passa de uma deliberada guerra de extermínio conduzida por um guru sem curso superior e falsa erudição, mal disfarçados por uma obscenidade permanente.   

Aqui, projetos destrutivos se misturam a demonstrações escancaradas de truculência e ignorância sobre a função real das universidades públicas no desenvolvimento do país. Sua receita combina o desprezo pela formação científica da juventude a um só esforço permanente pela supressão da liberdade de mestres e estudantes. 

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Numa nação ainda dispersa e ainda desorientada após uma derrota devastadora na eleição presidencial, 15 de maio é o dia do país caminhar para um novo ponto de encontro e abrir outra perspectiva para o país.  

 Alguma dúvida?

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