Bancada de João Alves se recusa a discutir carro-chefe da gestão

Ao contrário do que acontece na Comunicação, os outros projetos nos quais o prefeito coloca a mão, como a recapagem e sinalização das vias, os novos pontos de ônibus, a iluminação pública e o meio ambiente, para não citar outros, ficam à míngua



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Mesmo com o grandioso trabalho de propaganda feito pela atual gestão do Município de Aracaju, a bancada aliada do prefeito João Alves na Câmara de Vereadores silenciou e não topou defender o mérito de cabeça erguida na manhã dessa terça, 13, quando receberam para a Tribuna Livre o jornalista Paulo Vitor Melo, integrante do Coletivo Intervozes e representante do Fórum Nacional de Direito à Comunicação (FNDC) em Sergipe.

Antes de qualquer coisa, um adendo: o aracajuano não tem dúvida que a propaganda é a mão forte dessa gestão, mesmo que esse não seja o discurso oficial. É da Prefeitura Municipal, por exemplo, o melhor anúncio de venda de imóveis do ano, afixado no bairro Coroa do Meio. Ao contrário do que acontece na Comunicação, os outros projetos nos quais o prefeito coloca a mão, como a recapagem e sinalização das vias, os novos pontos de ônibus, a iluminação pública e o meio ambiente, para não citar outros, ficam à míngua.

Por tudo isso, é deveras difícil compreender o que se passou. Primeiro, durante a fala do jornalista que criticava os gastos com propaganda, os vereadores da bancada aliada saíram do Plenário na tentativa de esvaziar a sessão, deixá-la sem quórum, mas não obtiveram sucesso.

Em seguida, depois da fala, foi a vez do presidente da Câmara, Vinícius Porto, dar a sua contribuição para o não-debate. Na tentativa de desqualificar o interlocutor, Vinícius clamou pela presença do presidente do Coletivo Intervozes. “O Intervozes deve ter um presidente”, repetia. Assistíamos envergonhados enquanto ele confirmava localmente a crise de representatividade que vivemos. Entre tantos coletivos que hoje nos legitimam, o presidente da Câmara mostra que desconhece por completo a formatação de um Coletivo.

Nesse embalo, desviava o foco da Tribuna Livre articulada pelo vereador Iran Barbosa (PT), que tinha o objetivo claro de exigir transparência total da gestão municipal. Pela primeira vez na Câmara de Vereadores, o interlocutor foi chamado a provar que era ele mesmo e que falava realmente por aquela instituição. “É muito perigoso que qualquer cidadão venha falar por qualquer entidade”, afirmava Vinícius Porto, como se denunciasse algo ilícito.

O foco somente foi retomado quando a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) subiu à tribuna. Na sequência, a bancada do prefeito João Alves, talvez por nada ter a dizer, se retirou novamente do Plenário. Da Sala de Imprensa, acenavam pelo vidro ao presidente Vinícius Porto, avisando que estavam ali tentando esvaziar o quórum.

Bem, não funcionou naquele momento nem irá funcionar para adiante, pois vamos retornar ao tema: como foram gastos os quase R$ 16 milhões do orçamento municipal destinados à Comunicação do início do ano de 2015 até agosto? Por que de 2013 para 2015 foi necessário um aumento de R$ 10 milhões para as ações da Secretaria? Onde estão as Políticas Públicas de Comunicação para a cidade? Por que a Secretaria de Comunicação aumentou seu orçamento numa proporção muito maior que a Fundat, a do Meio Ambiente e da Secretaria de Juventude e Esporte? Foram essas algumas das perguntas do jornalista Paulo Vitor.

Os vereadores se furtaram a responder a essas questões naquele momento. Talvez tenham deixado para que o prefeito João Alves ou o secretário Carlos Batalha respondam por si, só. Talvez desconheçam o projeto da gestão, por isso não se manifestaram. Não enfrentaram a oposição nem a população que queria respostas objetivas e que ocupou a Galeria da Câmara com ouvidos atentos. Resta-nos perguntar: Que bancada é essa? Para responder, sempre uma grande dose de ironia.

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