Justiça precisa coibir abusos e garantir eleições

Jornalista Aquiles Lins, editor do 247, diz que a Justiça deve agir imediatamente para coibir abusos como o do general Hamilton Mourão, que acusou o PT de ser o autor do ataque a faca ao candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro; "Ou age agora e estabelece os limites que este episódio terá na campanha, ou a Justiça estará sendo mais uma vez conivente com uma agressão ao partido que a maioria da população deseja que retorne ao Palácio do Planalto", diz ele; "Neste momento, as eleições e a democracia brasileira estão nas mãos de Cármen Lúcia e Rosa Weber"

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O ataque a faca contra o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), ocorrido nessa quinta-feira (6) em Juiz de Fora, elevou a campanha eleitoral ao ponto mais alto de tensão.

O que se sabe até o momento é que Bolsonaro passou por uma cirurgia após ter o intestino perfurado pela facada na região do Abdômen, passou a noite na UTI, e gravou um vídeo em que fala em “dor insuportável” e diz que “nunca fez mal a ninguém”. Na manhã desta sexta-feira (7), ele foi transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, e deve ficar fora da campanha por pelo menos uma semana.

O suspeito do ataque foi preso em flagrante. Aparentando ser uma pessoa desorientada psicologicamente, Adélio Bispo de Oliveira disse que agiu por razões pessoais, “cumprindo ordens de Deus”. Um inquérito da Polícia Federal foi aberto para investigar o caso.

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O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, afirmou ao Estado de S. Paulo que o ataque "aumenta muito as preocupações com as eleições", após reunião da cúpula dos militares. Em nota, o Exército disse que "defende a manutenção da serenidade, o combate aos radicalismos e a confiança nos órgãos de segurança pública, para que todos juntos ultrapassemos esse desafio à nossa democracia e à paz social".

A Justiça precisa agir imediatamente, tanto esclarecendo os motivos de Adélio Bispo de Oliveira para o crime, quanto coibindo todos os abusos relacionados a este episódio lamentável para a já combalida democracia brasileira.

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Abusos como o do general Antonio Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, que numa posição absolutamente oportunista e intempestiva, acusou o PT de ser o responsável pelo esfaqueamento do líder da extrema-direita.  

"Eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado é do PT. Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós", disse Mourão à revista Crusoé pouco depois do ataque. Dois absurdos inomináveis: atestar certeza da culpa do PT sobre um fato tão grave sem apresentar quaisquer provas, e o pior, na condição de general da reserva do Exército, asseverar que eles são os “profissionais da violência”.

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Mesmo com sua atuação parcial e escancaradamente contrária ao PT, negando os direitos políticos do ex-presidente Lula, assegurados pela ONU, a Justiça não pode ser leniente com este tipo de atitude. Ou age agora e estabelece os limites que este episódio terá na campanha, ou a Justiça estará sendo mais uma vez conivente com uma agressão ao partido que a maioria da população deseja que retorne ao Palácio do Planalto. Ou mais grave ainda: pode estar abrindo caminho para a suspensão das eleições e o retorno dos militares, já defendido pelo general Mourão.

Neste momento, as eleições e a democracia brasileira estão nas mãos de Cármen Lúcia, presidente do STF, e Rosa Weber, presidente do TSE.  

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